Anos 80: o argumento definitivo
Por que ninguém lembra que em dezembro de 2004 completam-se vinte anos do lançamento d'O Planeta Diário?
Eu li aquilo e caí de costas.
Um blog certificado
Por que ninguém lembra que em dezembro de 2004 completam-se vinte anos do lançamento d'O Planeta Diário?
Eu li aquilo e caí de costas.
Postado por Paulo C. Barreto às 01:57 0 comentários
Aquele Almanaque Anos 80 tem um algo a mais.
Folheei na livraria. Em três páginas achei uns cinco erros, principalmente de datas. Um dia passarei um pente fino. Não, não, não... É isso que os autores esperam que eu faça.
Mas não eram erros assim tão pouco óbvios para quem já tivesse saído do maternal "naqueles tempos". Não venham me dizer que já não existia Clube do Mickey na TV do Silvio (SBT, TVS, algo assim) em 1981, se bem que o único Clube do Mickey que prestava era o da Tupi -- o homem do Baú só se interessava pelos desenhos e os programadores pareciam trabalhar muitas doses acima da Humanidade (Clube aos sábados. Não preciso explicar.)
O problema é que dos anos 80 todo mundo era criança demais para se lembrar de alguma coisa ou velho demais para levar aquilo lá a sério. Nada que mereça um revival honesto. Por que é que ninguém lembra os oitentas como "a década em que me paparicavam"? "O tempo em que eu ia pro jardim de cueca branca e voltava de cueca marrom"? "A etapa da minha vida em que me convenceram de que a União Soviética era eterna"?
Postado por Paulo C. Barreto às 01:54 0 comentários
Uma das desgraças da minha vida acadêmica foi ter feito mesmo, não copiado-e-colado ou equivalente, meu projeto experimental em jornalismo. Era só um TCCzinho muito chulezento, muito distante de uma tese.
Fi-lo sobre BBS, em 1994, crente que algum professor fosse saber do que eu estava falando. Por que eu não traduzi aquele folheto da Compuserve e não juntei o documento oficial da FidoNet para compor um trabalho original? Em vez disso, passei as noites queimando as pestanas diante do monitor e os dias mendigando impressoras dos "muy amigos", pois impressoras que funcionassem estavam totalmente fora dos orçamentos meu e da faculdade.
Se tivesse investido na praia metade do tempo que desperdicei para tirar um 10 unânime, quando um 6 teria me conduzido ao mesmíssimo diploma, hoje seria bodyboarder profissional, ganharia mais que suas incelênças os professores, e ainda produziria mais vitamina D.
OK, não foi nenhuma façanha histórica defender meu trabalho diante da banca. Tive que esclarecer que não havia uma ética na pirataria em si, mas sim uma eticazinha entre piratas e piratas (uma série de leis não escritas, principalmente a que proibia vender programas "genéricos" para amigos). E tive que ouvir de um professor, no names, please, que era óbvio ululante o "fundo moral burguês" nos métodos do shareware/freeware como contraponto à tal ética pirata, pois o ambiente BBSiano era inexoravelmente burguês pelos motivos tão bem expostos nas páginas anteriores do projeto etc. etc. Depois dessa, nunca mais falei de burguesia a sério, nisso concordando totalmente com o Xandelon. Nas palavras, não no sentido, o refrão de Cazuza estava certíssimo: "burguesia" fede.
Por essas e outras, não me peçam para ler o trabalho. Descontando o estritamente factual, rejeito 95% do que ali está. Quando cheguei ao fim, já tinha sérias dúvidas sobre a linha condutora do início.
O relatório final da banca também recomendou a publicação do trabalho. Se foi publicado mesmo (em papel, nada de Internet ainda), não me avisaram nem depositaram os royalties. Escapei desse vexame.
Postado por Paulo C. Barreto às 21:52 0 comentários
Uma instituição de preços baixos do subúrbio carioca. Não há no Centro ou na Zona Sul, onde o espaço é pouco e o metro quadrado é caro demais, não exatamente por falta de demanda. O mais próximo, dependendo do ponto de vista, fica em Vila Isabel. Quando entrei lá, saíam dois amigos que moram em Ipanema. Não entrego os nomes nem sob tortura. Motivo: tudo é, ou era, ou costumava ser muito barato. Hoje estava vazio. E estava mais caro do que de costume. Na próxima o Mundial me espera.
Em todo caso, quando da assinatura da aliança Sendas-Pão de Açúcar, Abílio Diniz acusou as redes Guanabara e Mundial, dando os nomes, de fazer concorrência desleal na base da sonegação. Tenho que admirar o Pão de Açúcar. Em São Paulo é uma onipresença muito bem-vinda. Tudo sempre fresquinho e arrumadinho. Muitas lojas funcionam 24 horas, o que custa uma fortuna de operação, mas respeita o ritmo de trabalho esquisito de muita gente da cidade grande. E sabe defender (pelo menos) seu edifício-sede da única forma possível, para a tranqüilidade de seus funcionários e dos transeuntes inocentes; ladrões e terroristas sentem o drama, mantêm-se longe e ninguém sai ferido. Mas no que fere o bolso do cliente, se o Pão de Açúcar e seus penduricalhos conseguissem fazer o mesmo que o Mundial e o Guanabara, Abílio ficaria tão mudo quanto a estátua do Borba Gato. Não duvide.
Postado por Paulo C. Barreto às 01:23 7 comentários
O sistema de posts no Blogger via email é de lascar. Além de bagunçar os acentos, só publica quando quer. Por isso alguns posts tinham saído duplicados (já corrigi): pensei que tivessem sucumbido ao buraco negro das mensagens e insisti nas tentativas. Sou mais o Multiply, recomendação cordial aos 17 leitores que não se mexem nem para um comentariozinho.
Postado por Paulo C. Barreto às 01:19 0 comentários
A morte de Vovo' Stella e' uma perda irreparavel para a cultura nacional. Nao fosse essa nota funebre, ninguem mais ia se lembrar do tempo em que ir a Disney pela Stella Barros voando Pan Am ou Varig, com uma provavel esticada em Nova York, era o supremo sonho de consumo. Isso quando a concorrencia era pouca, as operadoras de turismo nao iam muito a falencia, e um voo Rio-Miami-Rio numa empresa aerea vagabunda (como se isso fizesse muita diferenca para a garotada; meu primo achou o maximo fazer escala em Assuncao) custava mais de mil dolares, fora as taxas de embarque. E os pais realmente ricos enchiam a petizada de notas verdes para que a viagem se pagasse em compras na free shop e/ou na revenda dos dolares no paralelo. Posso jurar que muitos desses viajantes mirins fizeram carreiras em redacoes e universidades esbravejando contra o maldito imperialismo ianque. Vovo' Stella, descanse em paz.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:42 0 comentários
Aqui lembraram da Dorinha, a nova personagem da Turma da Mônica que é cega, ops, diz de si mesma que "não enxerga".
Mauricio inventa essa personagem porque é um homem de visão.
Ao mesmo tempo entra no ar um tal de Bloguinho, um mlk ki fala komu td mundu ixkrevi na Internet, kkkkkkkkkk.
E antigamente era o Chico Bento que recebia parecer negativo do MEC (imagino sempre uma junta de pós-doutorados com bigodes de Nietzche e chapeuzinhos do sobrinho do Pateta) por falar igual a um habitante de Resende. Quer dizer, os Chicos Bentos da Mauricio de Sousa Produções é que caíram de joelhos em seu deslumbramento. A revista Cebolinha, pela lógica, devia ser substituída por um fotolog.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:29 0 comentários
Portanto, aqui vai o comentário que falta lá:
Em verdade vos digo: se usuário normal desse valor a interfaces gráficas bonitinhas, teria pagado o preço de um Mac desde o começo. O que hoje ninguém ousa admitir é que, naquele tempo, ninguém em sã consciência engolia visual afrescalhado. Fora isso, o único argumento contra a janelice era o risco da ditadura da interface única. Titica de touro. No tempo do DOS cada um fazia interface como lhes desse na telha. O Windows 3.1 mandou para escanteio o modo texto, mas seu mandato visual durou pouco: logo veio a explosao da Internet a bordo dos browsers gráficos, dentro dos quais, novamente, cada webdesigner faz a interface que achar melhor.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:27 0 comentários
Voltando rapidamente ao assunto... O assunto é grande e não há muito tempo disponível para se falar de todos os catálogos inúteis (apesar de voluntariamente solicitados pela Grande Rede) que tenho recebido pelo correio. É estritamente necessário separar o joio do trigo. Nem tudo que há em Google Catalogs tem versão em papel disponível para outros países. Mas, passando um pente fino, há verdadeiros achados.
Se eu tivesse uma loja qualquer, teria achado o máximo o catálogo Hubert. Entrei no site em 17 de novembro, no dia seguinte as 868 páginas do catálogo já estavam no correio a caminho de minha residência. Nessa brincadeira, gastaram 22 dólares de frete.
E foi apenas uma dentre muitas experiências de sucesso... Depois conto o resto.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:17 0 comentários
Não vou dizer o nome da loja para escapar de processos, mas quem já passou pela situação saberá reconhecê-la.
1) Site? Que site? A poderosa rede de home centers não tem site brasileiro: só uma tradução para o português da página internacional, no que há um oceano de diferença. Portanto, não adianta usar o browser para ter uma leve idéia do que escolher dentre os 8713264873612 itens da loja: só indo lá mesmo.
2) Viaje. Um colosso comercial daqueles só cabe onde o metro quadrado de terreno seja suficientemente barato e a presença da loja não cause (muitos) problemas de tráfego. Enfim, em lugares relativamente distantes. Gaste gasolina. É a sua, não a deles.
3) Tenha tempo. Há coisas demais para serem vistas e não serem encontradas, pois umas escondem as outras e a equipe de funcionários não ajuda. Não bastasse a longa viagem, tempo perdido não volta mais. É o seu, não o deles.
4) Seja ignorado. Metade dos funcionários faltou ao serviço justamente naquele dia. Os que compareceram não podem atender porque estão misteriosamente circulando fora de suas respectivas seções. No entanto, só eles podem conferir os preços que faltam nas gôndolas, pois nem mesmo há máquinas leitoras de códigos de barras. Sim, no colosso comercial é preciso enfrentar uma fila para um funcionário digitar o código da mercadoria num terminal (modo texto - ai, ai).
5) Acredite no sistema. A loja oferece vários serviços para quem vai construir ou reformar. Quem se importa se não cumpre o que promete? Se as máquinas da serraria estiverem com defeito, você vai ser o último a saber. Não, não, não: com isso, ninguém lá está comprando o seu tempo.
6) Chegue cedo na fila. Pensa que, depois disso tudo, você vai ser atendido rapidamente na saída?
