quarta-feira, dezembro 19, 2007
quinta-feira, dezembro 06, 2007
Amarelo aparece mais
Postado por Paulo C. Barreto às 17:46 0 comentários
sexta-feira, novembro 30, 2007
Tupi (a TV, não o poço virtual)
A Tupi foi a primeira TV do Brasil. Quando faliu, em 1980, estava presente em todo o país, mas não conseguia formar uma rede nacional. Hoje qualquer CNT é mais “rede nacional” do que foi a Tupi. Rio e São Paulo ficavam brigando pelo título de cabeça de rede. Como resultado, até programas de auditório tinham versões diferentes para cariocas e paulistas. Anacronismo total, porque a Globo já era a Globo de norte a sul. Videoteipe existia há muito tempo, mas o show do Plim-Plim (Gualba Pessanha, o Mágico do Papel) ainda era transmitido ao vivo. Só de imaginar um programa infantil ao vivo, Xuxa deve rolar de rir até perder o fôlego. Notem bem: ainda no meu tempo de vida conheci uma Tupi de grandes talentos, mesmo que presos em atrações antiquadas, à espera de quem soubesse transformar o potencial em sucesso (não digo ultrapassar a Globo, essa obsessão dos profetas do Apocalipse, mas encontrar seu espaço justo no mercado). Dizem que a Tupi sucumbiu por falta de dinheiro. Nem uma palavra sobre a falta de comando.
Postado por Paulo C. Barreto às 17:53 1 comentários
quinta-feira, novembro 29, 2007
Uma TV, muitas bolhas
Luciana Gimenez é melhor apresentadora do que dizem. Dizem que ela é limitada. Ou seja, não é nem mais nem menos do que o “Superpop” exige. Ela não fica falando pelos cotovelos como se sua palavra fosse a revelação divina, não faz macaquices vocais de locutora de rádio, não trata os convidados como reles súditos. Em termos de televisão brasileira, é praticamente de uma fleuma britânica.
Mas Luciana é primeira-dama da RedeTV!; ainda assim, trabalha duro. Ontem ela estava rouca. Se estivesse na Globo no tempo em que o Padrão Globo de Qualidade era levado a sério, não teria saído de casa. No palco, do jeitinho das garotas-propaganda de outros tempos, anunciava um produto desses aí. Poupando sua garganta, a apresentação era intercalada com um comercial gravado. Aplausos. Intervalo comercial propriamente dito. Luciana volta e mostra mais um produto. Aplausos. Luciana abre espaço para um comercial de guaraná. Aplausos. Entra uma chamada de “Donas de casa desesperadas”. Mais um intervalo comercial propriamente dito.
Não se pode dizer que o “Superpop” não fature. Mas cadê o conteúdo?
Falei de "Donas de casa...". O seriado é exibido na noite de quarta-feira. Aí o mesmo episódio é exibido no domingo seguinte. "Pânico na TV" é a grande atração domingueira da emissora. O programa é integralmente repetido na noite de sexta-feira. De terça a sexta temos o "Programa Amaury Jr.". No nada desprezível horário de sábado à noite são reprisados os melhores momentos da semana.
E estes são os programas mais relevantes da RedeTV!. Ainda nem cheguei aos programas de fofocas de copiar-e-colar, às televendas, aos pregadores evangélicos e aos suspeitíssimos joguinhos por telefone.
Não perderia meu tempo comentando o enchimento de lingüiça de uma TV "brega" se fosse um caso isolado de emissora em luta contra o tempo -- excesso de tempo, escassez de conteúdo para preenchê-lo. Parece ser um comportamento padrão. Não é verdade que há tempos uma antiga e tradicional rede nacional tem alugado o horário nobre para uma igreja? Um certo programa das tardes de domingo podia ser xingado de popularesco, mas não de antiprofissional. Não mais. Quem passar os olhos pelo programa acabará se deparando com umas imagens borradas, trêmulas e sem contraste, explicadas off por uma tagarelice qualquer e identificadas pela legenda fatal "Imagens da internet". Sim, os mesmos vídeos chinfrins que são exibidos no YouTube e circulados em emails. O programa chora a perda da liderança aos domingos. O programa compete com cibercafés de um real. O fracasso lhes cai bem.
Postado por Paulo C. Barreto às 19:00 0 comentários
De volta ao Segundo Caderno
Joaquim Ferreira dos Santos, outrora sacaneado até a medula em shows da banda Casseta & Planeta, deu metade da coluna de hoje para o lançamento do livro “O Planeta Diário”, evento de terça-feira. Se não estivesse chovendo (carioca dissolve na chuva) e o lançamento tivesse algo a ver com alguma peladona ex-mulher de traficante, daria a coluna inteira.
Mas a noite de autógrafos estava pequena, pelo menos enquanto eu estava lá, pois saí antes que Hubert chegasse. Entusiasmo da coluna com a ressurreição das camisetas “eleitorais” do Macaco Tião, agora elevadas a ícones dos anos 80...
Faltou explicar que o fôlego do chimpanzé não deu nem para a saída. A candidatura prefeitural do Tião em 1988, levantada em conjunto pela Casseta e pelo Planeta, foi campeã de popularidade nos bons tempos em que o Rio ainda apitava alguma coisa culturalmente (quando os eleitorólogos da Globo apontaram Tião, símbolo do voto nulo, como o “grande derrotado” nas urnas, queriam dizer “alguém do PT venceu
No ano seguinte, bem que tentaram levantar a bola do Macaco Tião como candidato a presidente. Alguém lembra?
Mas, enquanto durou, a gracinha foi levada mais a sério do que deveria, incluindo talk shows e candidatos de verdade, o que sob os devidos critérios teria feito o consórcio Casseta-Planeta merecer alguma espécie de Top de Marketing.
Especialmente porque tanto a Casseta quanto o Planeta já tinham entrado em trajetória descendente na mídia impressa, assolados por pacotes econômicos e perdendo de vista o público-alvo (baixaria “impacta” muito e vende pouco. Adolescente não lê texto de mais de cinco linhas). Mas foi em 1988 que descobriram a televisão, conquistando o ódio eterno da intelligentsia. E ainda lançaram “oficialmente” a banda, que correu o Brasil com shows que lucraram um quase nada - só serviram para promover as vendas do LP “Preto com um buraco no meio”, exatamente o inverso do modelo de negócios que os obituaristas da “indústria fonográfica” consideram o único que resta a seguir...
