Mais sobre o conto do vigário das impressoras a jato de tinta. Lembro bem do tempo em que a tecnologia existia, mas não era muito comum. As primeiras jatos-de-tinta não imprimiam em cores. Preto-e-branco por preto-e-branco, as lasers (tinta cara, máquina caríssima) davam melhores resultados e todos tinham matriciais (tinta a preço de banana, máquina razoavelmente barata, a produção em escala mantinha os preços baixos). Pelo menos eram pequenas e silenciosas. A febre começou mesmo quando se popularizou o recurso de impressão em cores, em meados dos anos 90. Ao mesmo tempo, proliferaram os truques para recarga de cartuchos. Comprei uma minúscula HP 310 em 1995. 300 dólares, sem cor opcional, sem alimentador semiautomático opcional. Os cartuchos não eram exatamente baratos, mas não havia o conceito de que tivessem que ser tão caros quanto a própria impressora. Recarregar era fácil. Qualquer loja de informática vendia kits para qualquer um fazer em casa. Vinha uma espécie de seringa. Usei a tinta do kit, comprei um vidro de tinta de caneta e continuei usando a mesma seringa. A única renda garantida da HP vinha do fato de que os cartuchos não duravam para sempre. Depois o cartucho foi trocado pela própria HP por um modelo mais novo e mais difícil de recarregar. Os vendedores de kits de recarga, espertíssimos, logo se adaptaram à nova realidade. Até que, pouco depois, a HP tirou o cartucho de linha, o que tornou a 310 um elefante branco.
Daí em diante, HP, Canon, Epson e Lexmark se uniram em torno do mesmo ideal: criar arapucas para inflacionar o consumo de tinta, dificultar o reaproveitamento dos cartuchos e induzir o usuário a substituir cartuchos prematuramente.
segunda-feira, novembro 22, 2004
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Com certeza. Se olharmos para todas as inovações tecnológica que aconteceram em outros setores, há muito tempo que não há nenhuma revolução em relações a impressoras. É rídiculo.
Em vários lugares, impressoras chegam a ser de graça. A verdade é que certos cartéis demorar a cair... (veja que só agora a galera vai começar considerar seriamente alternativas pra gasolina, por ex.)
[]'s.
Postar um comentário