7) Pague caro. Quem mandou dispensar a opinião dos iniciados e meter-se à besta de comprar material em loja de amadores? Se você já pensou em ir a uma dessas, é porque você mora numa cidade grande, onde há mil opções mais baratas, desde que você possa achar uma vaga nas proximidades ou consiga carregar suas compras sozinho. De resto, seria como Gary North diz do Wal-Mart (o americano, não o relativamente modesto do Brasil): passar por aquelas filas é trocar tempo por dinheiro. No caso do home center, nem isso.
Postado por Paulo C. Barreto às 21:44 0 comentários
Não dá para confiar nesses posts por controle remoto. Já que o SBT Blues I não saiu, leia-o aqui em primeira mão:
Vodu é pra jacu.
Postado por Paulo C. Barreto às 00:37 0 comentários
Quando voce vai embora e eu fico... Choro... Choro... Choroooooo...
Postado por Paulo C. Barreto às 21:30 0 comentários
Essa onda de saudosismo anos 80 representa a própria diferença entre o ser e o parecer, entre a existência real e a impressão nas cuquinhas frescas e sem referência.
Sobre a geração baby boomer, um livreto diz que os longa-metragens de animação da Disney, com suas cores berrantes e atuações alucinadas, foram o verdadeiro pano de fundo das trips psicodélicas. Uma vez que as drogas não inventam imagens (só trabalham com o que o usuário já tem na cabeça) e a TV era em preto e branco, de onde mais tirariam aquele mundão de cores e fantasias?
Mas a brincadeira foi longe demais. Neguinho tem 3 anos de idade, ouve uma música over and over (não consegue escapar, pois toca sem parar no rádio). Causa uma impressão nas mentes. Como qualquer modismo de verão, a música mergulha no justo ostracismo. Discos de vinil são doados ao garrafeiro, fitas piratas são gravadas por cima, cantoras gostosinhas engordam e vão viver como donas-de-casa no subúrbio. Aí um animador-reciclador da cena contemporânea redescobre a música para sua patota. Todo mundo acha o máximo, mas ninguém consegue explicar o que a música em si tem de especial além de transportar o ouvinte de volta a um tempo de pouca preocupação e muita arrogância.
Música dos anos 80 é Sigue Sigue Sputnik, que não existia antes nem manteve existência real depois. A banda tinha um tema, montado sobre a guerra fria. Depois não houve mais espaço para União Soviética nem para perucas esquisitas. Sim, de um ou outro jeito, apesar dos intervalos, o SSS continuou a existir. Mas ou era uma remontagem do antigo, ou era uma atualização que os fãs sempre acharam chinfrim. O resto pode ser requentado ad infinitum.
Filmes anos 80, a mesma coisa. Todo mundo estima o filme mais porque foi visto por todo mundo que era alguém na sociedade ocidental civilizada (ou passava na Tela Quente/Sessão da Tarde, o que dava no mesmo) em seu tempo de criança. Fico com Paulo Francis: vá perguntar para os fãs do que é que eles lembram de marcante dos filmes-pipoca dos quais tanto gostaram. Não sai nada.
Já era grandinho o suficiente para entender as graphic novels, por isso é que achei tão baixo seu (como dizem nos videogames) replay value. Estou sendo muito cruel? Não escapa nada? OK, OK, Vanusa Spindler e três campeonatos de Nelson Piquet significam alguma coisa, não que um fenômeno tenha algo a ver com o outro.
Postado por Paulo C. Barreto às 01:05 0 comentários
Os anos 80 tiveram salvação. Foi em 1980 que um visionário hippie recebeu uma mensagem interplanetária que mostrava o circo de horrores que nos esperava nos anos seguintes: calças cigarette, Atari 2600, Aids, mullets, Ritchie, Plano Cruzado, Malt 90, programas da Xuxa, discos da Xuxa. Só uma intervenção das alturas poderia nos afastar desse castigo! O visionário convenceu gente suficiente que um OVNI desceria nos campos verdejantes de Casimiro de Abreu, uma cidade fluminense que ainda usava telefone a manivela, sem que ninguém percebesse que há uma diferença essencial entre uma nave espacial extraterrestre e um objeto voador que não é chamado de "não identificado" por acaso. Milhares de doidões fizeram vigília na pista de pouso improvisada num comovente espetáculo de cantorias violonísticas, ritos esotéricos e aditivos químicos que faziam muita gente ver discos voadores onde não existiam. As inteligências extraterrestres viram aquilo a uma distância segura e concluíram: "somos inteligências, não podemos nos misturar com essa gentalha. Vamos embora!" O assistente: "Mas e o visionário, vai ficar lá embaixo com cara de tacho?" "Por isso mesmo."
Postado por Paulo C. Barreto às 01:01 0 comentários
Mas ainda não foi solucionado o problema com o Previous Posts: qualquer acento bagunça tudo. Sugestões?
Postado por Paulo C. Barreto às 23:31 0 comentários
O crime que não houve
Tenho que tirar o chapéu para Cora Rónai na coluna de hoje. Ela, como eu, não achou crime nenhum no tal esquema ciberpornográfico que funcionava no Rio até ser estrepitosamente estourado pela polícia na última quarta-feira. Não que eu me interesse em gastar meu tempo com esse tipo de diversão. Mas uma proposta profissional me levou a conhecer por dentro o funcionamento de uma dessas produtoras. Se tivesse encontrado alguma conduta criminosa, não teria hesitado em denunciá-la.
Ano passado respondi a um anúncio de jornal procurando pessoas com experiência para conduzir salas de bate-papo. Compareci no local para uma entrevista e uma pequena experiência.
O estúdio era dividido em saletas isoladas, às quais não tive acesso físico, cada uma ocupada por uma garota em trajes sumários (não nua) e um nome-clichê qualquer, uma câmera operada por controle remoto, um alto-falante e um teclado. A câmera transmite tudo para o site enquanto taradões do mundo inteiro (menos do Brasil) entram numa sala de bate-papo e conversam em modo texto com a garota.
Mas é um pouco demais esperar que as modelos-e-atrizes consigam fazer poses desinibidas, operar o controle remoto da câmera e participar de um chat em inglês fluente. Nesta última tarefa é que entra o time de especialistas em bate-papo, enquanto as garotas só fingem que digitam.
É um trabalho que exige um certo talento. A criatividade dos digitadores é fundamental para atrair os usuários -- e seus cartões de crédito -- para as desinibidas salas privativas. Mas a firma paga muito mal, em longos expedientes e poucos intervalos, sem qualquer garantia formal ou informal além do contrato de prestação de serviços. Acendeu a luz amarela; ainda assim, não vi coisa alguma que merecesse ser denunciada.
Ou a polícia estourou o tal "bordel virtual" pelos motivos errados, ou não se incomodou em revelar os possíveis motivos certos. Nem uma palavra sobre exploração de menores, escravidão sexual, sonegação fiscal, falta de alvará, lavagem de dinheiro ou vínculo com organizações mafiosas. Pelo noticiado, as moças não sofriam sequer "assédio moral", o novo modismo fascista dos sindicatos. Se sofressem, sairia nas manchetes.
Mas notem a seletividade do precedente.
Se exibir-se diante das câmeras é crime, há um monte de produtoras de filmes que só não são garfadas porque não são taxadas de "virtuais". Ainda assim, um americano e um venezuelano foram presos por exploração de casa de prostituição e outro sócio americano está sendo procurado pela polícia. Depois dos pivetes, é a vez da polícia entrar na temporada de caça aos estrangeiros. A delegada diz que o tal site faz parte de uma organização internacional. Parabéns. Deve ser a única multinacional a se instalar no centro do Rio nos últimos dez anos. O site atendia unicamente a clientes estrangeiros, bloqueando acessos de usuários do Brasil, o que na cabeça das autoridades policiais federais deve ter alguma coisa a ver com a política arrogante e unilateralista da doutrina Bush. Os clientes pagavam em dólares. A vergonha de receber uma moeda tão desvalorizada deve ser mesmo um crime. A imagem das garotas era exportada pela Grande Rede. Riquezas nacionais, como a beleza das mulheres, não podem ser entregues à rapina do Primeiro Mundo nem virtualmente.
O mais estranho é que um site com um faturamento estimado de 100 mil reais por mês parecia ser incapaz de fazer o mesmo que todas as "casas de massagem" e "centros de lazer" que funcionam como bordéis nada virtuais: manter as portas abertas na base da propina. Pelo visto, os estrangeiros donos do negócio passaram um pente fino na lei, concluíram que a transmissão das imagens das meninas não feria nenhum artigo do Código Penal e pensaram que a lei seria interpretada a seu favor, de modo que não precisariam molhar a mão de ninguém. No Brasil, onde não se consegue nem vender chiclete na esquina sem se dobrar ao poderoso do pedaço. Otários.
Postado por Paulo C. Barreto às 20:29 0 comentários
Bad, bad server. No donut for you.
Chove e chove, mas isso nada tem a ver com as falhas do Orkut. Nada funciona direito. Uns 70 por cento de brasileiros (não vou me dar ao trabalho de reconferir as estatísticas, se é que o Orkut não falharia também ao exibi-las) num site até hoje despreparado para não-americanos. Sem contar os usuários brasileiros que dizem que são de outros países, na esperança de que os malditos servidores imperialistas ianques passem a tratá-los melhor. É uma realidade inescapável. Antigamente um grande site precisava temer ataques DDoS, coisa de picaretas. Hoje precisa rezar para não virar modismo de honestos e inocentes bicões brasileiros. Um dia a Google Inc. vai notar o tamanho do abacaxi do Orkut. O site está em eterna versão beta. Um dia vai cobrar pelo serviço. Por enquanto, tem pelo menos 70 por cento de usuários que se acham bons demais para pagar um centavo que seja pelo serviço e ainda pensam que estão em casa. Os incomodados se mudaram, o que diminui ainda mais a chance de o Orkut conseguir usuários pagantes. Toda essa galera brasileira é boa para fazer número e valorizar o negócio, como se fez tanto na bolha pontocom. Quando chegar o dia do juízo, o Orkut vai ter que começar a cobrar, o que equivale a desplugar a maioria dos brasileiros, o que -- na cabeça do usuário prejudicado -- é motivo para conflito diplomático entre Brasil e Estados Unidos.
Ou a Google Inc. acaba com o Orkut, ou o Brasil unido acaba com a Google Inc. afundando o Orkut. Vamos lá, gente bronzeada! O impávido colosso ainda chegará lá.
Postado por Paulo C. Barreto às 00:05 0 comentários
[ah, os acentos...]