Postado por Paulo C. Barreto às 18:02 0 comentários
quarta-feira, novembro 28, 2007
Campeonato de arremesso de Palm
Acabei de escrever para o marketing (qual outro departamento?) da Palm Brasil perguntando o que fazer para reciclar o Vx morto. O que responderão?
- Esteja ligando para São Paulo para estar entrando em contato com o departamento responsável. Portanto, se vire.
- Esteja entrando em contato com o "centro de reciclagem" mantido pelas autoridades locais. As autoridades locais que se virem.
- Esteja depositando o palmtop em uma das lixeiras verdes mantidas pela Comlurb. A Comlurb que se vire.
- Esteja deixando o palmtop distraidamente na esquina do Palácio São Joaquim, o verdadeiro "centro de reciclagem" da Glória/Catete. Rapidamente o Vx morto estará sendo revendido. E o comprador que se vire.
- Esteja entregando o palmtop ao revendedor mais próximo de baterias de celular. O Vx é "inabrível", o que torna as baterias... Bom, o revendedor que se vire.
Postado por Paulo C. Barreto às 08:26 0 comentários
Tags: Palm
terça-feira, novembro 27, 2007
Lançamento: sucesso total
Quer dizer, teria sido um sucesso parcial se a Livraria da Travessa estivesse entupida de bicões sem noção. Do jeito que estava, podia-se até andar de um lado para o outro. Reencontrei o Reinaldo, que lamentou muito não ter me localizado antes do lançamento, apesar de todos os esforços de pesquisa. Reinaldo ao vivo parece bem mais velho que na televisão (e eu o conheço pessoalmente desde 1988). Hubert, meio que misteriosamente, não estava; Cláudio Paiva não saiu da mesa. E vamos que vamos.
Postado por Paulo C. Barreto às 23:14 1 comentários
Tags: Planeta Diário
Bem morto
O Palm Vx pode ficar o dia inteiro na base de recarga, mas nunca mais liga. Meu sonho antiecológico é lançá-lo do vão central da Ponte Rio-Niterói.
Sem substitutos. O celular, pelo menos com os programas fornecidos, não tem a menor chance de sincronizar com o micro (aceito sugestões). Penso em ver outro modelo. Os planos das companhias telefônicas são vergonhosos. Oferecem como grandes novidades, e a preço de novidades, uns aparelhos obsoletos (a Palm faz isso com o TX, que nem telefone é) nos quais empacotam uns planos de dados que me fazem lembrar da velha NutecNet de 1996 (estou aqui com o papel), matrícula de R$ 50 mais R$ 25 mensais para dez horas de uso e R$ 2 por hora adicional -- mas o 486 que eu usava naquele tempo não tinha o visor do tamanho de um selo.
O Planeta Diário: engraçado o que dizem...
Catálogos virtuais repetem um texto sobre o livrinho, entusiástico mas derrapante na primeira linha:
O Planeta Diário, jornal mais importante da década de 80 e feita pelos Cassetas (...)Muito lisonjeiro, pouco verdadeiro. Pode ter sido o jornal de humor mais importante da década de 80 num período em que os jornais "sérios" despencavam em importância (não, crianças: a internet não é culpada única). E Hubert e Reinaldo, sem Cláudio Paiva, só puderam ser considerados "cassetas", num rótulo vira-lata para situar totais desinformados, vários anos depois do auge do Planeta jornal.
É hoje! Os vinhos se dividem em "bom", "médio", "mau" e "para lançamentos e vernissages". Este último será fartamente servido às 20h na Livraria da Travessa de Ipanema no lançamento do livro. Estarei lá.
Postado por Paulo C. Barreto às 09:24 0 comentários
Tags: Planeta Diário
segunda-feira, novembro 26, 2007
Adeus, Palm
O Palm Vx funcionou mais ou menos até ontem, quando desligou e não ligou mais. Sem explicação e sem chance de conserto.
Só a morte do portátil conseguiu ser mais absurda que sua longevidade: mais de sete anos de efetivo exercício, o que prova que de vez em quando até o Stand Center é capaz de vender um troço honesto... Exceção total. Nada em informática dura sete anos, mesmo sendo o símbolo de uma era.
Lançado em 1999, o Vx (igual ao V original com o quádruplo de memória) foi o melhor Palm de todos os tempos, ponto. O primeiro com design “de gente grande”, imitadíssimo. O primeiro com tela realmente nítida. E o primeiro com bateria recarregável, minúscula e que durava horas e horas (não me lembro de celular daquele tempo que tivesse bateria que prestasse).
Enquanto Palm foi sinal de status, leiam The anatomy of buzz, e as pretensões do usuário típico se limitavam a agenda, tarefas e lista de contatos, o Vx era a continha do necessário. Depois só estragaram a receita. O conceito do Palm (e do PDA em geral) degringolou quando as operações de agendinha foram absorvidas com folga pelos celulares -- no bolso, um gadget só já basta. E os handhelds remanescentes, de todas as marcas, correram desesperados em busca de conectividade, armazenamento e multimídia. Aí é que as tartarugas ultrapassaram a lebre.
Resultado: qualquer Motorola V3 vagabundo é mais cult que o melhor dos Palms (e sem deixar seu usuário parecendo um usurpador do proletariado), o BlackBerry ressuscitou o teclado, o iPhone botou o hype das canetinhas em seu devido lugar, qualquer coisa da Symbian mostra que, em usabilidade, é possível pôr no bolso um computador conectado que não pareça um Frankenstein de PDA com telefone.
Palms? Ainda os há, mais caros do que parecem. O TX é o herdeiro da "velha tradição" na falta de melhor (não que dê para melhorar muito diante dos problemas conceituais), os Treos são antiquados e limitados, o LifeDrive castigou os early adopters com seus defeitos, "coisas" como E2 e Z22 dão a idéia do que a Palm (empresa) pensa do consumidor brasileiro. Daqui a pouco vem o Palm Centro. Não espero nada.
Postado por Paulo C. Barreto às 14:39 0 comentários
Tags: Palm
Longevidade
A seção Veja Recomenda da edição desta semana da revista diz que O Planeta Diário, o jornal, foi publicado até 1991. Não foi. O jornal resistiu até julho de 1992. Já pedi retificação.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:53 0 comentários
Nesta terça às 20h na Travessa de Ipanema
OK, vocês já leram o Segundo Caderno de hoje: O Planeta Diário, o livro, enfim será lançado oficialmente. Continuo esperando um emailzinho da Editora Desiderata.
