quinta-feira, abril 22, 2004

E eu nem sou contra

Orkut é um suceso arrasador no Brasil por uma feliz combinação de fatores: brasileiro gosta de tudo grátis, brasileiro quer dar uma de amiguinho de todo mundo, brasileiro não leva nada muito a sério e brasileiro tem tempo sobrando para essas coisas.

A vida no Orkut como ela é



Entre no Orkut. Passe os olhos pela sua lista de amigos. Descubra que Epaminondas, seu colega de faculdade, tem 395 contatos no Orkut. Abra esse listão de contatos de Epaminondas. Vá rolando a página até encontrar alguém mais ou menos conhecido (você sabe: é esse o esporte nacional da Pátria Orkuteira). Quando chegar lá no pé da página, tente se lembrar de que está passeando pelo listão de contatos do... como é que é o nome dele mesmo?

terça-feira, abril 20, 2004

Recordar é viver. Quer saber como se falava de emuladores antes da febre de Kazaa, eMule e similares? Eis o original, datado de 26 de agosto de 1997, de matéria que fiz para a saudosa revista Internet.br...

(Disclaimer: o texto foi copiado e colado do jeito que estava, sem atualização de informações e sem verificação de links)

Emuladores: A volta dos bons velhinhos

Um turbilhão de programas ressuscita antigos sistemas de micros e videogames e espalha febre na Internet

por P.C.Barreto

Imagine a cena: típico usuário de computador cumpre mais um tedioso expediente de trabalho, chega em casa, senta-se diante de seu possante Pentium II-64MB-3D-DVD-25 polegadas, espera ansiosamente o boot da máquina, aponta o mouse para o ícone "Come-Come" no centro do desktop, clica duas vezes e... a tela fica preta e surge um labirinto colorido em que uma sorridente cabeça com anteninhas precisa fugir dos fantasmas enquanto persegue uma minhoca extraterrestre!
E não é um Come-Come reescrito para o PC, mas exatamente o mesmo programa clássico que residia nos cartuchos do Odyssey - aquele console de videogame dos anos 80 que parecia esquecido nos sótãos e cantos de garagens. Isto é possível pela tecnologia dos emuladores, programas que fazem um computador imitar (e rodar os programas de) um computador diferente. Consoles de videogame e máquinas de arcade (fliperama) também estão incluídos: há centenas de emuladores diferentes, a maioria em shareware/freeware, espalhados por todo canto na Internet. Escolha seus emuladores preferidos e faça de conta que seu PC (ou Macintosh, Amiga, workstation, Atari ST e por aí afora) é um MSX, um Colecovision, um ZX Spectrum, um Apple II...
Você pode se perguntar: qual é a vantagem de um Come-Come sobre um Tomb Raider ou um Duke Nukem? Com os emuladores, está se fazendo um resgate histórico. Dezenas de sistemas de micros e consoles saíram de linha, muitos fabricantes mudaram de ramo ou foram à falência, a assistência técnica às antigas máquinas ficou muito difícil. Apesar de emuladores serem figurinhas fáceis para Amiga e Mac há bom tempo, só num passado recente a maioria dos PCs ganhou "poder de fogo" suficiente para emular outras máquinas com velocidade e eficiência. Além disso, qualquer HD pode acumular centenas de joguinhos, o que é muito mais rápido e prático que trabalhar com disquetes ou fitas cassete (se você nunca teve um micro de oito bits, nem queira saber como era... uahhhhhhh...)
Mas a mais importante é a questão sentimental. Sim, este "museu de grandes novidades" ainda desperta paixões. Para muitos jogadores, não há nada como "vestir a camisa" de um pingüim correndo em busca de sua amada ou imaginar umas manchas pontilhadas como "terríveis invasores extraterrestres". Se esta for sua praia, pense na satisfação de levar seus jogos preferidos para a telinha do seu micro, sem zumbidos, com toda a nitidez da SVGA e sem ocupar a televisão da sala na hora da novela. E você pode curtir até aqueles games que nunca tinham sido jogados no seu lar...