Minha mais nova diversao e' pedir catalogos de compras. Aqueles que vem pelo correio, cheios de paginas multicoloridas oferecendo cacarecos que voce nao vai comprar nunca. Com as bencaos da Internet, nunca foi tao facil solicitar esses catalogos. Pelo menos os remanescentes: com as bencaos da Internet, nunca pareceu tao caro enviar catalogos de papel a consumidores potenciais. Azar o deles.
Uma busca gugonautica com as palavras-chaves certas revela muitas lojas oferecendo catalogos pelo correio. Algumas ate' no Brasil. E' verdade que por aqui nunca houve muita tradicao de catalogos (descontando Avon, Natura e similares, que dependem de um exercito de demonstradoras, nao de reembolso postal), e a que tinha foi amplamente superada pelo sucesso das lojas estritamente online ou mergulhou nas profundezas sub-interneticas da existencia. Ha' um catalogo tao famoso quanto inutil na cidade grande, pois ha' as alternativas da propria loja real, das lojas concorrentes da real e do mercado popular (no names, please) que concorre com todos. Talvez por isso o formulario online para pedido de catalogo nao funciona. Resumindo: se nao tiver tempo de sobra, desista de catar sites brasileiros em busca de catalogos de papel. Vá direto ao Santo Graal... o que sera' explicado em novo post.
Postado por Paulo C. Barreto às 16:58 0 comentários
Qualquer passeio pelo eBay ou pelo Mercado Livre revela quanto valem aqueles cacarecos que voce jogou fora ha' tempos para desocupar espaco. Quer dizer, sao valiosos exatamente porque quase todo mundo os jogou fora ao fim da infancia.
Quero de volta aquela Computer Shopper de 1993, comprada a duras penas no tempo em que qualquer livraria decente a vendia (ate' em Niteroi). Uns 3,5 cm de espessura. Musculacao de micreiro era ler Computer Shopper em pe' no onibus.
Aquela edicao, esqueci o mes de 1993, comparava o NT 3.5 com o OS/2 2.1, classificava o 486 DX2/66 de "speed demon" e vinha com uma parrudissima lista de BBSs americanos que usei como modelo para a lista de BBSs brasileiros incluida no meu projeto experimental de faculdade.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:09 0 comentários
A única esperança de se escapar do spam é um filtro em múltiplas camadas.
As mensagens a mim destinadas são filtradas pelo Pobox e repassadas a duas caixas postais: a do UOL e a do Gmail, cada uma com seu próprio filtro. Isoladamente, nenhum deles é cem por cento. Mas há uns melhores que os outros.
O Pobox já teve piores dias. Acertou a mão, mas só pega os spams mais óbvios. O UOL é fraquíssimo. Incapaz de fazer um filtro que preste, criou dois: um limitado e difícil de usar, outro metido a espanta-intrusos que não consegue cumprir a expectativa nem do básico do básico. E é tudo lento, lento, muito lento. A interface de webmail é uma piada. Por que continuam usando, então?
a) Porque já estão acostumados e sabem como custa caro trocar de endereço. Errado. Não há um provedor sequer que mereça esse nível de confiança. Mas não é bem isso que os usuários pensam até que os provedores dêem uma rasteira. Acontece muito. Manter endrereço permanente não é serviço para provedores. E custa caríssimo: 15 dólares por ano. Além dos penduricalhos de antispam adicionados com o passar dos anos, o serviço básico continua o mesmo de sempre, o preço de tudo em Internet desabou desde 1995, mas o preço do Pobox não baixou nem um níquel. Mas por que um usuário comum, ou seja, o que não tem negócios sérios por e-mail que compensem o pente fino no spam, teria tanto interesse em manter um endereço permanente? Se o endereço é sempre o mesmo para os amigos, também o é para os spammers. Ninguém quer pagar para ter problemas. O Cxpostal, concorrente brasileiro do Pobox, afundou. Pouca gente entendeu como funcionava, poucos tinham dinheiro para a anuidade e poucos acharam útil.
b) Porque foram obrigados a assinar um provedor para o ADSL. Errado. Por que o UOL? Só porque tem mais quilometragem? A contratação de provedor como condição sine qua non para uso de ADSL é equivalente à exigência de extintor de incêndio nos carros: você, súdito otário, pensa que é útil para alguma coisa, mas não é. A exigência deve ser contestada até o fim. Não vá na conversa mole dos provedores que se enrolam na bandeira nacional para "argumentar" algo diferente. Celso Furtado já morreu.
c) Porque têm acesso a alguma coisa parecida com conteúdo exclusivo. Mais ou menos, o que tem pouco ou nada a a ver com o problema do e-mail em si. O mito do conteúdo exclusivo chegou ao Brasil tarde e fora de contexto. Antes, muito antes, da Internet comercial já existiam AOL, CompuServe, Prodigy, GEnie (a grafia era assim mesmo) e outros megaBBSs, cada um com seu mundinho, seus serviços, suas salas de bate papo, seu programa de navegação. Diante da concorrência da Internet, alguns fecharam as portas, uns menores foram absorvidos pelos maiores. Os sobreviventes, mui relutantemente, atenderam aos clamores do povo e abriram canais para a Internet, o que, na prática, os tornava apêndices da Grande Rede. UOL não passou por nada disso e quer fazer para si o berço esplêndido que o AOL perdeu no tempo da Nasdaq em alta. Tá se achando.
d) Porque pelo menos é um serviço pago, sujeito a responsabilidade. Em termos. No momento em que não fizer jus a essa responsabilidade, babau. Aí vale a dica do Pobox. E quem precisa pagar os tubos para conseguir uma caixa postal paga, quando os grátis disputam quem oferece mais espaço para armazenar mensagens? Façam o cálculo custo/benefício. O Gmail pode não ser o melhor nem o mais recomendável, mas lançou exemplos dignos de ser seguidos: parou de procurar lucro no racionamento Tio Patinhas de storage, libertou o usuário da ditadura de programas de e-mail pesados e ineficientes, tem uma interface simples e primorosa, e seu mecanismo antispam funciona de verdade. Um dia os concorrentes vão chegar lá.
Postado por Paulo C. Barreto às 23:19 0 comentários
Mais sobre o conto do vigário das impressoras a jato de tinta. Lembro bem do tempo em que a tecnologia existia, mas não era muito comum. As primeiras jatos-de-tinta não imprimiam em cores. Preto-e-branco por preto-e-branco, as lasers (tinta cara, máquina caríssima) davam melhores resultados e todos tinham matriciais (tinta a preço de banana, máquina razoavelmente barata, a produção em escala mantinha os preços baixos). Pelo menos eram pequenas e silenciosas. A febre começou mesmo quando se popularizou o recurso de impressão em cores, em meados dos anos 90. Ao mesmo tempo, proliferaram os truques para recarga de cartuchos. Comprei uma minúscula HP 310 em 1995. 300 dólares, sem cor opcional, sem alimentador semiautomático opcional. Os cartuchos não eram exatamente baratos, mas não havia o conceito de que tivessem que ser tão caros quanto a própria impressora. Recarregar era fácil. Qualquer loja de informática vendia kits para qualquer um fazer em casa. Vinha uma espécie de seringa. Usei a tinta do kit, comprei um vidro de tinta de caneta e continuei usando a mesma seringa. A única renda garantida da HP vinha do fato de que os cartuchos não duravam para sempre. Depois o cartucho foi trocado pela própria HP por um modelo mais novo e mais difícil de recarregar. Os vendedores de kits de recarga, espertíssimos, logo se adaptaram à nova realidade. Até que, pouco depois, a HP tirou o cartucho de linha, o que tornou a 310 um elefante branco.
Daí em diante, HP, Canon, Epson e Lexmark se uniram em torno do mesmo ideal: criar arapucas para inflacionar o consumo de tinta, dificultar o reaproveitamento dos cartuchos e induzir o usuário a substituir cartuchos prematuramente.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:54 1 comentários
Uma data que nao se pode deixar passar. Alem de ser mais conhecido como "dia do Arariboia", aniversario de Niteroi, o 22 de novembro foi um marco pessoal: nessa data, em 1992, compareci a meu primeiro encontro de usuarios, ainda na era pre-internetica.
Acessava um BBS chamado WSE, no qual eu conseguia creditos de uso enviando cartas ao SysOp (seu escritorio era no caminho do estagio que eu fazia; deixava o envelope com o porteiro do predio), muito semelhante, em aspectos tecnicos e publicos coincidentes, a outro BBS maior, o Tex, que eu acho que nem acessava ainda porque cobrava o equivalente a cinco dolares por nao sei quantos creditos.
Pois a turma do Tex/WSE, espontaneamente, armou um encontro estilo flash mob (o termo nao existia, mas a pratica e' antiga) no Barril 1800. Foi enorme minha felicidade ao conhecer no mundo real as pessoas que frequentavam, do jeito que podiam, os servicos BBSianos.
As minhas condicoes de acesso eram precarias (nao vou me repetir sobre o MSX com modem de 300 bps, que ja' foi tema de posts), tanto que alguns BBSs realmente grandes nem aceitavam minha conexao, mas havia uma atmosfera propria 'a consciencia de que nao seria assim para sempre, que o progresso estaria logo ali na esquina.
Por isso tudo, nao consigo levar a serio a versao de luditas, petelhos, estatocratas e bebes choroes de varias especies, que em 1992 torciam o nariz para tudo que dissesse respeito a computadores, pegaram o bonde andando e se meteram a filosofar que a informatizacao e' perversa e excludente porque foi feita por filhinhos de papai com objetivos pouco "sociais".
Naquele tempo eu vivia duro, nao dei presente de Natal a ninguem, pagava equipamentos de informatica e contas de telefone (astronomicas, pois a 300 bps) com uma renda incerta, o comparecimento a qualquer encontro de usuarios me exigia uma longa viagem. Mesmo os colegas "paitrocinados" precisavam de muita determinacao, acima e alem do dinheiro, para botar um computador em casa (dependencia da muamba e da pirataria, dificuldade de uso do micro, modem como acessorio opcional, linhas telefonicas especulativas). E, naquele encontro historico, nao vi usuarios com dinheiro sobrando: bebia-se agua mineral porque custava menos. Depois e' que a situacao se inverteu: os computadores ficaram superpoderosos e hiperbaratos e a Internet se tornara realidade, enquanto os encontros degeneraram, sem muita criatividade, em sexo, drogas e roquenrou...
Postado por Paulo C. Barreto às 21:24 0 comentários
(oh-oh, mais um post sem acentos...)
Finalmente vi o filme. Nao parece feito para cinema. So' closes. Cabe direitinho numa janelinha de 12 centimetros no monitor. Interpretado por atores de TV, filmado e dirigido como um programa de TV, como de costume. O que não seria um demerito caso o cinema brasileiro parasse de fingir que sabe aproveitar os metros quadrados da tela grande e investisse nos filmes "made for TV", que, se calhar, ficarao mais interessantes que os similares americanos de psicopata-e-tribunal que passam no Supercine.