Postado por Paulo C. Barreto às 08:15 0 comentários
sábado, novembro 24, 2007
Charlie and the Chocolate Factory
O enredo é inequivocamente religioso. Quem descuidar disso vai entrar pelo cano. Dois filmes entraram pelo cano.
O tema subjacente é manjado porque sempre funciona: "quem é que merece entrar no Céu?". Se eu fosse menino britânico, também desejaria um Céu cheio de doces, mas essa é outra história... No livro de Roald Dahl, do qual Tim Burton mostrou que só conhece o que sopraram em seu ouvido uns assessores engraçadinhos cheios da grana, parece tão óbvio quanto nos filmes que o pobre menininho está fadado a tirar a sorte grande. O interesse da história não é o quem, mas o como.
Charlie não precisa fazer nada especial para conquistar o paraíso dos doces. Seus quatro concorrentes pentelhos se enrolam em suas próprias pentelhices, saem do jogo, Charlie ganha a fábrica de Wonka por W.O. e o livro acaba mais ou menos aí (desse ponto em diante, Tim Burton emenda uma patetice metida a socialmente correta; dispensem). Acostumado que estava com o filme "da Sessão da Tarde" dos anos 70, pensei que estivesse faltando alguma página no livro.
Segundo o quase-cult dirigido por Mel Stuart (quem?), Charlie "sobra", Wonka se desespera achando que ninguém merece o grande prêmio, o resignado Charlie devolve a Wonka o chiclete mágico (um grandíssimo segredo industrial), o rosto de Wonka se ilumina com o gesto de lealdade, Charlie ganha a fábrica inteira. No livro, bastou a fé. Em Hollywood, é dado por certo que a platéia é inteiramente incapaz de conceber fé sem obra, até porque hollywoodiano não conhece nem uma nem outra.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:00 0 comentários
sexta-feira, novembro 23, 2007
Megalojas
A Tower Records já dançou. Andrew Keen, em “The cult of the amateur”, ainda sem tradução no Brasil (não esperem; encomendem o original), chora longamente a perda. É nessas horas que o argumento do livro, em geral digno de respeito quando denuncia “duela a quien duela” os ídolos ocos da era 2.0, se perde em dores-de-cotovelo, emocionalismos, ímpetos “californianos” de ser do contra. Keen preferia que a galera continuasse, como nos bons tempos, gastando sola de sapato para prestigiar a Tower Records, ouvir as sábias dicas dos vendedores... Quero ver no Brasil um vendedor, de qualquer coisa, com competência para algo mais que intimidar possíveis não-compradores e procurar preços escondidos. Descontando a pirataria, o público-alvo virou as costas quando descobriu que tudo que havia na Tower se comprava melhor em lojas virtuais com catálogos (de vendas por catálogo os americanos entendem) ilimitadamente expansíveis e infinitamente comparáveis uns com os outros. No geral, isso deixa o consumidor passando melhor hoje do que ontem. É nessas coisas que internet faz a diferença. Mas enquanto Keen passeou só na superfície do descalabro cultural pós-bolha pontocom, “The weightless world” (cadê a tradução?) é que revirou os alicerces da economia digitalizada e não gostou do que viu. Isso quando a glória e prosperidade da Nasdaq ainda era considerada eterna...
Postado por Paulo C. Barreto às 19:02 0 comentários
Pena do ICQ? Fique com ele
Choramingos aqui e ali pelos poucos e bons tempos do ICQ, o primeiro software-serviço de mensagens instantâneas que deu certo, porque era o que “todo mundo” usava até mais ou menos 2003-2004 quando, dizem, foi atropelado pelo odioso monopólio de Bill Gates através do MSN Messenger (depois Windows Live Messenger). A Microsoft cumpriu sua obrigação competitiva de mexer o traseiro e oferecer um produto rival que os usuários desejassem usar. E o império AOL, antes e depois da Time Warner, dormiu no ponto com o ICQ (idem com o Netscape). Deixou a equipe de produção solta para rechear o programinha com penduricalhos que as máquinas da época não assimilavam bem; já em 1999 era bombardeado por críticas de usuários, que, no entanto, valorizavam o ICQ justamente porque “todo mundo” o usava. A AOL olhava para o teto enquanto o que realmente valia no ICQ, os zilhões de usuários, lhes escorriam pelos dedos. AOL já teve um modelo de negócios sustentável? O Messenger se ergueu por seus méritos enquanto, lateralmente, o ICQ despencava pelos defeitos de si mesmo, e é essa a história. Se alguém quiser “colocar” a morte em vida do ICQ (ainda existe, mas ninguém mais quer saber dele) como questão opressor-oprimido, só se for por peninha das centenas de bilhões que a AOL desintegrou com o fim da bolha pontocom. Mas é uma façanha convencer de alguma coisa essas crianças que conhecem melhor a cartilha marxista do que a localização do Brasil no mapa.
Postado por Paulo C. Barreto às 16:53 0 comentários
quinta-feira, novembro 22, 2007
Mega o quê?
Falando em Saraiva, esqueçam essas megalojas. A não ser que você precise de determinado livro “para ontem” ou na improvável circunstância de oferecerem uma promoção realmente compensadora em relação às das lojas virtuais. Leve em conta, porém, os custos de transporte público que não digo que é “de gado” para não ofender o gado, possível estacionamento, cafezinho caro servido por completos palermas, longas filas, barulho, assaltantes e tempo perdido que não volta mais.
Megaloja física não está mais nem aí para vender coisa alguma. Mantém aquele símbolo dos anos
Se o estabelecimento de tijolos existe para atender a compradores impulsivos, então deveria pelo menos não esconder os preços das mercadorias (busque uma oferta na internet: o preço é mostrado antes do nome da loja). Em qualquer birosca o grande trabalho dos balconistas é ficar consultando livros de referência (ou listas computadorizadas) para dizer os mesmos preços dos mesmos itens para todo mundo. É uma velha tradição brasileira que nenhuma leizinha parece intimidar. De minha parte, se escondem os preços, eu escondo a carteira.
Postado por Paulo C. Barreto às 13:55 0 comentários
O Planeta Diário na Saraiva
Enfim o livrinho em exposição não-virtual em filial carioca de rede não-carioca de livrarias. Se a Desiderata fosse editora paulista, já teríamos O Planeta Diário nas Saraivas cariocas há tempos.