Arcades

Isto mesmo. Pac-Man, Elevator Action, Rally-X, Asteroids, Galaga, Donkey Kong e todos os jogos nas versões de arcade, que todo mundo jogava e ninguém tinha em casa (exceto algum fanático que achou que compensaria o investimento na máquina antes de enjoar do jogo). E as ROMs originais, não aquelas meio fajutas que empesteavam os fliperamas brasileiros nos tempos da reserva de mercado -- a propósito, "Space War Ship" e "Top Racer" se chamam oficialmente Zaxxon e Pole Position. :-)
Ao lado de jogos emulados avulsos, como o Nemesis (www.netg.se/~drac/nemesis.html) ou o Centipede (www.onthenet.com.au/~hunter/vpcbo4.zip), a grande onda são as soluções versáteis que rodam inúmeros jogos. Neste setor, o líder disparado é o MAME (Multiple Arcade Machine Emulator, ou emulador de múltiplas máquinas de arcade). Disponível para PC, Mac, UNIX e Amiga, o MAME imita várias CPUs diferentes, suportando 200 jogos em sua versão atual. Entre as facilidades do programa, o MAME é adaptável a inúmeras configurações de vídeo e pode até mostrar a tela na vertical (como eram muitos jogos de arcade, lembra?) para quem puder colocar o monitor sobre o lado - não deixe seu irmãozinho mais novo tentar fazer isso antes de ler os Docs do programa!
Diante do sucesso do MAME, há um discreto movimento da grande indústria para correr atrás do prejuízo. Até a Microsoft já entrou na dança com seu pacote Return of Arcade (www.microsoft.com/games/arcade2/), enquanto a Midway/Bally, responsável por megaclássicos dos fliperamas, oferece (inclusive para Mega Drive, Playstation e outros consoles) coleções de nostalgia doméstica mais completas (www.midway.com/homegames/fhomegames.html). Mas já que falamos de consoles...

Videogames domésticos

Começando pelas figurinhas difíceis: o console Vectrex (www.parallax.co.uk/~lmw/) surgiu no início dos anos 80 e apresentava (naquele tempo!) gráficos vetoriais e um pequeno monitor embutido - nada extraordinário, mas vale pela curiosidade. Da mesma forma, a reserva de mercado impediu que fosse mais conhecido no Brasil o admirável ColecoVision, o de melhores gráficos em sua época. Seu emulador ColEm (www.freeflight.com/fms/ColEm/) conta com versões para todas as plataformas imagináveis - até para MSX (http://www.komkon.org/~dekogel/mission.html)!
Mas em termos de mercado, qualquer um estava anos-luz atrás do Atari 2600, que mesmo com seus (verdade seja dita) gráficos meio precários foi sinônimo de videogame por longos anos... mais do que você pensa: procure as ROMs na Rede e veja como as softhouses continuaram produzindo jogos para Atari 2600 até eras tão recentes quanto 1989! Diante de concorrentes grátis como o Stella (www4.ncsu.edu/~bwmott/2600/) e o VCS2600 (www.micronet.fr/~frogger/a2600.html), a Activision (www.activision.com) lançou comercialmente os Actions Packs (www.activision.com/games/low/classics/atari/index.html), trazendo às janelinhas do Windows coleções de jogos clássicos, incluindo River Raid e Enduro (pensou que se livraria deles?).
Por incrível que pareça, o Intellivision é um dos videogames mais difíceis de se emular diante dos empecilhos de copyright: será preciso fazer um bocado de engenharia reversa para que o "Betamax dos videogames" (com todo o respeito ao Intellivision e ao Betamax) tenha emuladores à altura de Ataris e Nintendos. Ainda assim, uma junta de programadores dos jogos originais está lançando um emulador shareware (www.makingit.com/intellivision/home.shtml) com um pacote de jogos.
Com o declínio de Atari 2600 e concorrentes, os computadores de oito bits (ver mais adiante) mantiveram acesa a chama dos jogos domésticos, até que estourou a guerra no Japão: Nintendo Entertainment System (NES) e Sega Master System disputavam o mercado pau a pau. Se você tinha um deles mas sempre achou que a grama do vizinho era mais verde, não há mais desculpa. Alguns programas notáveis para Nintendo são o Nesticle (www2.southwind.net/~bldlust/NESticle.html) e o iNES (www.freeflight.com/fms/iNES/); os adeptos do Master System ou do Game Gear (portátil com tela colorida que usava as mesmas ROMs do "irmão mais velho") se divertem com o Massage (www.users.dircon.co.uk/~dmckay/massage.html). Falando em portáteis, um Game Boy virtual num PC pode não ser muito prático, mas em todo caso, basta conferir em freeflight.com/fms/VGB/.
A diversão não pára por aqui. Alguém sentiu falta do Super Nintendo? Visite www.euronet.nl/users/jkoot/index.htm e confira o SNES9X para a sua máquina: DOS, Windows, Linux, Solaris ou MacOS. Seguindo a guerra Sega x Nintendo, o Mega Drive não fica atrás com seu GenEm (myst.slcc.edu/~markus/genem.html). Consta que as limitações de arquitetura dos computadores ainda adiarão bastante um emulador para Nintendo 64.
Em tempo: o Odyssey (no mercado internacional, Odyssey 2), que trouxe ao mundo (virtual) o Come-Come citado lá em cima, é emulado pelo O2EM (http://www.geocities.com/SiliconValley/9461). Não tem som, mas dá até para escrever o nome do recordista usando o teclado...