Nao foi exatamente uma experiencia marcante, mas essa coisa de dizer que o filme arranca lagrimas diz mais sobre a reverencia do critico do que sobre o filme. Mais interesante foi acompanhar as falhas de reconstituicao de epoca e os loopings na cronologia. Mostram quatro datas historicas marcantes: o atentado no Riocentro, 1 de maio de 1981, a eleicao e a morte de Tancredo, 1985, e a queda do Muro de Berlim, 9 de novembro de 1989. Fora isso, e' como dizem aqueles professores de Historia muito amigoes da galera: "nao quero ninguem decorando datas". Se colar, colou. Voltarei ao asunto.
Postado por Paulo C. Barreto às 19:10 0 comentários
A TV a cabo deveria ser toda pay-per-view. O telespectador assiste dez minutinhos de Sex and the City, o canal do Sex and the City recebe pelos dez minutinhos assistidos (descontado o tempo de exibição de comerciais). O telespectador muda para o canal do documentário das abelhas africanas, liga-se o taxímetro do canal do documentário. Quem dormir na frente da TV vai pagar caro, quem ligar a TV para "fazer ambiente", sem ninguém vendo, vai ter que pensar melhor. Zapear para desperdiçar tempo (que a operadora de TV pensa que você pensa que tem de sobra) é uma coisa. Usar o controle remoto para votar no seu orçamento de entretenimento é bem diferente.
Se cada canal a cabo tivesse seu taxímetro (excluídos os educativos e os 100% sustentados por publicidade), todos os assinantes teriam acesso a todos os canais. Acabou-se a eterna enganação dos pacotes X, Y, Z e W. Quer ter uma dúzia de canais de cinema? Estão todos lá, desde que você pague o tempo que assistir.
Seria o fim do chutômetro na contagem de audiência, o que varreria do mapa os programinhas bundas-moles e aumentaria o prestígio dos realmente populares. Muitas lourinhas filhas de subsecretários de superintendentes perderiam seus empregos, mas os anunciantes, certos do fim de décadas de enganação, orientariam seus investimentos para programas interessantes de verdade - já que, do outro lado, os consumidores fariam o mesmo.
Alguns canais poderiam ser mais caros que outros. Bloomberg, por exemplo, seria candidata natural a tarifas premium, se não fosse a concorrência da internet (o que forçaria a Bloomberg a se tornar não-tediosa de uma vez por todas).
Horário nobre poderia ter preços compatíveis com o adjetivo. Fissurado em Friends pagaria sem pestanejar. Oferta e demanda. Horários plebeus seriam baratíssimos, o que turbinaria a audiência de programas "alternativos" e botaria mais peso no outro prato do mix da programação. Aquela re-re-re-reprise de Titanic não seria mais anunciada como uma dádiva dos céus.
O plano seria moralmente irrepreensível. Se deixar a molecada solta com o controle na mão, a conta vai às alturas. Pelo menos *UM* motivo os pais terão para vigiar o que seus filhos estão vendo na TV, tarefa pedagógica a que não estão muito acostumados. Viu Cartoon Network demais? Tá lá na conta, com horários e tudo: desconte-se da mesada.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:58 2 comentários
(aspas)
A grande questao nao e' saber se Bush e' "o presidente do mundo" ou nao; a questao realmente importante e': sua vida e' tao vazia e sem sentido ao ponto do "presidente do mundo" tornar-se tao importante para voce? Sua vida e' tao pequena e absurdamente materialista? Voce nao sabe o que e' Arte? Voce nao sabe o que e' a vida do Espirito? Lamento.
(/aspas)
Desculpem, tive que tirar os acentos. A versao completa esta' em http://www.wunderblogs.com/mercuccio/archives/014073.html
Postado por Paulo C. Barreto às 13:22 0 comentários
Costanza, no primeiro piso do Rio Sul, o shopping preferido dos turistas. So' la' encontra-se o ritual completo do expresso, incluindo agua mineral gasosa 'a temperatura ambiente, um quadradinho de pao arabe e um cubinho de brownie. Uma cidade que tem um cafe' daqueles nao pode ser considerada totalmente incivilizada. E, pelo que e', o preco e' justissimo.
Postado por Paulo C. Barreto às 13:46 0 comentários
Dificilmente o futuro dos computadores, especula John C. Dvorak. Projetos muito bonitinhos, os da motherboard reduzida. Meu favorito e' o que cabe na caixa do Windows XP. Consomem pouca energia. E enchem seus criadores de orgulho. Mas quanto custam? Se juntar os componentes, todos caros, muitos fora do padrao, e um monitor realmente bom (LCD, naturalmente), chegaremos quase ao preco de um notebook, so' que pouco portatil comparado ao proprio notebook e de baixo poder de fogo comparado a qualquer micro "normal".
Uma fonte de boa reputacao no mercado de informatica, sabendo que o distinto publico adora uma teoria conspiratoria, diz que os comerciantes orquestram uma barreira contra a entrada de placas Mini-ITX no Brasil; dessa forma, forcam a continuidade da orgia de upgrades, seu ganha-pao. Por isso e' que nos centros de compras de informatica nem se ouve falar em Mini-ITX. Nao seria mais facil dizer que nao vendem as plaquinhas porque sao caras demais para o bico do usuario medio?
O futuro guarda um notebook para voce.
Postado por Paulo C. Barreto às 19:15 0 comentários
E' muito divertido o sentimento retro-pirata-chic de elevar 'a condicao de "classicos" Made in Brazil uns clones nao-autorizados de micros internacionais dos anos 80, principalmente quando isso leva colecionadores fissurados 'a defesa de alguma especie de "controle" semelhante 'a reserva de mercado, fato gerador de todos aqueles cacarecos ("nao sou contra a abertura da economia, mas..."), inspirados no tempo em que teriamos tido uma industria de informatica digna de orgulho, o que na verdade diz mais sobre o usuario do que sobre os meritos do computador: em sua mente em formacao, usuario de fraldas se sente num mundo fofinho e coloridinho de fazer inveja ao Hello Kitty World, que fica ainda mais interessante quando os usuarios de micros domesticos cabem numa Kombi (a propria reserva de mercado assegura a raridade) e voce se orgulha de fazer parte dessa patota.
Ate' ai', tudo bem; a gente nao concorda, mas entende. Dai' a um pulinho emergiu a teoria de que o uso de computador esta' cada vez mais chato: ninguem mais quer fazer as coisas, pois ja' esta' tudo pronto e nao ha' mais o impulso de se fazer o maximo com o minimo. Na falta de um programa especifico, programava-se em casa. Na falta de disquetes ou similares, digitava-se longas listagens em tecladinhos que nem sempre eram grandes coisas (zzzzz, ronc, zzzzz). E a computacao grafica...
A virada de 1982 para 1983 foi um divisor de aguas para quem ainda imaginava o computador como uma maquina de engolir e expelir dados: o filme Tron e as primeiras aberturas computadorizadas de Hans Donner na Globo. Fiquem 'a vontade para desconsiderar o filme, que virou atestado de nerdice, o que nao tira a impressao do molecao aqui, aos 11 incompletos, babando com a cenografia virtual, arte ate entao inexistente no mainstream cinematografico. Vamos ficar com Hans, que continua vivo e se mexendo, entao seguidor da mesma linha de Tron: formas geometricas muito basicas, incapazes de negar suas origens matematicas (um excelente exemplo e' o da abertura do Fantastico de 1983; quem lembra?). E pensar que uma vinhetinha de cinco segundos levava uma semana inteira para ser feita, mesmo que a Globo fornecesse todo o equipamento e estagiarios que Hans pedisse.
Depois de todos esses anos acompanhando as aberturas da Globo, aquelas antigas me parecem melhores do que nunca. Obvio. Nos anos 80 Hans Donner praticamente so' podia ser comparado a si mesmo; ninguem fazia trabalho semelhante no Brasil, os similares das TVs do resto do mundo nao chegavam aqui, a experiencia de Tron nao fizera muitos seguidores em Hollywood. Nao me arrisco a dizer quando Hans comecou a ficar ruim. Na mal falada abertura de Renascer, 1993, o estrago ja' estava feito, ele sabia que jamais teria concorrencia de verdade no Brasil, que as aberturas (computadorizadas ou nao) eram especie em extincao e que era melhor ficar conhecido como marido da Globeleza.
Enquanto isso, Hollywood da' seguidas demonstracoes de como transformar sua propria computacao grafica numa commodity cada vez menos impressionante. Veio O Exterminador do Futuro 2 para revolucionar todos os conceitos de computacao grafica no cinema. Depois, Jurassic Park para revolucionar todos os conceitos de computacao etc. Depois, O Maskara para revolucionar todos os conceitos etc. Depois, Toy Story para revolucionar todos etc. Depois, The Matrix para etc. (a lista esta' longe de ser completa, mas voces entenderam). Em cada um deles, um documentariozinho promocional, um diretor falando como se estivesse algumas doses acima da Humanidade, uma sala sombria com dez duzias de computadores pilotados por negros e orientais, rabiscos que viram wireframes que viram imagens finais... O cinefilo notou um padrao.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:11 0 comentários
O Tiezzi (http://tiezzi.wunderblogs.com/) esta' surfando nas ondas das grandes solucoes (nao posso deixar de mencionar a palavra-fetiche; tenho uma cota vocabular a cumprir). Irmaos Metralha Ltda. e' a preferida. Necessaria. Incrivel como gente "normal" nao consegue cometer um crimezinho besta sem meter os pes pelas maos, o que o Corujao e o Supercine nos ensinam exaustivamente. Chefe-de-familia-exemplar pega os habitos de tomar drogas para musculacao e espancar a mulher todo dia, o segundo consequencia do primeiro. A mulher nao aguenta mais e contrata uns bandidinhos pes-de-chinelo para dar um fim no conjuge. O resultado voces podem imaginar: se fosse trabalho da mafia, nao dos genericos a 1,99, o filme nao renderia nem um curta-metragem nem mereceria ser discutido aqui. Ouviu-se no tribunal: "Se voce tivesse matado com suas proprias maos, nem seria presa." Esqueci o titulo do filme.
Para quem acha que potencial escandaloso cinematografico se mede pela quantidade de "fuck" pronunciados por minuto, "Bully" aproveita fatos reais (prefiro fatos ficticios ou ficcoes reais) para levar a mesma moral: bandido e' bandido, garoto de familia e' garoto de familia. Procurem um spoiler na rede para nao terem que enfrentar a provacao de realmente assistir ao filme. Basta dizer: que falta fazem os duelos.