Continuo esperando a boa-vontade de alguém, pode ser um “sub”, na Desiderata em responder meu email.
Postado por Paulo C. Barreto às 13:13 0 comentários
terça-feira, novembro 20, 2007
Notícia de ontem
A Editora Desiderata respondeu ao meu pedido de contato. Assim que chegarmos a um acordo sobre o horário, farei uma visita.
Postado por Paulo C. Barreto às 08:07 0 comentários
Tags: Desiderata, Planeta Diário
quarta-feira, novembro 14, 2007
Ainda o livro do Planeta Diário
Postado por Paulo C. Barreto às 19:07 0 comentários
Sim, Verissimo já foi bom
"Lenda de Copacabana" bem aqui. Li esse conto numa Revista de Domingo nos anos 70, cuja última página era do Verissimo. Eu era muito criança. Nem me lembrava mais dos detalhes. Só agora reencontrei a "Lenda" pelo Google.
Pois a molecada de hoje pensa que Google (e a internet por baixo dele) sempre existiu, que "a revistinha" do JB sempre foi uma coisinha irrelevante, e que Verissimo nunca fez nada melhor que suas parlapatices adesistas. E, principalmente, que eu nunca falaria bem do Verissimo neste blog ou fora dele. "Lenda de Copacabana" bem aqui.
Postado por Paulo C. Barreto às 10:42 0 comentários
Tags: google, Jornal do Brasil, Revista de Domingo, Verissimo
sexta-feira, novembro 09, 2007
O Planeta Diário: Me exumaram. Aos pedaços. Vida breve, arte longa
O que eu tenho a ver com isso? Uma coisinha ou outra. Quer dizer, algumas matérias de minha autoria acabaram saindo. Não riam. Ninguém acredita mesmo, mas é verdade. Em 1988, aos 16 anos, comecei a escrever no Planeta e na Casseta Popular e nem os insiders do jornal/revista acreditavam. Em diversos níveis de descaramento, insinuavam que eu era só um laranja do verdadeiro autor dos artiguinhos (top-FAQ: todas as minhas colaborações ao Planeta e à Casseta foram rigorosamente pagas). No Brasil, imagina-se, desenvolver trabalho intelectual é mais ou menos o mesmo que ser farsante.
Mas as matérias. Numa lida atenta mas rápida, encontrei o "Guia Quatro Patas: São Paulo", obra do prolífico verão de 1989 que passei no quarto dos fundos da casa de praia sobre uma velha máquina Olivetti. Faltou justamente o quadro sobre a capital paulista. Um pedacinho de "A Patada", publicado originalmente em outubro de 1990, quando os editores já tinham mexido no original mais do que os cirurgiões plásticos já mexeram em Dercy Gonçalves. Pelo menos do "Especial Videogame", de 1991, aproveitaram o principal -- a entrevista Sunda-Mário -- com uma fidelidade razoável. Só não me lembro de ter inventado qualquer coisa no sentido de "Pac-Mandíbula". À dupla Hubert-Reinaldo nunca faltou uma prodigiosa imaginação.
Update: Assim como fui o último a saber que tive algo republicado, também não me contaram até hoje quando haverá noite de autógrafos.
Update 2: Em leitura um pouquinho mais atenta, descobri que fui devidamente creditado. Até acertaram a grafia do meu nome! Corram à livraria mais próxima e confiram. Enfim, seguiram o espírito do Planeta original, que jamais deixou de cumprir suas obrigações com este humilde colaborador. Se Hubert e Reinaldo atingem o status de celebridades, não é por falta de profissionalismo.
Postado por Paulo C. Barreto às 19:09 0 comentários
Tags: Cláudio Paiva, Desiderata, Hubert, Planeta Diário, Reinaldo
quarta-feira, outubro 17, 2007
Cristaldo, mais uma vez
Daqui. Vai cópia do post inteiro.
SÃO LANCELOTTI
O padre Júlio Lancelloti, defensor incondicional dos moradores de rua e menores delinqüentes, apresentou queixa à polícia, dizendo-se vítima de extorsão há três anos, período no qual teria pago 50 mil reais a um grupo de extorsionistas, que ameaçavam denunciá-lo por prática de abusos sexuais contra menores. A vítima de seus abusos seria filho de um dos extorsionistas, já acusado por homícidio.
Vejamos as declarações do padre à Folha de São Paulo:
Além de intimidá-lo com insinuações de agressão, o grupo passou nos últimos meses a dizer que procuraria a imprensa para denunciar um suposto abuso sexual cometido pelo padre contra o filho de Conceição, de oito anos. "Tem coisas que você não consegue explicar. Tem coisas subjetivas. Eu queria mudá-los [os autores da extorsão]", disse o religioso, ao ser questionado por que tinha pago aos acusados por tanto tempo. O padre Júlio afirmou ontem que recebe salário de R$ 1.000 por mês e que mora com sua mãe e a sobrinha. Ele disse que irá pedir proteção policial.
Não convence. Como pode alguém que recebe mil reais por mês pagar 50 mil reais a extorsionistas no período de três anos? Além disso, o gesto do padre, de pretender com seu pagamento evitar outras extorsões - como declarou em outra entrevista - não tem precedente nos anais da hagiografia. Temos um novo caso Henry Sobel. O sacerdote impoluto envolvido em um reles caso de reportagem policial.
Quanto mais Sobel se explicava, mais se enredava. Quanto mais Lancelotti se explicar, mais se enredará. Quem dá explicações já perdeu a discussão. É óbvio que o imbroglio que envolve Lancelotti está longe de ter sido elucidado. Como pode uma personalidade pública de seu status ceder a chantagens por temer que seu nome seja envolvido pelas denúncias de um homicida? É claro que há algo mais atrás da ameaça de denúncia.
Se não houver, temos de apresentar Lancelotti como candidato a santo pela Igreja Católica. Só um santo cederia a uma chantagem para evitar outras chantagens. Urge apresentar o nome do santo homem ao Vaticano, para posterior beatificação e santificação.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:34 0 comentários
Dvorak
"Though the open-source movement isn't going to die anytime soon, it's looking a little ragged at the edges. And with the appearance of the onerous GPL v3 and the slow deterioration of the popular Firefox browser, I now wonder if open source may have been a fad, or perhaps just a more elaborate iteration of the shareware phenomenon in the 1980s." Mais...