Computadores

Prêmio Nobel de arqueologia: uma equipe da Universidade da Pensilvânia está trabalhando num simulador do ENIAC, o primeiro computador da História (homepage.seas.upenn.edu/~museum/sim.html) - como brincou a FAQ: "Bem que eu estava procurando um simulador para rodar todos os meus velhos jogos para ENIAC" :-) Já o Pilot pode não ser um computador propriamente dito, mas a famosa agenda de bolso da U.S.Robotics já tem uma competente versão para Windows 95, chamada Copilot (userzweb.lightspeed.net/~gregh/pilot/copilot/). Difícil é obter as ROMs se você não tiver o Pilot de verdade.
Mas seguindo a linha dos arcades e consoles domésticos emulados, a maior parte dos emuladores de micros se destina predominantemente a rodar jogos. Mas nada de taxá-los de "videogames com teclados": é feito todo o possível para que todos os jogos rodem bem, e com vantagens. Quem ainda tem em casa seus programas preferidos em fita cassete pode se livrar de vez dos datacorders - em vários emuladores há recursos para transferir dados de fitas para discos através da entrada de áudio da placa de som.
O AdamEm (www.komkon.org/~dekogel/adamem.html) emula o Adam da Coleco, que também roda as ROMs de videogames ColecoVision. Em popularidade, o Apple II dá um banho: veja em geta.life.uiuc.edu/~badger/apple2.html a quantidade de emuladores disponíveis - destaque para o AppleWin (geta.life.uiuc.edu/~badger/files/AppleWin_1.10.zip) e o ApplePC (geta.life.uiuc.edu/~badger/files/ApplePC_2.52b.zip) para IBM-compatíveis e o Stop The Madness (http://geta.life.uiuc.edu/~badger/files/STM_0.881r.sit.hqx) para o Macintosh.
O MSX reuniu uma legião de entusiastas (seguidores?) no Brasil, que agora pode juntar o melhor de dois mundos com programas como o fMSX (www.komkon.org/~dekogel/fmsx.html). Um concorrente feroz (representado no Brasil pelo TK-90X da Microdigital), o Sinclair Spectrum (www.gamepen.com/gamewire/classic/spectrum_emu.html) se notabilizou por seus grandes jogos e aplicativos. WSpecEm, a solução (made in Portugal) para Windows, se encontra em www.idt.ipp.pt/~rff-ribe/wspecem.html. Também vale conferir o Warajevo (ftp://ftp.demon.co.uk/pub/ibmpc/dos/apps/spectrum/warajevo-spectrum.zip). Outro da família, o Sinclair QL, é emulado pelo QLay (web.inter.nl.net/hcc/A.Jaw.Venema/).
Um micrinho muito popular por suas capacidades educativas, o Tandy Color Computer - no Brasil, o CP-400 da Prológica - tem vários emuladores, como o T3 (public.logica.com/~burginp/t3.html).
A tradicional linha Commodore 64/128 tem uma lista de emuladores em archaic-ruins.parodius.com/c64/emulator.htm, com excelentes produtos share/freeware como o C64S para DOS (http://www.seattlelab.com/c64/) e o Frodo para Mac (http://internetter.com/titan/macfrodo/). A Activision também tem pacotes comerciais de jogos C64 emulados (www.activision.com/games/low/classics/com64/index.html).
No território dos 16/32 bits, o Atari ST também entra na tela do seu PC, em DOS (www.pacifist.fatal-design.com/) ou Windows (www.aixit.com/tos2win/info.htm). E que tal um Amiga no PC? Os UNIXeiros já estão se divertindo com o UAE (www.schokola.de/~stepan/uae/uae.html); a versão para DOS está em desenvolvimento. Para finalizar o show de emuladores: seu PC pode imitar um Macintosh! Com o Executor (versão demo em www.ardi.com) o DOS mostra a interface gráfica típica do Mac, lê disquetes e até roda vários programas do Macintosh (alguns incluídos). Em pouco tempo você pode até se esquecer de que existe aquela etiquetinha "Intel Inside"...