Postado por Paulo C. Barreto às 14:34 1 comentários
Eh claro que voce, macaco velho em Blogger, ja' estava careca de saber que a postagem por email nao suporta acentos (ainda). De qualquer forma, aguentem.
Postado por Paulo C. Barreto às 14:09 0 comentários
Psicanalise e' um estado de espirito. Cocegas? Voce e' que acha que sente porque botaram isso na sua cabeca.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:58 0 comentários
Psicanálise fede a picaretagem. Mas o lobby é fortÃssimo. Quando eu tinha onze anos, uma orientadora educacional convenceu meus pais de que eu ficaria muito melhor se o dinheiro deles fosse para a conta da terapeuta. Nunca levei a sério: nem a decoração modernete do consultório prestava. Não dava resposta nenhuma, o que me levava a crer que seria melhor conversar com os gnomos. Mas já que era gente grande que achava que o troço era melhor do que me parecia, quem era eu para discutir? O tratamento naufragou de vez quando tive uns livrinhos furtados por um colega "de confiança" que costumava ir lá em casa. Contei isso à terapeuta. Ela perguntou: "Qual era a importância daqueles livros para você?" Deixe-me ver se entendi: eu, como vÃtima de furto, deveria cumprir meu papel habitual de otário brasileiro e pular de alegria? O crime não tinha acontecido fora da minha delirante cabeça animal? Tudo não passou de uma diferença de pontos de vista, a diferença entre um furto e uma locação não-autorizada? Ou, se doutora Fulana ignorava totalmente a importância do produto do furto, é porque não tinha importância mesmo?
Postado por Paulo C. Barreto às 18:08 0 comentários
Testando novamente... Isto é um texto
Postado por Paulo C. Barreto às 16:30 0 comentários
Sufrágio universal é aquele para escoher o governante do Universo e ao qual todo o Universo tem a obrigação de comparecer, não excluindo crianças, analfabtos, internautas ki ixkrevi axxim, militantes do PSTU, senhoras com mal de Alzheimer, colunistas políticos, ianomâmis, surfistas calhordas, presidiários, carnavalescos, pingüins de geladeira, homens-bomba, carmelitas descalças, o porteiro do meu edifício, o cara que mijou no muro na minha rua. Cada cidadão, um voto.
Postado por Paulo C. Barreto às 10:30 1 comentários
Meu professor inesquecível
Com a oportuna escalação de Eduardo Neiva, brasileiro, professor da Universidade do Alabama em Birmingham, para o time de comentaristas da campanha eleitoral americana, enfim O Globo escapa do embrulho armado por si mesmo: palpites que posam de exposição de fatos, ideologia que posa de neutralidade e reprodução descontextualizada (que palavra!) de despachos internacionais como se fossem... Ora, seu verme, se deu no New York Times, quem você pensa que é para discutir?
Em meus tempos de, com o perdão das más palavras, estudante de Comunicação na UFF, tive uma única disciplina com Neiva, mas foi o que bastou para torná-lo inesquecível. Eis a distância de anos-luz entre Neiva e a maioria de seus colegas professores: ele não estava lá para brincadeira. Trouxe dignidade, dentro do pouco que era possível, à cadeira que ocupava.
Num tempo em que professores não eram exatamente famosos pela observância ao horário, ele começava a aula às 18 horas em ponto, e -- milagre! -- não faltava. Os alunos, mal acostumado com os quebradores de galho, protestaram no ato. Diziam que trabalhavam longe, não podiam chegar a tempo. Neiva respondeu no ato: "Ninguém enganou vocês quanto à hora de início da aula; está lá na grade curricular."
Fazia questão de apagar o quadro com um papel amassado qualquer (se fosse pela conveniência, poderia ter comprado um apagador baratinho em qualquer papelaria) para que não faltassem testemunhas da graça e do veneno da administração universitária, incapaz de destinar a um professor um apagador de verdade.
É claro, foi denunciado certa vez por ter furado uma greve. Só com o tempo é que fui ver o quanto euzinho, como aluno, fui prejudicado profundamente pelas semanas e semanas sem aulas. Peixe não tem consciência de que vive na água.
Dava aulas de verdade, plenamente compreensíveis. Quem aprendesse, passava; quem não aprendesse, levava bomba. Não era preciso tentar adivinhar o que ele esperaria de nós. Que diferença dos outros. Se Derrida afirmar X, é um gênio. Se eu afirmar o mesmo X com outras palavras numa prova, não passo de um 5,5. Vai ver que fui eu que não entendi que aquela nota tanto poderia ser uma nota como poderia não ser, ou as duas coisas ao mesmo tempo, ou vice-versa...
Outra coisa que Neiva tinha de sobra: senso de humor de verdade, não esse cruzamento de bufonaria e grosseria (que só aumentou quanto mais moças chegaram aos bancos universitários) usada para apoiar agendas específicas. Professor típico dá de barato que aluno de faculdade está muito bem em seu mundinho de menininhos, e seria uma agressão inominável pretender educá-lo (conduzi-lo para fora) de modo que ambos saiam de suas zonas de conforto. Por essas e outras é que hoje Bâsh é escr*, Bâsh é b*b*ca e Bâsh é f* da p*, argumentos profundíssimos que conferem brilho de santidade aos argumentadores e provavelmente deixam trêmulos os joelhos na Casa Branca.
Não faltaram oportunidades para Neiva tirar uma com a cara dos alunos, cada vez mais espantados com a necessidade de se estudar alguma coisa a sério. Um dia ele indicou um livro dele mesmo (eis a capa). Estava certíssimo: se o professor não confiar nele mesmo como autor, em quem mais deveria? Antes que os "ai, que saco" ganhassem volume, ele explicou: "Se eu fosse depender das vendas de livros meus para os alunos, agora eu estaria numa ilha no Caribe tomando água de coco e cercado de lindas mulheres."
Não passou trabalhos absurdos. Quer dizer, não inventou pretextos para poupar a si mesmo de dar aulas. Em compensação, as provas vieram com o máximo rigor. Alguns alunos não acreditaram no que viram. 90 por cento da turma foi para a final. Uma besta perguntou se era prova de consulta. Resposta: "Eu, dar prova de consulta? Só no dia em que galinha criar dente." Pediram esclarecimentos do que ele queria dizer com a questão A ou a questão B. Respondeu: "Não digo nada. Estou como aquele filme que vi ontem: Quanto mais idiota melhor."
*****
Pouco antes dessa fase, Neiva foi entrevistado pelo Informática Etc. como usuário de longo curso, o que, naquele tempo, era algo digno de nota (em geral, professores de Humanas andavam e andavam para computadores). Sentenciou: impressora, só a laser. É verdade que, em tempos de reserva de mercado, uma laser era caríssima no Brasil e as matriciais ainda dominavam. Mas a ficha ainda não caiu.
Desde então o preço das lasers só não despencou mais rapidamente que o das jato-de-tinta, evidenciando o maior conto do vigário da história da informática (a rapinagem é tão grande que até cartucho preto virou acessório "opcional"). São frágeis, sua tinta custa uma fortuna e só funcionam enquanto existirem cartuchos compatíveis.
Por que os odiadores do grande capital monopolista e opressor etc. etc. não dão um pio? Burocrativistas não pagam pela tinta que usam. Quem se guia pela emoção barata (literalmente) de pagar pouco pela máquina e achar que faz um bom negócio são os outros, não eles. E a Campanha contra a Fome recolhe cartuchos vazios (quando a própria indústria não inventa truques de hardware e software para torná-los inaproveitáveis), que devem render uma boa grana. Podemos esperar um futuro risonho e franco para esses engodos eletrônicos.
No reverso da medalha, a galera retrocede ao tempo das impressoras matriciais, desconfiando -- com razão -- que a tinta baratinha compensa a lentidão, a barulheira, os resultados pífios e o preço da máquina (quase o de uma laser). E destacar remalina é tão romântico...
*****
Em seu artigo inaugural na série, "Dois estilos e um abismo entre eles", publicado no último domingo, Neiva foi incisivo contra a empáfia de nossos politicólogos:
Pelo que pude perceber, os extremos da pirâmide social americana reservam sua confiança para Bush. Os mais educados, em geral, inclinam-se na direção de Kerry. É um erro crasso, produto de desconhecimento dos EUA, achar que Bush dirige-se a essa ficção preguiçosa e injustificável que seria "o americano médio". O quadro de afinidades políticas, nesta eleição, é mais complexo.
Curiosamente, a visão de Neiva sobre o eleitorado de Bush acabou sendo muito semelhante a uma análise de esquerda dos três C que elegeram Collor: canalhas, covardes e capiaus (na verdade, não eram "covardes", mas outro adjetivo começando com C que prefiro não citar). A diferença é que, naquele tempo, nenhum "analista" ousou dizer que o resultado da eleição expressava a vontade do "brasileiro médio". Que facilidade os pascácios têm de se colocar fora do país, fora do mundo, fora do universo. Talvez lá de Birmingham o professor Neiva enxergue isso melhor que qualquer um dos locais.
Postado por Paulo C. Barreto às 01:24 0 comentários
É fantástico. O português(1) da novela(2), quando fala, mexe o queixo para frente, para trás e para os lados.
1) O único taxista da Vila São Miguel, bairro que os moradores de Duque de Caxias insistem que só existe na cabeça de Aguinaldo Silva.
2) Senhora do Destino, na Globo, começa mais ou menos às nove da noite.
Postado por Paulo C. Barreto às 21:43 0 comentários
OK, o livrinho não é longo, não é profundo, sua leitura não dura mais que uma viagem de ônibus do Rio a Niterói. Mas são uns 50 minutos bem aproveitados. É verdade que o conde de Gobineau tinha umas idéias de jerico sobre a inferioridade da raça brasileira. Mas, no século 19, quem não tinha? Fora esse detalhe, o conde era um escritor privilegiado e observador afiado de seu ambiente, como atesta a copiosa produção de cartas em seu período no Brasil. É representante de uma arte que, em grande parte, se perdeu em computadores, salas de chat e blogs como este. O que seria de Gobineau se, naquele tempo, ele dispusesse das facilidades técnicas de hoje? É o que veremos nos próximos posts.