Postado por Paulo C. Barreto às 11:03 0 comentários
De volta
Quer dizer, já há uma semana. E que semana atribulada.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:02 1 comentários
Tags: Férias
terça-feira, outubro 02, 2007
Atraso
No portão de embarque. Uma vez Gol, sempre Gol.
Postado por Paulo C. Barreto às 13:10 0 comentários
Até a volta
Para o espanto d'O Mundo, em São Paulo conheci incontáveis eleitores de Paulo Maluf. Nenhum deles parecia particularmente envergonhado de seu voto (não mais do que o conceito de certas mulheres sobre suas celulites reais ou imaginárias).
No Estado do Rio, segundo dizem as lendas do distante 2002, uma certa Rosângela Matheus foi eleita governadora. E sem enfrentar segundo turno. Ou eu realmente nunca vi um eleitor da dita cuja andando por aí, ou eles se disfarçam melhor do que lagartos invasores de seriado de ficção científica.
Nem desperdiçarei o tempo do leitor analisando como certas figuraças indizíveis se tornaram vereadores e deputados. Mantendo-nos nas eleições majoritárias, pelo menos do ponto de vista do Sulmaravilha eleitor de Maluf e Rosinha esclarecido e politizado, permanece um mistério a eleição de Renan Calheiros como senador. Um mistério tão grande que tenho que investigar in loco. Alagoas me espera; volto em sete dias.
Postado por Paulo C. Barreto às 10:46 0 comentários
Tags: Alagoas, Maluf, Renan Calheiros, Rosinha
A indústria investiu muito em carruagens, espartilhos e discos de 78 rotações. Isso deve ser lembrado.
Como era de se prever, a Telefônica começou a cobrar um "plus a mais" pelo serviço que teoricamente os provedores é que prestavam. Pelo menos agora o cliente paga a quem presta o serviço. Até há pouco era preciso pagar a X pelo serviço de Y. Tudo pela competitividade.
Ainda assim, os R$ 8,70 são uma pechincha diante do que padecem os usuários domésticos de DSL fora do Planeta São Paulo em troca de email inútil, suporte incompetente e um tal de conteúdo diferenciado para o qual ninguém dá a menor pelota.
Não faltou a tirada humorística da Abranet: "O custo da conexão à internet está lá e o setor de provimento de acesso investiu muito neste serviço. Isso deve ser lembrado."
Postado por Paulo C. Barreto às 08:37 0 comentários
segunda-feira, outubro 01, 2007
Internet destrói piadas, diz pesquisa
Isso eu já tinha notado há tempos. Mas os pesquisadores fariam bem em considerar os fatores que fazem a internet ser tomada pelos vírus do cinismo e da paranóia, reduzindo o espaço vital para a disseminação do humor genuíno. Como os computadores, os cabos e os roteadores não se tornam cínicos e paranóicos -- pelo menos é o que suponho --, os usuários é que são. E cada vez mais.
Postado por Paulo C. Barreto às 17:41 0 comentários
Se dependesse dos iluminados da informática, Bill Gates teria que perguntar a eles o que poderia ter feito na vida e quão longe poderia chegar.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:02 0 comentários
Vejo um monte de gente que não tem domínio de língua nenhuma, tem orgulho disso e tenta compensar com lábia, peitadas, atributos físicos, volume de voz, reviradas de olho, frases feitas.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:00 0 comentários
sexta-feira, setembro 28, 2007
A reação
Abranet entra com recurso contra acesso ao Speedy sem provedor
Trecho:
"Há uma lei - a Lei Geral das Telecomunicações (LGT) - que ampara nossa atividade. É ilusório achar que o serviço de valor adicional de conexão à internet não tem preço", argumenta Eduardo Fumes Parajo, presidente da Abranet.
É claro. E a LGT serve à lei maior. A Constituição? Não, a Lei do Gerson.
Em tempo: quem não sabe o que são "embargos auriculares" não entende coisíssima nenhuma de como funcionam esses cabos-de-guerra judiciários.
Postado por Paulo C. Barreto às 10:04 0 comentários
Tags: provedor
Um pequeno sopro de bom senso
Telefônica libera Speedy sem provedor
Ou melhor: "Justiça reduz a guilda dos provedores à merecida insignificância". Ou melhor ainda: "Bola de ferro no tornozelo do cliente DSL paulista se torna opcional".
Postado por Paulo C. Barreto às 09:55 0 comentários
Tags: provedor
terça-feira, setembro 25, 2007
Pirataria também é cultura
E o Alexandre Soares Silva nem scanner tem.
Acabei de visitar a Sunshine Vídeo. É a distribuidora autorizada de CDs e DVDs piratas na esquina (se você pensa que pirataria é coisa de desamparados freelancers da "exclusão", experimente copiar uns disquinhos e vendê-los na sua esquina sem jurar lealdade a ninguém). Chamo de "Sunshine Vídeo" porque traz o material numa detonada Kombi amarela, quem viu Pequena Miss Sunshine conhece a referência, que nem sei como é que ainda se move. Ainda por cima, a equipe da Sunshine Vídeo, sempre o mesmo corpo de funcionários, monta sua banca bem na porta da locadora (legal e legítima). Quando há vaga, a própria Kombi amarela estaciona em frente.
-- Aí tem as colunas escaneadas/fotografadas do Paulo Francis?
-- Não, mas temos Tropa de Elite 1, 2 e 3. E aceitamos encomendas para o 4.
Postado por Paulo C. Barreto às 10:04 0 comentários
Tags: Paulo Francis, pirataria, Tropa de Elite
quinta-feira, setembro 20, 2007
You've Come A Long Way, Baby
Acabei de achar uma listinha de despesas de fins de 1995:
16/10 - Placa-mãe com processador 486 DX4/120: R$ 385
16/10 - 8 (oito!) megabytes de RAM: R$ 320
20/11 - HD de 1,08 GB: R$ 270
21/11 - Kit multimídia Creative (leitor de CD de no máximo 4X, placa de som decente, caixinhas que dispensavam alimentação externa, uma enciclopédia e um disco de joguinhos em DOS): R$ 390
Calcule o dólar daquele tempo a meros R$ 0,90. Todos os preços se referem ao mercado negro (um certo executivo de fronteira muito famoso nos meios BBSianos) ou cinza-escuro (pessoas jurídicas que anunciavam em classificados), pois os preços em lojas de rua eram ainda mais astronômicos.