P.C.Barreto (barreto@pobox.com) não se conformou quando voltou das férias escolares em 1985 e descobriu que seu fliperama preferido foi transformado em sapataria.

[box 1]
Outros recursos na Net

FAQ dos emuladores (www.why.net/home/adam/cem/): Zilhões de emuladores de software e hardware disponíveis. Apple II (www.cs.ruu.nl/wais/html/na-dir/apple2/emulators-faq/part1.html), computadores de 8 bits Atari (zippy.sonoma.edu/~kendrick/nbs/new_and_emu.html) e Commodore (www.cs.ruu.nl/wais/html/na-dir/commodore/8bit-emulation-faq/.html) têm FAQs separadas.
Console Menu (dspace.dial.pipex.com/town/terrace/aak55/): Programa indispensável para poupar os entusiastas de emuladores em DOS de digitar longas linhas de comando. Num menu em tela texto você seleciona o jogo da sua preferência e ele será carregado automaticamente junto com o emulador.
Top 25 Emulation Sites (http://www.napanet.net/~ghia/home.shtml): É preciso dizer mais? Aproveite e vote na sua página favorita.
Archaic Ruins (archaic-ruins.parodius.com/): Vastos arquivos com emuladores de todos os consoles e vários computadores
Bantha Fodder (www.geocities.com/Area51/Zone/3722/emulate.htm): Uma visão crítica dos joguinhos clássicos e resenhas dos melhores emuladores.
Dave's Video Game Classics (www.gamepen.com/gamewire/classic/classic.html):
Um tributo a todo o talento "gamístico" do passado.
Emulator Ring (www.cadvision.com/hwangb/ring.html): Você tem uma página dedicada a emuladores? Cadastre-a no Emulator Ring.
Mecanismos de busca: experimente digitar a palavra-chave "emulator" no Yahoo! (yahoo.com) ou no Alta Vista (altavista.digital.com), ou simplesmente, no Internet Explorer, digitar a URL "? emulator".

[box 2]
404 Not Found: que bicho é esse?
Fizemos de tudo para conferir e reconferir as URLs acima, mas como Internet é Internet, não podemos garantir que você encontre todas no ar - infelizmente, a taxa de mortalidade dos sites sobre emuladores é muito elevada. Por ser um assunto emergente, a disponibilização de programas e ROMs atrai enormes quantidades de usuários, muitas vezes excedendo a capacidade do site. Agravando este fato, alguns webmasters pouco competentes escolhem o caminho mais fácil e incluem links a arquivos das páginas dos outros. Daí que uns donos de páginas levam a fama, e outros, milhões de hits não-solicitados. Não é surpresa que os serviços de hospedagem Web, como o Geocities (www.geocities.com) e outros, detestem essa guerrinha de egos: os administradores mais radicais apagam os sites de vez. E como sempre convém lembrar: depois do download, não se esqueça de passar um bom anti-vírus!