Postado por Paulo C. Barreto às 12:26 0 comentários
Postado por Paulo C. Barreto às 11:35 0 comentários
Fechando a tampa. Esta é minha última caixa de disquetes. Quer dizer: foi. Já a mandei para o lixo, recheada de floppies vazios, alguns que já acumulavam cinco anos de uso e mais cinco de aposentadoria. Desde a compra do primeiro Zip Drive (gravadores de CDs ainda eram caros demais), em fins de 1997, a maioria dos disquetes perdeu a razão de ser. Joguei muitos e muitos fora; os que aparecem na foto são os sobreviventes de uma população que lotava umas cinco dessas caixas. E mesmo os disquinhos usados para transporte básico de dados foram consumidos pelo tempo, pelas redes e pelos CDs graváveis. Só guardei dois floppies realmente históricos, originalmente de dupla densidade (720K) com capacidade duplicada para 1,44 MB pelo método Black & Decker. Quem viveu aquele tempo sabe do que estou falando.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:32 0 comentários
Os laboratórios fotográficos são um fracasso. Sempre, sempre, sempre foi uma raridade encontrar um que não fosse careiro, cumprisse os prazos, oferecesse produtos não reprováveis em qualidade e variedade, tivesse balconistas que entendessem do assunto e não tentasse empurrar para o otário do lado de fora do balcão a responsabilidade pelos erros de laboratório. Ou você paga rios de dinheiro para conseguir (quase) exatamente o que deseja, ou é atendido por um palerma que pensa que você é mais palerma ainda.
Poderia muito bem citar uma ou outra exceção, mas já não adianta muito: coisa dos tempos perdidos do filme químico. Havia poucos laboratórios industriais para fotos coloridas (em preto e branco, bem ou mal, era até possível fazer tudo sozinho na faculdade). Então as lojas de fotos serviam como meras despachantes de uma coisa maior. Seu trabalho era enviar e receber malotes. Mas os preços continuavam altos, e subiram mais ainda com a proliferação dos minilabs de "uma hora" e dos "45 minutos" (sem falar que nada me convence que o resultado dos minilabs não seja inferior ao dos grandões, mas é difícil fazer uma comparação).
Por que é que os amadores estão lançando fundo do baú suas câmeras convencionais e esnobando os rolinhos de 35 milímetros? Usando-se um filme de 36 poses é preciso pagar a revelação e ampliação de todas as 36, boas ou más. No método digital, sem o custo do filme, pode-se tirar quinhentas fotos e escolher meia dúzia para impressão. O equipamento para isso custa uma fração do preço dos "velhos" minilabs. No entanto, é a barreira que resta para a foto digital se popularizar de vez.
Fui tentar a sorte perto de casa. Não digo qual era a loja para não levar um processo. Minha esposa perguntou logo: aceitam Memory Stick? Nada feito; só disquetes ou CDs. Não que fosse um problema copiar as fotos para CDs. Mas imagine o drama dos turistas estrangeiros, muito comuns neste bairro, com seus cartões recheados de fotos, procurando uma impressão rápida. Rápida? Quando cheguei à loja, já com CD gravado, é que entendi por que não aceitavam os cartõezinhos de memória: o CD teria que ser enviado por malote ao laboratório para entrega daí a dois dias.
Mas o buraco era ainda mais embaixo. A moça perguntou se eu queria deixar o serviço pago. Perguntei: "Como é que eu faço para ver quantas fotos há no CD?" Não houve resposta. A loja-despachante não tinha nem sequer uma maquininha capaz de ler um CD! Isso pelo menos por enquanto, pois a aparelhagem para impressão de fotos estava para chegar. Não duvido.
Postado por Paulo C. Barreto às 10:52 0 comentários
O casal Banco do Brasil é formado por Carla e Marcos. Mera coincidência.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:33 0 comentários
Michael, como convém a um Michael típico, nasceu na Baixada Fluminense. Não era lindão nem tinha corpo de Mister Universo, mas levava todas as moçoilas ao delírio. E sem fazer sexo de verdade. Michael simulava atos sexuais como Spielberg simula dinossauros nos filmes: a imitação é tão realista que a parceira nem precisa mais se lembrar de que o verdadeiro existe. Mulheres de fino trato, de todas as idades, formavam fila na porta de Michael para se entregar a orgasmos múltiplos no mais perfeito simulacro daquilo que os desembargadores de Goiás chamam de "contubérnio", se bem que nenhuma mulher que tenha se jogado nos braços simulados de Michael tenha ousado chamar aquilo de um nome tão feio.
Jamais alguém descobriu a técnica de sexo de mentirinha hiper-realista de Michael. Não adianta procurar no Google. Como um Mister M antes de abrir o bico, ele mantinha segredo total dos truques. Tudo que se sabe é que Michael tirava a roupa, despia a parceira e os dois (geralmente, mas não necessariamente) se deitavam para que o ato tivesse toda a pinta de sexual de fato. Daí em diante, viajava a imaginação dos rivais de Michael. Como ele fazia a parceira acreditar que tinha seu ponto G massageado por um parceiro a meio metro de distância? Como ele desenrolava uma camisinha sobre algo inexistente? Como ele usava a língua sem abrir a boca? E como é que ele ainda simulava uma penetração completa e profunda, com direito a algo que até então nenhum homem jamais conseguira -- fingir o orgasmo?
E depois do ato venéreo inexistente, acendendo um cigarrinho paraguaio e arrematando com a marca dos canastrões de alcova, Michael perguntava:
-- Foi bom, meu bem?
Ela respondia, revirando os olhos com a lembrança do último gozo:
-- Uau! Eu sei que é tudo mentira, mas as suas intenções são as mais bem-dotadas que já vi.
Postado por Paulo C. Barreto às 00:46 1 comentários
Vexame médico
Enfim a tarde, quase noite, do exame pré-admissional. Levei comigo os necessários quilos e quilos de exames de sangue. Começa-se a dar o sangue antes mesmo do trabalho.
De cara, um longo questionário sobre o background (desculpem o palavrão) de saúde do candidato. Seguindo instruções de alto gabarito, marquei cruzinhas em todos os quadradinhos que indicavam que estava tudo bem, tudo ótimo, tanto comigo quanto com meus parentes.
Por que o médico, como gente civilizada, simplesmente não pergunta: "E aí, como vai? E a família?"
O exame diz que meu colesterol está meio alto, mas com uma ressalva do tipo "Isto que você acabou de ler não necessariamente significa isto; você, que não deu ouvidos ao papai e se formou em qualquer coisa menos medicina (se é que se formou), é um reles mortal incapaz de interpretar o resultado mais óbvio". Obedientemente, fiquei calado até que o médico sentenciou: "O seu colesterol está alto." Caminhada três vezes por semana. Acho bom cooperar; as câmeras do Departamento Médico podem estar espetadas em postes por aí.
Mas se índice de colesterol fosse eliminatório, muitos colegas já teriam dançado há tempos.
Postado por Paulo C. Barreto às 00:07 0 comentários
Adeus
N�o paro de refletir sobre a trag�dia, mas parece que a ficha ainda n�o caiu. Tenho que me pronunciar. Hoje � a missa de s�timo dia do amigo Fernando Villela, o FerVil, mais um carioca ca�ado e abatido pelos invasores de sua pr�pria cidade.
Postado por Paulo C. Barreto às 14:21 0 comentários
A notícia que todos esperavam... Todos?
Fenasoft começa dia 29, com 3 eventos paralelos
Este ano, a Fenasoft (que já foi a maior feira de tecnologia da América Latina) acontece entre 29 de junho e 1º de julho e vai ocupar apenas um dos pavilhões do Expo Center Norte, o branco, mesmo abrigando três eventos paralelos. Mais...
Comentário: É por essas e outras que mal se ouvia falar de Fenasoft. Começou, há anos e anos, com números hiperturbinados pelo marketing. Perdeu totalmente o foco. Mudou-se para o Expo Center Norte, o que já representava um encolhimento (porém, não nego as vantagens técnicas do Expo em relação ao Anhembi). Começou a sair em datas esquisitas. Sofreu concorrência crescente da Telexpo.
Antes eu estava no time da Cora Rónai, apoiando a proposta de oficializar a convergência inexorável: juntar Comdex, Telexpo, UD e Fenasoft numa feira só. Corrijo-me. Apóio a fusão da Comdex com a Telexpo e a UD, é o que basta.
Postado por Paulo C. Barreto às 13:19 0 comentários
Estou de volta à programação normal. Podem mandar seus recadinhos!
Postado por Paulo C. Barreto às 00:13 0 comentários
Rio, aqui vou eu
Estarei na Cidade Maravilhosa por quatro dias seguidos. É um recorde. Contatos? Na prática, só por celular. Você sabe o número, não sabe?
Postado por Paulo C. Barreto às 02:44 0 comentários
A maldição do cocar (reloaded)
Eu não disse que a coroa emplumada era poderosa? Quando deste post, a matéria escandalosa do New York Times não era escandalosa coisíssima nenhuma: era só uma entre as zilhões que o jornalão publica todo domingo. Enquanto isso, para os apalermados leitores no Brasil... Está tudo aqui.
E obrigado aos leitores que têm deixado comentários! O que está esperando? Junte-se a eles!
Postado por Paulo C. Barreto às 21:50
Postado por Paulo C. Barreto às 13:40 0 comentários
E eu nem sou contra
Orkut é um suceso arrasador no Brasil por uma feliz combinação de fatores: brasileiro gosta de tudo grátis, brasileiro quer dar uma de amiguinho de todo mundo, brasileiro não leva nada muito a sério e brasileiro tem tempo sobrando para essas coisas.
Postado por Paulo C. Barreto às 19:33 0 comentários
Postado por Paulo C. Barreto às 19:31 0 comentários
Recordar é viver. Quer saber como se falava de emuladores antes da febre de Kazaa, eMule e similares? Eis o original, datado de 26 de agosto de 1997, de matéria que fiz para a saudosa revista Internet.br...
(Disclaimer: o texto foi copiado e colado do jeito que estava, sem atualização de informações e sem verificação de links)
Emuladores: A volta dos bons velhinhos
Um turbilhão de programas ressuscita antigos sistemas de micros e videogames e espalha febre na Internet
por P.C.Barreto
Imagine a cena: típico usuário de computador cumpre mais um tedioso expediente de trabalho, chega em casa, senta-se diante de seu possante Pentium II-64MB-3D-DVD-25 polegadas, espera ansiosamente o boot da máquina, aponta o mouse para o ícone "Come-Come" no centro do desktop, clica duas vezes e... a tela fica preta e surge um labirinto colorido em que uma sorridente cabeça com anteninhas precisa fugir dos fantasmas enquanto persegue uma minhoca extraterrestre!
E não é um Come-Come reescrito para o PC, mas exatamente o mesmo programa clássico que residia nos cartuchos do Odyssey - aquele console de videogame dos anos 80 que parecia esquecido nos sótãos e cantos de garagens. Isto é possível pela tecnologia dos emuladores, programas que fazem um computador imitar (e rodar os programas de) um computador diferente. Consoles de videogame e máquinas de arcade (fliperama) também estão incluídos: há centenas de emuladores diferentes, a maioria em shareware/freeware, espalhados por todo canto na Internet. Escolha seus emuladores preferidos e faça de conta que seu PC (ou Macintosh, Amiga, workstation, Atari ST e por aí afora) é um MSX, um Colecovision, um ZX Spectrum, um Apple II...