Engraçado. Nunca vi historiador "progressista" chamar isso de progresso.
Postado por Paulo C. Barreto às 09:44 0 comentários
Tags: computadores, progressismo
terça-feira, setembro 18, 2007
Mistérios da Humanidade
Por que o Technorati é tão lento às vezes?
Postado por Paulo C. Barreto às 00:01 0 comentários
segunda-feira, setembro 17, 2007
O baú dos cartões 19
1986 ou 1987: essa loja (basicamente uma surf shop) teve grande fama nos últimos dias em que a Gold Star (como assim "qual Gold Star"? Para quem era de Niterói, aquela galeria não precisava de endereço) foi alguma coisa relevante. Mas seu sucesso foi tão eterno quanto um amorzinho de verão -- fenômeno tão tipicamente niteroiense quanto a cafifa, o Mineirinho, o MAC e a estátua de Araribóia.
Postado por Paulo C. Barreto às 23:30 0 comentários
Tags: cartões
O baú dos cartões 11: série vertical
Cartões verticais não aparecem muito nas estatísticas. "Naqueles tempos", pela minha amostragem de colecionador, menos ainda. Neste e nos próximos posts, uns exemplos aleatórios.
Por volta de 1983. Para vingar esse descarado ato de tráfico de marca, por pouco Ronald Reagan não manda invadir o Brasil. Mas segundo a lei brasileira, como dizia o camelô mexicano da Regina Casé, era a autêntica "piratería garantizada".
Postado por Paulo C. Barreto às 23:16 0 comentários
Tags: cartões
Gilberto Paim, o visionário
Um dos petardos do livro de 1985:
"Como o atraso está vinculado à estatização, já é previsível o fechamento da Cobra, por desnecessária. Se a Itautec, a Sid, a Sisco, Elebra e Edisa produzem melhor e mais barato do que a Cobra, por que razão manter a estatal?"
Postado por Paulo C. Barreto às 21:32 0 comentários
quinta-feira, setembro 13, 2007
Em Niterói...
Transmitindo diretamente da Cidade Sorriso depois de tanto tempo, eis-me numa belíssima noite para... Ver o semifinal da novela?
Pelo menos é o que todos parecem fazer. Na rua, só uns gatos pingados.
Postado por Paulo C. Barreto às 21:12 0 comentários
Liberou geral (I)
Postado por Paulo C. Barreto às 19:15 0 comentários
terça-feira, setembro 11, 2007
Para não dizer que não escrevi nada sobre o Onze de Setembro
Enquanto é tempo.
Pode o governo do Brasil premiar terroristas internos e ainda assim lamentar atentados externos?
Postado por Paulo C. Barreto às 23:47 0 comentários
Tags: terrorismo
A divisão do bolo já está feita?
É claro que não.
Essa é uma questão que me intriga há décadas, não pela questão em si, mas como ela tem sido trabalhada pela esquerda em flagrante contraste com o gut feeling do cidadão comum.
Como de costume, a lamentação "a divisão do bolo já está feita", afirmada como lei divina, diz menos sobre fatos do mundo do que sobre o próprio etos esquerdista. A Humanidade progride como naquela mensagem de fim de ano: "tente, invente, faça diferente". Esquerdistas não progridem porque são avessos a riscos. Para fugir do desconforto de encontrar atores fugindo do script, imaginam ricos engessados na riqueza e pobres na pobreza. Um moleque como Bill Gates jamais teria passado a perna na IBM, que já era gigante mesmo antes do primeiro computador.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:50 0 comentários
Tags: esquerda
Computador Faz Política
Postado por Paulo C. Barreto às 19:46 0 comentários
sexta-feira, setembro 07, 2007
O baú dos cartões 4
Outro do início dos anos 80. Quando localizá-la, postarei a versão deste cartão em castelhano com cores alternativas.
Postado por Paulo C. Barreto às 17:38 0 comentários
Tags: cartões
O baú dos cartões: estréia mundial!
Enfim os cartões há muito esquecidos no fundo do armário ganham seu espaço na Web. Quantos eu tenho? Perdi as contas. Como se não bastassem os incontáveis cartões recentes acumulados, qualquer seleção aleatória -- como a deste lote inicial de dez -- acaba tendo cheiro de "vintage", pois a coleta começou em 1980.
Daqui para frente, as normas e os esclarecimentos:
- Nenhum cartão está à venda.
- Os cartões são mostrados aqui exclusivamente por sua importância histórica e artística. Não recebemos jabá de qualquer pessoa física ou jurídica.
- Tem um cartão interessante para mostrar? Envie-o via correio-lesma (consulte-me). Sempre, sempre, sempre vale integralmente o determinado no item 2.
- Os cartões foram originalmente digitalizados em 1200 dpi. A quem estiver realmente interessado, tenho os originais aqui.
- Os cartões foram levemente retocados no meu editor de imagens favorito -- só o estritamente necessário para os casos mais sérios de manchas e rabiscos. De resto, até o quanto é possível, as imagens revelam as qualidades e os defeitos dos cartões originais.
Postado por Paulo C. Barreto às 17:04 0 comentários
Tags: cartões
terça-feira, setembro 04, 2007
Conexão Global
A coluna de Nelson Vasconcelos no Globo de 27 de agosto chorou as pitangas em nome do Software Livre (ou, mais modestamente, do software livre; falta um consenso editorial/sentimental sobre as maiúsculas) pelo tal plano da Receita Federal de investir R$ 40,9 milhões em licenças do Microsoft Office 2007.
A coluna de hoje celebra o torpedeamento do "leilão para a gastança com o dinheiro público". Título da nota: "Valeu o bom senso". Parabéns! Tiro meu chapéu, agora que é de conhecimento geral que os R$ 40,9 milhões serão diligentemente devolvidos ao pagador de tributos... Epa, não é bem essa a história.
"'Esses R$ 40,9 milhões podem ser utilizados em outras atividades (...), como em projetos tecnológicos voltados para a democratização da informática', disse o coordenador adjunto da Associação Softwarelivre.Org, Gustavo Pacheco."
É claro, a idéia-mãe das colunas de Nelson Vasconcelos era convencer a Receita a considerar a suíte alternativa (e grátis) BrOffice. Pois eu tenho uma idéia melhor para a Receita apoiar a democratização da informática e desonerar o "contribuinte": em vez de comprar as 44 mil licenças do MS-Office, eliminar já os 44 mil postos de trabalho correspondentes.
