Primeiro passo para a bricolagem: seja tratado com desprezo
Não vou dizer o nome da loja para escapar de processos, mas quem já passou pela situação saberá reconhecê-la.
1) Site? Que site? A poderosa rede de home centers não tem site brasileiro: só uma tradução para o português da página internacional, no que há um oceano de diferença. Portanto, não adianta usar o browser para ter uma leve idéia do que escolher dentre os 8713264873612 itens da loja: só indo lá mesmo.
2) Viaje. Um colosso comercial daqueles só cabe onde o metro quadrado de terreno seja suficientemente barato e a presença da loja não cause (muitos) problemas de tráfego. Enfim, em lugares relativamente distantes. Gaste gasolina. É a sua, não a deles.
3) Tenha tempo. Há coisas demais para serem vistas e não serem encontradas, pois umas escondem as outras e a equipe de funcionários não ajuda. Não bastasse a longa viagem, tempo perdido não volta mais. É o seu, não o deles.
4) Seja ignorado. Metade dos funcionários faltou ao serviço justamente naquele dia. Os que compareceram não podem atender porque estão misteriosamente circulando fora de suas respectivas seções. No entanto, só eles podem conferir os preços que faltam nas gôndolas, pois nem mesmo há máquinas leitoras de códigos de barras. Sim, no colosso comercial é preciso enfrentar uma fila para um funcionário digitar o código da mercadoria num terminal (modo texto - ai, ai).
5) Acredite no sistema. A loja oferece vários serviços para quem vai construir ou reformar. Quem se importa se não cumpre o que promete? Se as máquinas da serraria estiverem com defeito, você vai ser o último a saber. Não, não, não: com isso, ninguém lá está comprando o seu tempo.
6) Chegue cedo na fila. Pensa que, depois disso tudo, você vai ser atendido rapidamente na saída?
7) Pague caro. Quem mandou dispensar a opinião dos iniciados e meter-se à besta de comprar material em loja de amadores? Se você já pensou em ir a uma dessas, é porque você mora numa cidade grande, onde há mil opções mais baratas, desde que você possa achar uma vaga nas proximidades ou consiga carregar suas compras sozinho. De resto, seria como Gary North diz do Wal-Mart (o americano, não o relativamente modesto do Brasil): passar por aquelas filas é trocar tempo por dinheiro. No caso do home center, nem isso.
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