Você pode se perguntar: qual é a vantagem de um Come-Come sobre um Tomb Raider ou um Duke Nukem? Com os emuladores, está se fazendo um resgate histórico. Dezenas de sistemas de micros e consoles saíram de linha, muitos fabricantes mudaram de ramo ou foram à falência, a assistência técnica às antigas máquinas ficou muito difícil. Apesar de emuladores serem figurinhas fáceis para Amiga e Mac há bom tempo, só num passado recente a maioria dos PCs ganhou "poder de fogo" suficiente para emular outras máquinas com velocidade e eficiência. Além disso, qualquer HD pode acumular centenas de joguinhos, o que é muito mais rápido e prático que trabalhar com disquetes ou fitas cassete (se você nunca teve um micro de oito bits, nem queira saber como era... uahhhhhhh...)
Mas a mais importante é a questão sentimental. Sim, este "museu de grandes novidades" ainda desperta paixões. Para muitos jogadores, não há nada como "vestir a camisa" de um pingüim correndo em busca de sua amada ou imaginar umas manchas pontilhadas como "terríveis invasores extraterrestres". Se esta for sua praia, pense na satisfação de levar seus jogos preferidos para a telinha do seu micro, sem zumbidos, com toda a nitidez da SVGA e sem ocupar a televisão da sala na hora da novela. E você pode curtir até aqueles games que nunca tinham sido jogados no seu lar...
Arcades
Isto mesmo. Pac-Man, Elevator Action, Rally-X, Asteroids, Galaga, Donkey Kong e todos os jogos nas versões de arcade, que todo mundo jogava e ninguém tinha em casa (exceto algum fanático que achou que compensaria o investimento na máquina antes de enjoar do jogo). E as ROMs originais, não aquelas meio fajutas que empesteavam os fliperamas brasileiros nos tempos da reserva de mercado -- a propósito, "Space War Ship" e "Top Racer" se chamam oficialmente Zaxxon e Pole Position. :-)
Ao lado de jogos emulados avulsos, como o Nemesis (www.netg.se/~drac/nemesis.html) ou o Centipede (www.onthenet.com.au/~hunter/vpcbo4.zip), a grande onda são as soluções versáteis que rodam inúmeros jogos. Neste setor, o líder disparado é o MAME (Multiple Arcade Machine Emulator, ou emulador de múltiplas máquinas de arcade). Disponível para PC, Mac, UNIX e Amiga, o MAME imita várias CPUs diferentes, suportando 200 jogos em sua versão atual. Entre as facilidades do programa, o MAME é adaptável a inúmeras configurações de vídeo e pode até mostrar a tela na vertical (como eram muitos jogos de arcade, lembra?) para quem puder colocar o monitor sobre o lado - não deixe seu irmãozinho mais novo tentar fazer isso antes de ler os Docs do programa!
Diante do sucesso do MAME, há um discreto movimento da grande indústria para correr atrás do prejuízo. Até a Microsoft já entrou na dança com seu pacote Return of Arcade (www.microsoft.com/games/arcade2/), enquanto a Midway/Bally, responsável por megaclássicos dos fliperamas, oferece (inclusive para Mega Drive, Playstation e outros consoles) coleções de nostalgia doméstica mais completas (www.midway.com/homegames/fhomegames.html). Mas já que falamos de consoles...
Videogames domésticos
Começando pelas figurinhas difíceis: o console Vectrex (www.parallax.co.uk/~lmw/) surgiu no início dos anos 80 e apresentava (naquele tempo!) gráficos vetoriais e um pequeno monitor embutido - nada extraordinário, mas vale pela curiosidade. Da mesma forma, a reserva de mercado impediu que fosse mais conhecido no Brasil o admirável ColecoVision, o de melhores gráficos em sua época. Seu emulador ColEm (www.freeflight.com/fms/ColEm/) conta com versões para todas as plataformas imagináveis - até para MSX (http://www.komkon.org/~dekogel/mission.html)!
Mas em termos de mercado, qualquer um estava anos-luz atrás do Atari 2600, que mesmo com seus (verdade seja dita) gráficos meio precários foi sinônimo de videogame por longos anos... mais do que você pensa: procure as ROMs na Rede e veja como as softhouses continuaram produzindo jogos para Atari 2600 até eras tão recentes quanto 1989! Diante de concorrentes grátis como o Stella (www4.ncsu.edu/~bwmott/2600/) e o VCS2600 (www.micronet.fr/~frogger/a2600.html), a Activision (www.activision.com) lançou comercialmente os Actions Packs (www.activision.com/games/low/classics/atari/index.html), trazendo às janelinhas do Windows coleções de jogos clássicos, incluindo River Raid e Enduro (pensou que se livraria deles?).
Por incrível que pareça, o Intellivision é um dos videogames mais difíceis de se emular diante dos empecilhos de copyright: será preciso fazer um bocado de engenharia reversa para que o "Betamax dos videogames" (com todo o respeito ao Intellivision e ao Betamax) tenha emuladores à altura de Ataris e Nintendos. Ainda assim, uma junta de programadores dos jogos originais está lançando um emulador shareware (www.makingit.com/intellivision/home.shtml) com um pacote de jogos.
Com o declínio de Atari 2600 e concorrentes, os computadores de oito bits (ver mais adiante) mantiveram acesa a chama dos jogos domésticos, até que estourou a guerra no Japão: Nintendo Entertainment System (NES) e Sega Master System disputavam o mercado pau a pau. Se você tinha um deles mas sempre achou que a grama do vizinho era mais verde, não há mais desculpa. Alguns programas notáveis para Nintendo são o Nesticle (www2.southwind.net/~bldlust/NESticle.html) e o iNES (www.freeflight.com/fms/iNES/); os adeptos do Master System ou do Game Gear (portátil com tela colorida que usava as mesmas ROMs do "irmão mais velho") se divertem com o Massage (www.users.dircon.co.uk/~dmckay/massage.html). Falando em portáteis, um Game Boy virtual num PC pode não ser muito prático, mas em todo caso, basta conferir em freeflight.com/fms/VGB/.
A diversão não pára por aqui. Alguém sentiu falta do Super Nintendo? Visite www.euronet.nl/users/jkoot/index.htm e confira o SNES9X para a sua máquina: DOS, Windows, Linux, Solaris ou MacOS. Seguindo a guerra Sega x Nintendo, o Mega Drive não fica atrás com seu GenEm (myst.slcc.edu/~markus/genem.html). Consta que as limitações de arquitetura dos computadores ainda adiarão bastante um emulador para Nintendo 64.
Em tempo: o Odyssey (no mercado internacional, Odyssey 2), que trouxe ao mundo (virtual) o Come-Come citado lá em cima, é emulado pelo O2EM (http://www.geocities.com/SiliconValley/9461). Não tem som, mas dá até para escrever o nome do recordista usando o teclado...
Computadores
Prêmio Nobel de arqueologia: uma equipe da Universidade da Pensilvânia está trabalhando num simulador do ENIAC, o primeiro computador da História (homepage.seas.upenn.edu/~museum/sim.html) - como brincou a FAQ: "Bem que eu estava procurando um simulador para rodar todos os meus velhos jogos para ENIAC" :-) Já o Pilot pode não ser um computador propriamente dito, mas a famosa agenda de bolso da U.S.Robotics já tem uma competente versão para Windows 95, chamada Copilot (userzweb.lightspeed.net/~gregh/pilot/copilot/). Difícil é obter as ROMs se você não tiver o Pilot de verdade.
Mas seguindo a linha dos arcades e consoles domésticos emulados, a maior parte dos emuladores de micros se destina predominantemente a rodar jogos. Mas nada de taxá-los de "videogames com teclados": é feito todo o possível para que todos os jogos rodem bem, e com vantagens. Quem ainda tem em casa seus programas preferidos em fita cassete pode se livrar de vez dos datacorders - em vários emuladores há recursos para transferir dados de fitas para discos através da entrada de áudio da placa de som.
O AdamEm (www.komkon.org/~dekogel/adamem.html) emula o Adam da Coleco, que também roda as ROMs de videogames ColecoVision. Em popularidade, o Apple II dá um banho: veja em geta.life.uiuc.edu/~badger/apple2.html a quantidade de emuladores disponíveis - destaque para o AppleWin (geta.life.uiuc.edu/~badger/files/AppleWin_1.10.zip) e o ApplePC (geta.life.uiuc.edu/~badger/files/ApplePC_2.52b.zip) para IBM-compatíveis e o Stop The Madness (http://geta.life.uiuc.edu/~badger/files/STM_0.881r.sit.hqx) para o Macintosh.
O MSX reuniu uma legião de entusiastas (seguidores?) no Brasil, que agora pode juntar o melhor de dois mundos com programas como o fMSX (www.komkon.org/~dekogel/fmsx.html). Um concorrente feroz (representado no Brasil pelo TK-90X da Microdigital), o Sinclair Spectrum (www.gamepen.com/gamewire/classic/spectrum_emu.html) se notabilizou por seus grandes jogos e aplicativos. WSpecEm, a solução (made in Portugal) para Windows, se encontra em www.idt.ipp.pt/~rff-ribe/wspecem.html. Também vale conferir o Warajevo (ftp://ftp.demon.co.uk/pub/ibmpc/dos/apps/spectrum/warajevo-spectrum.zip). Outro da família, o Sinclair QL, é emulado pelo QLay (web.inter.nl.net/hcc/A.Jaw.Venema/).
Um micrinho muito popular por suas capacidades educativas, o Tandy Color Computer - no Brasil, o CP-400 da Prológica - tem vários emuladores, como o T3 (public.logica.com/~burginp/t3.html).
A tradicional linha Commodore 64/128 tem uma lista de emuladores em archaic-ruins.parodius.com/c64/emulator.htm, com excelentes produtos share/freeware como o C64S para DOS (http://www.seattlelab.com/c64/) e o Frodo para Mac (http://internetter.com/titan/macfrodo/). A Activision também tem pacotes comerciais de jogos C64 emulados (www.activision.com/games/low/classics/com64/index.html).
No território dos 16/32 bits, o Atari ST também entra na tela do seu PC, em DOS (www.pacifist.fatal-design.com/) ou Windows (www.aixit.com/tos2win/info.htm). E que tal um Amiga no PC? Os UNIXeiros já estão se divertindo com o UAE (www.schokola.de/~stepan/uae/uae.html); a versão para DOS está em desenvolvimento. Para finalizar o show de emuladores: seu PC pode imitar um Macintosh! Com o Executor (versão demo em www.ardi.com) o DOS mostra a interface gráfica típica do Mac, lê disquetes e até roda vários programas do Macintosh (alguns incluídos). Em pouco tempo você pode até se esquecer de que existe aquela etiquetinha "Intel Inside"...