Por que não?
Todos os servidores da Receita são pessoas bem formadas, aprovadas em provas muito difíceis. Ingressaram no serviço público porque provaram ficha limpa e capacidade física. São altamente capazes de desempenhar suas funções. Detêm cargos cobiçados e invejados. Certo? Sendo tudo isso verdade, pessoas assim terão muito menos dificuldade para achar empregos no "mundo real" do que o brasileiro médio. E com a redução do bafo quente da Receita nas costas, a vida ficará mais fácil para todo mundo. Pense.
Postado por Paulo C. Barreto às 23:11 0 comentários
Tags: Microsoft, OpenOffice, Receita Federal
Horas lamentáveis
Tem alguém me lendo aqui? Ninguém? Ótimo.
Se alguém sentiu falta, passei a segunda-feira cuidando do www.jogueaki.com.br e de outros assuntos. No domingo, cataloguei incontáveis CDs e DVDs (no entanto, ainda não estou certo se escolhi um programa decente para isso -- sugestões, alguém?). Na sexta e no sábado... Bem, foi uma belíssima ocasião para eu ter ficado quietinho em vez de procurar a "ajuda" das otoridades médicas.
Na noite de quinta comecei a sentir uma leve dor no peito que continuou na manhã seguinte. Dr. Google não achou nada. Fui a um médico que também não achou nada, mas me encaminhou para os devidos exames. Mole, né? Pois se isso um dia acontecer com você, pelo menos assegure-se de procurar um hospital que não confunda uma coisinha de menor importância com um infarto agudo do miocárdio.
Resumindo: ficar num CTI não é nada confortável. Foram umas vinte horas (não havia relógios e o ambiente não permitia saber direito quando era dia ou noite) preso a uma cama desconfortável, sem telefone, sem televisão, sem um livrinho, sem nem um iPod paraguaio, sendo submetido a procedimentos e mais procedimentos. O mínimo que se espera é que os procedimentos façam sentido. Mas não fazem.
Quando percebi que tinha caído num "Feitiço do Tempo" de exames (que não davam nada de estranho) e medicamentos (que não tinham relação com qualquer enfermidade real ou suspeita), vi que eram remotas minhas chances de progresso naquele lugar. Tarde demais: só na manhã do dia seguinte é que o médico poderia começar a pensar na possibilidade de me mandar para um quarto, como se fosse uma alternativa tremendamente animadora para quem queria mesmo voltar para casa.
Em miúdos: enquanto a opinião das otoridades de branco sobre o meu estado oscilava entre o "não há nada" e o "não tenho a menor idéia", tentaram cuidar de me manter imóvel, quietinho, sonolento, insensível ao importúnio dos procedimentos e com um aspecto debilitado que fizesse a família pensar "tadinho, foi sério mesmo, ele tem que ficar mais tempo no CTI". Afinal, por que o hospital perderia a bocada?
Não entro em detalhes para não alarmar desnecessariamente o leitor. Mas assim que começou a hora da visita, na manhã de sábado, minha mulher e minha sogra (em todos os tempos daquele CTI eu fui o único genro a ter sido visitado pela sogra) fizeram o que era certo e assinaram minha alta à revelia. Voltei para casa e retomei minha vida normal. Simples assim.
Update: Internado, você estará nas mãos de um cabeça-de-bagre profissional. Viva com essa verdade. Mas se você estiver lúcido e se sentir só mais-ou-menos, não autorize coisa alguma antes de ouvir o conselho de um cabeça-de-bagre que você já conheça.
Postado por Paulo C. Barreto às 20:00 0 comentários
Tags: Medicina
quinta-feira, agosto 30, 2007
Como era gostosa minha reserva de mercado
Enfim um lampejo de racionalidade: os usuários do Speedy, "o" serviço DSL de São Paulo, não precisarão mais pagar a provedores inúteis.
Como os provedores inúteis reagem? Assim.
Trecho da matéria: "O presidente da Abranet afirma que os provedores cobram preços competitivos e adequados para o serviço que prestam, o que inclui ferramentas de segurança, suporte, e-mail e muitas vezes conteúdo".
Segurança: O tráfego passa realmente pelos provedores?
Suporte: "Desculpe, isso é culpa do Speedy, não do provedor."
E-mail: Como brasileiro é tudo burro, nunca ouviu falar de caixa postal grátis.
Conteúdo: Esfreguei os olhos para reconferir se quem afirmava era o presidente da Abranet ou o presidente de um determinado provedor. O mesmo cuja caixa de mensagens ainda nem passou da era da Web 1.1. O mesmo que pensa que o mundo permanece na era da política de portais pré-2000.
A era de ouro dos provedores brasileiros foi a do link de 64k compartilhado por trocentos usuários que pagavam, cada um, uns 30 dólares de taxa fixa mais o proporcional pelo tempo de uso mais o custo do telefone (astronômico para quem não vivesse numa cidade politicamente favorecida pela operadora de telefonia). Mas pelo menos os militantes antitruste não podiam reclamar: naquele tempo a concorrência era muito maior! Daí que, como os provedores eram muito bonitinhos e fofinhos, acabaram sendo agasalhados por uma lei que consagra a inutilidade, o relaxamento, o atraso, a pilhéria com a desgraça alheia.
Que tal produzir uns serviços que valham a pena ser pagos, para variar?
Que seja mantida a decisão, que os provedores enfiem a viola no saco e que a voz da razão de São Paulo seja ouvida nos outros estados.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:42 0 comentários
"Travamento no setor 4!"
O Gmail está dobrando ao peso da fama?
Desde ontem os auto-travamentos "de segurança" do Gmail estão insuportáveis. Tudo que é dito é que "nosso sistema indica uso anormal da sua conta. Para proteger os usuários do Gmail contra o uso potencialmente nocivo do Gmail, esta conta foi desativada por até 24 horas.".
Proteger quem de quem, cara-pálida? Eu li os termos de uso. Não uso nem usei o Gmail para armazenar arquivos piratescos, nem como storage online, nem como disseminador de vírus ou de mensagens excessivas.
Mais adiante, diz a página: "Se achar que está usando a conta do Gmail de acordo com os Termos de Uso, ou normalmente, entre em contato conosco preenchendo este formulário para comunicar o problema." O link envia a uma página em inglês. Só em inglês, e meio escondida na tal página, há explicação para o auto-travamento. E essa explicação não explica nada.