[box 3]
ROMs: celacanto (ainda) provoca maremoto

Paradoxo: os emuladores propriamente ditos, em shareware ou freeware, são facílimos de se encontrar; enquanto isso, conseguir pela Internet jogos compatíveis com os emuladores é uma caça do gato ao rato. As páginas sobre emuladores, cautelosas, são pouco explícitas sobre onde encontrar as ROMs; os repositórios de ROMs entram e saem do ar em alta rotatividade. Pois continua tão ilegal a distribuição dessas antiguidades do software (ainda que não seja muito perseguida) quanto o mercado de pirataria das hiperproduções mega-VRAM-surround-3D-advanced-MMX de hoje. Alguém tem idéia melhor para distribuí-los? É possível argumentar que a febre de emuladores tem um certo sabor de vingança dos "oprimidos" depois de todas as fichinhas de jogos que depositaram nos cofres dos titãs da indústria. Mas enquanto os aficionados elevam os oito-bits à categoria de clássicos, os fabricantes só enxergam esses jogos como meros produtos. O jogo não interessa mais? Tiram-no de linha e põem no lugar uma versão mais avançada (?????), geralmente apontando para uma pretensa "realidade virtual" em que a falta de apelo à imaginação do jogador é compensada por firulas gráficas/sonoras, violência deslavada e consumo exorbitante de recursos da máquina. Quanto às versões anteriores, os fabricantes (salvo honrosas exceções) não fornecem e não deixam ninguém fornecer, como senhores da qualidade e monopolistas do bom gosto. Manter num arcade um Space Invaders ao lado de um Virtua Fighter será desastroso, pois mostrará que o progresso alucinante da informática não faz o gênero de qualquer um. Outro problema é que, no tempo em que os "arcadistas" formavam fila para jogar Pac-Man, nenhum deles (nem os donos de fliperamas, nem as fábricas de jogos) poderia imaginar que um dia aquele software seria totalmente dissociado da máquina grandona e engolidora de fichas, a ponto de ser transmitido para os cinco continentes em meio minuto de Internet. Mas jogar em casa nunca será a mesma coisa. Os games emulados não terão a tela grande e vertical, a pistola do Tron, a bolota do Missile Command (para a devida informação, a versão arcade era jogada com uma trackball gigante e três gatilhos), a bazuca, o volantinho, os controles sólidos e "pegáveis". Os cobiçados bônus secretos para ganhar créditos extras perderão o sentido - para depositar uma ficha virtual, é só digitar "3" quantas vezes quiser. Tudo isto de que as lendas são feitas. Enfim, quem transformou as velharias em não-produtos foram eles, não nós.


quinta-feira, abril 01, 2004

Seu P2P reina supremo? Vejamos...

É claro que sei que você, ilustre leitor, só usa programas/serviços peer-to-peer para caçar e redistribuir programas livres/open source/freeware, os ebooks que você mesmo escreveu e as músicas que Lobão liberou há anos e anos. Dessa forma, já experimentou as grandes redes de troca-troca, procurou ansiosamente um software único que desse conta de todas e até considerou o Shareaza uma boa pedida. Mais ou menos. O programa tem a rede Gnutella G2 como "oficial", mas também envia e recebe arquivos das EDonkey2000, BitTorrent e Gnutella clássica -- tudo ao mesmo tempo. É totalmente grátis, sem truques: semelhante ao Kazaa, só mesmo a interface (só que ainda melhor). Quem já usava algum programa manjado da EDonkey2000, em especial o eMule, pode permitir que o Shareaza importe suas configurações e pedacinhos de arquivos. Mas aí começam os problemas. o Shareaza transforma os arquivos do eMule para seu padrão próprio, num processo demorado, consumidor de espaço em disco e sem possibilidade de reversão. Para os iniciantes no EDonkey2000, não faz muita diferença. Mas se você já é usuário calejado do eMule, pense duas vezes antes de migrar.

O mesmo cuidado deve ser tomado por todos os adeptos do BitTorrent. A um comando do usuário na configuração, o Shareaza assume as funções do BitTorrent tradicional, ressurgindo toda vez que você clicar numa torrente na Web. O que há de mau nisso? O usuário troca um programa pequenininho e ágil, ainda que sem graça e sem grandes chances de configuração, por um cliente P2P simpático, gerenciável e interligado, porém mas parrudo e consumidor de CPU. Pois é esse o maior problema do Shareaza: talvez pela própria dificuldade de se gerenciar uma grande massa de dados em várias redes ao mesmo tempo, o programa é lento. O eMule não fica muito atrás em recursos, mas aproveita melhor a máquina.

Falando nisso, o eMule Plus é um bem-vindo aprimoramento da funcionalidade do programa original. Mantém as características básicas do eMule: continua grátis, livre de spyware e de tamanho reduzido. O conceito da interface também é o de sempre, com dúzias de avanços visuais (os melhores estão na janela de Transferências) e alguns novos ajustes finos para usuários avançados. Quem já usava o eMule tradicional pode instalar o Plus por cima sem perder nenhuma configuração. O upgrade pode não ser indispensável, mas é altamente recomendável.

Google