P.C.Barreto (barreto@pobox.com) não se conformou quando voltou das férias escolares em 1985 e descobriu que seu fliperama preferido foi transformado em sapataria.
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Outros recursos na Net
FAQ dos emuladores (www.why.net/home/adam/cem/): Zilhões de emuladores de software e hardware disponíveis. Apple II (www.cs.ruu.nl/wais/html/na-dir/apple2/emulators-faq/part1.html), computadores de 8 bits Atari (zippy.sonoma.edu/~kendrick/nbs/new_and_emu.html) e Commodore (www.cs.ruu.nl/wais/html/na-dir/commodore/8bit-emulation-faq/.html) têm FAQs separadas.
Console Menu (dspace.dial.pipex.com/town/terrace/aak55/): Programa indispensável para poupar os entusiastas de emuladores em DOS de digitar longas linhas de comando. Num menu em tela texto você seleciona o jogo da sua preferência e ele será carregado automaticamente junto com o emulador.
Top 25 Emulation Sites (http://www.napanet.net/~ghia/home.shtml): É preciso dizer mais? Aproveite e vote na sua página favorita.
Archaic Ruins (archaic-ruins.parodius.com/): Vastos arquivos com emuladores de todos os consoles e vários computadores
Bantha Fodder (www.geocities.com/Area51/Zone/3722/emulate.htm): Uma visão crítica dos joguinhos clássicos e resenhas dos melhores emuladores.
Dave's Video Game Classics (www.gamepen.com/gamewire/classic/classic.html):
Um tributo a todo o talento "gamístico" do passado.
Emulator Ring (www.cadvision.com/hwangb/ring.html): Você tem uma página dedicada a emuladores? Cadastre-a no Emulator Ring.
Mecanismos de busca: experimente digitar a palavra-chave "emulator" no Yahoo! (yahoo.com) ou no Alta Vista (altavista.digital.com), ou simplesmente, no Internet Explorer, digitar a URL "? emulator".
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404 Not Found: que bicho é esse?
Fizemos de tudo para conferir e reconferir as URLs acima, mas como Internet é Internet, não podemos garantir que você encontre todas no ar - infelizmente, a taxa de mortalidade dos sites sobre emuladores é muito elevada. Por ser um assunto emergente, a disponibilização de programas e ROMs atrai enormes quantidades de usuários, muitas vezes excedendo a capacidade do site. Agravando este fato, alguns webmasters pouco competentes escolhem o caminho mais fácil e incluem links a arquivos das páginas dos outros. Daí que uns donos de páginas levam a fama, e outros, milhões de hits não-solicitados. Não é surpresa que os serviços de hospedagem Web, como o Geocities (www.geocities.com) e outros, detestem essa guerrinha de egos: os administradores mais radicais apagam os sites de vez. E como sempre convém lembrar: depois do download, não se esqueça de passar um bom anti-vírus!
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ROMs: celacanto (ainda) provoca maremoto
Paradoxo: os emuladores propriamente ditos, em shareware ou freeware, são facílimos de se encontrar; enquanto isso, conseguir pela Internet jogos compatíveis com os emuladores é uma caça do gato ao rato. As páginas sobre emuladores, cautelosas, são pouco explícitas sobre onde encontrar as ROMs; os repositórios de ROMs entram e saem do ar em alta rotatividade. Pois continua tão ilegal a distribuição dessas antiguidades do software (ainda que não seja muito perseguida) quanto o mercado de pirataria das hiperproduções mega-VRAM-surround-3D-advanced-MMX de hoje. Alguém tem idéia melhor para distribuí-los? É possível argumentar que a febre de emuladores tem um certo sabor de vingança dos "oprimidos" depois de todas as fichinhas de jogos que depositaram nos cofres dos titãs da indústria. Mas enquanto os aficionados elevam os oito-bits à categoria de clássicos, os fabricantes só enxergam esses jogos como meros produtos. O jogo não interessa mais? Tiram-no de linha e põem no lugar uma versão mais avançada (?????), geralmente apontando para uma pretensa "realidade virtual" em que a falta de apelo à imaginação do jogador é compensada por firulas gráficas/sonoras, violência deslavada e consumo exorbitante de recursos da máquina. Quanto às versões anteriores, os fabricantes (salvo honrosas exceções) não fornecem e não deixam ninguém fornecer, como senhores da qualidade e monopolistas do bom gosto. Manter num arcade um Space Invaders ao lado de um Virtua Fighter será desastroso, pois mostrará que o progresso alucinante da informática não faz o gênero de qualquer um. Outro problema é que, no tempo em que os "arcadistas" formavam fila para jogar Pac-Man, nenhum deles (nem os donos de fliperamas, nem as fábricas de jogos) poderia imaginar que um dia aquele software seria totalmente dissociado da máquina grandona e engolidora de fichas, a ponto de ser transmitido para os cinco continentes em meio minuto de Internet. Mas jogar em casa nunca será a mesma coisa. Os games emulados não terão a tela grande e vertical, a pistola do Tron, a bolota do Missile Command (para a devida informação, a versão arcade era jogada com uma trackball gigante e três gatilhos), a bazuca, o volantinho, os controles sólidos e "pegáveis". Os cobiçados bônus secretos para ganhar créditos extras perderão o sentido - para depositar uma ficha virtual, é só digitar "3" quantas vezes quiser. Tudo isto de que as lendas são feitas. Enfim, quem transformou as velharias em não-produtos foram eles, não nós.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:56 0 comentários
Seu P2P reina supremo? Vejamos...
É claro que sei que você, ilustre leitor, só usa programas/serviços peer-to-peer para caçar e redistribuir programas livres/open source/freeware, os ebooks que você mesmo escreveu e as músicas que Lobão liberou há anos e anos. Dessa forma, já experimentou as grandes redes de troca-troca, procurou ansiosamente um software único que desse conta de todas e até considerou o Shareaza uma boa pedida. Mais ou menos. O programa tem a rede Gnutella G2 como "oficial", mas também envia e recebe arquivos das EDonkey2000, BitTorrent e Gnutella clássica -- tudo ao mesmo tempo. É totalmente grátis, sem truques: semelhante ao Kazaa, só mesmo a interface (só que ainda melhor). Quem já usava algum programa manjado da EDonkey2000, em especial o eMule, pode permitir que o Shareaza importe suas configurações e pedacinhos de arquivos. Mas aí começam os problemas. o Shareaza transforma os arquivos do eMule para seu padrão próprio, num processo demorado, consumidor de espaço em disco e sem possibilidade de reversão. Para os iniciantes no EDonkey2000, não faz muita diferença. Mas se você já é usuário calejado do eMule, pense duas vezes antes de migrar.
O mesmo cuidado deve ser tomado por todos os adeptos do BitTorrent. A um comando do usuário na configuração, o Shareaza assume as funções do BitTorrent tradicional, ressurgindo toda vez que você clicar numa torrente na Web. O que há de mau nisso? O usuário troca um programa pequenininho e ágil, ainda que sem graça e sem grandes chances de configuração, por um cliente P2P simpático, gerenciável e interligado, porém mas parrudo e consumidor de CPU. Pois é esse o maior problema do Shareaza: talvez pela própria dificuldade de se gerenciar uma grande massa de dados em várias redes ao mesmo tempo, o programa é lento. O eMule não fica muito atrás em recursos, mas aproveita melhor a máquina.
Falando nisso, o eMule Plus é um bem-vindo aprimoramento da funcionalidade do programa original. Mantém as características básicas do eMule: continua grátis, livre de spyware e de tamanho reduzido. O conceito da interface também é o de sempre, com dúzias de avanços visuais (os melhores estão na janela de Transferências) e alguns novos ajustes finos para usuários avançados. Quem já usava o eMule tradicional pode instalar o Plus por cima sem perder nenhuma configuração. O upgrade pode não ser indispensável, mas é altamente recomendável.
Postado por Paulo C. Barreto às 13:22 0 comentários
"Os fotologs são um sucesso brasileiro porque não é preciso saber ler nem escrever." Isto e muito mais... aqui.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:29 0 comentários
Leiam! Leiam! Leiam!
Se provocou divisão no establishment petelho-publicitário leitor do Blue Bus, não pode ser totalmente mau.
(A leitura é grátis; o tempo que perdemos nos formulários do Globo é que não tem preço)
Postado por Paulo C. Barreto às 18:06 0 comentários
A pior parte (por isso, mais desprezada) da programação é a documentação, e a parte mais chata da gravação é a rotulagem.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:01 0 comentários
As novas regras do BliG
Desde 15 de março está em vigor este contrato. Não sei de onde tiraram aquilo; só está claro que a fonte é mais tipicamente americana que o beisebol, a torta de maçã e os assassinatos em série.
Destaque para a cláusula 12: "Inserir material que (i) seja contrário aos padrões estabelecidos para material de acesso público; ou que (ii) careça de verdadeiro valor cultural, literário, artístico, político, educacional ou científico." Pois lá vamos nós aos mananciais dos gringos:In Miller v. California, 413 U.S. 15 (1973), the Supreme Court set out the following test for determining whether material was obscene; (a) whether the average person, applying contemporary community standards would find that the work, taken as a whole, appeals to the prurient interest; (b) whether the work depicts or describes, in a patently offensive way, sexual conduct specifically defined by the applicable state law; and (c) whether the work, taken as a whole, lacks serious, literary, artistic, political or scientific value.
Também encontramos a "insistência fastidiosa", uma figura jurídica tão interessante que (referindo-se ao importúnio causado por spamzeiros) é reproduzida à exaustão em tudo que é contrato de usuário...
Postado por Paulo C. Barreto às 13:46 0 comentários
Orkut cansa?
Essa é uma crítica comum ao Orkut: é limitado o fôlego do sisteminha de conhecer gente. Correta observação, mas não é esse o maior problema. O Orkut, como dizem os paulistanos sobre os amores de verão, não sobe a serra: é interessante quando se está lá dentro, navegando no emaranhado de contatos de contatos de contatos ou trocando mensaginhas nos grupos comunitários, o que não se reflete muito em vínculos off-Orkut. E a própria rede de contatos não se leva muito a sério: todo mundo diz que é amigo de todo mundo, os pontos de karma vão lá para as alturas, mas a festinha virtual não sai disso.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:57 0 comentários
Manchas de caráter também devem ser expostas
Sim, eu leio todo dia.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:51 0 comentários