quinta-feira, julho 12, 2007

Abaixo a meia entrada obrigatória

Problema da meia-entrada virou 'bola de neve'. É a 'lei do engana-que-eu-gosto'

RIO - Produtores culturais e exibidores de cinema resolveram botar a boca no trombone para tentar reverter uma situação que, segundo eles, está esvaziando teatros, shows e salas de cinema: o uso ilegal das carteiras de estudante no Brasil.


O modelo contemporâneo de meia entrada para estudantes foi criado para conceder à UNE e à UBES uma renda garantida. Ainda que o monopólio das megaentidades estudantis fosse quebrado na Justiça, como foi, o recado dos "companheiros" estava dado: a falta de acesso do povo aos bens culturais era resultado de uma conspiração das elites que só podia ser quebrada pela vontade política.

O conceito de "bens culturais" está furado. O desconto de 50% só atinge os alvos mais fáceis. Baile funk é digno de meia entrada. Livro de Aristóteles não é.

Se o povo não tem acesso (= dinheiro), por que só os estudantes são beneficiados pela meia entrada? Com o incentivo da meia entrada, a idéia é inventar um estímulo para que todos sejam (ou, com carteiras falsas, finjam ser) estudantes. Numa eterna preparação para um futuro que nunca chega.

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