As únicas páginas de usuários comentando a situação se limitam à choradeira de infratores reais, usuários do Impávido Colosso frustrados porque o Google opressor os descobriu usando a conta do Gmail para distribuir "certas coisas".Que tal? Uma palavrinha oficial para os pobres e honestos usuários, dá para ser?
Postado por Paulo C. Barreto às 09:50 1 comentários
quarta-feira, agosto 29, 2007
Forbes descobre o Orkut
Postado por Paulo C. Barreto às 17:54 0 comentários
Santa ingenuidade
Postado por Paulo C. Barreto às 11:16 0 comentários
Tags: Duda Mendonça, lula, Mensalão
Plaxo gets naked, opens up some source code
Aqui, ó. E já usei muito o Plaxo.
O que acham?
Postado por Paulo C. Barreto às 09:48 0 comentários
Tags: Plaxo
terça-feira, agosto 28, 2007
Como queríamos demonstrar
Em baixa, Fotolog é vendido para franceses
Não se deixem enganar. Uma horda de freeloaders brasileiros analfabetos, como um bando do MST, ocupou o Fotolog e o destruiu. Os únicos beneficiários foram os muambeiros de câmeras digitais.
Quando surgiu o YouTube, segundo a infinita sapiência coletiva dessa gentalha, instantaneamente essa coisa de fotos paradas virou "out". E o Fotolog foi abandonado às traças.
Aposto que o Second Life será a próxima vítima do hype mal conduzido. Se o mundo fosse justo, o Orkut já teria tido o mesmo destino.
Postado por Paulo C. Barreto às 12:30 0 comentários
Tags: Fotolog, Orkut, Second Life, YouTube
sexta-feira, agosto 24, 2007
sexta-feira, agosto 17, 2007
Cansaram do 'Cansei'?
Postado por Paulo C. Barreto às 13:57 0 comentários
Os 100 blogs mais populares do Brasil (ou melhor, no Brasil)
Aqui, com bons comentários.
Teste: Você, blogueiro amigo, se depara com o listão, examina os blogs e se esforça para...
a) Seguir o caminho tão viajado e tão seguro dos campeões de audiência;
b) Fazer algo diferente e algo melhor que o rodízio de chuchu das cabeças coroadas.
Seja sincero. E imagine qual alternativa seria escolhida por seu blogueiro favorito.
Quem é o reacionário?
Postado por Paulo C. Barreto às 10:08 0 comentários
Tags: blog
quarta-feira, agosto 15, 2007
terça-feira, agosto 14, 2007
Digg in the beginning : The first 10 stories
Postado por Paulo C. Barreto às 20:15 0 comentários
Tags: Digg
domingo, agosto 12, 2007
Quanto se gasta em pedágios...
27/07, 7h16, Viúva, R$ 7,50
27/07, 9h18, Itatiaia, R$ 7,50
27/07, 10h20, Moreira, R$ 7,50
27/07, 11h26, Jacareí, R$ 3,30
27/07, 11h36, Parateí, R$ 3,60
29/7, 14h10, Parateí, R$ 3,60
29/7, 14h58, Jacareí, R$ 3,30
29/7, 15h48, Moreira, R$ 7,50
29/7, 17h00, Itatiaia, R$ 7,50
29/7, 19h06, Viúva, R$ 7,50
Postado por Paulo C. Barreto às 21:49 0 comentários
Tags: caça-níqueis, Pedágio, Via Dutra
sexta-feira, agosto 10, 2007
Continuo não endossando este movimento
O importante é que o segundo governo de Lula já acabou. O Grande Timoneiro de Garanhuns, para variar, não sabe. Mas já acabou em um sentido: eleito pelo "povo" (muitas aspas, pois abstrações não vão às urnas), não conseguirá mais um olho-no-olho com uma amostra grande e não-amestrada desse "povo". Os vaiadores o seguirão aonde for, como Collor em 1992 depois de publicadas as denúncias de seu irmão Pedro. O turismo republicano do Supremo Magistrado da Nação se resumirá a pular de uma base aérea a outra, como Sarney depois do fim do Plano Cruzado.
O primeiro governo de Lula, já lembrei em artigo, acabou no momento em que Roberto Jefferson aconselhou José Dirceu a sair do Planalto rapidinho. Não faço idéia de quanto custou mantê-lo ligado a aparelhos até a eleição seguinte.
Postado por Paulo C. Barreto às 18:37 0 comentários
Discriminação digital?
Historicamente, a esquerda brasileira nunca esteve nem aí para levar computadores a ricos ou pobres, brancos ou negros. Quando a ONG do Betinho perdeu o monopólio da distribuição de internet para brasileiros reles mortais, na mesma hora brotou outra ONG seguindo o mesmo modelo e a mesma inspiração ideológica da Campanha Contra a Fome (aquela que muitos esquerdistas consideravam paliativa e diversionista): o Comitê para Democratização da Informática.
Nos tempos do Diário da Tropa, um boletim por email que publiquei entre 1998 e 2000, nunca os leitores me xingaram tanto quanto nas ocasiões em que me mostrei cético diante do CDI. Mostrei exaustivamente por que um CDI em expansão não conseguiria doações de computadores que bastassem à necessidade. Hoje há muita gente jogando fora, ou quase, micros mais ou menos usáveis (não me venha com 486s ou Pentiumzinhos) porque o dólar está barato em reais e o computador novo está barato em dólares. Com isso, um monte de gente está se "incluindo digitalmente" por conta própria, o que torna relativamente menos necessários os núcleos de informática coletivizada propostos pelo CDI e imitados por governos e governos.
E agora mais essa. Tirei daqui, ó.
Ligo a TV e vejo matéria sobre exclusão digital. O fato de ricos e brancos usarem os centros de acesso gratuito à internet mais do que os pobres e negros é definido como discriminação digital. Como assim, “discriminação digital”? O computador sente o cheiro de pobre? O computador sabe diferenciar a raça do usuário? É claro, “exclusão digital” é uma expressão segura, simples tradução de um fato; era fundamental ir além, era necessário usar uma expressão que explicasse as verdadeiras causas da exclusão. As pessoas excluídas são excluídas porque são discriminadas — e são discriminadas nesses centros porque são pobres e negras. Simples como rasgar uma página do dicionário. Se o espectador não se abalava com “exclusão digital”, ele irá se abalar com “discriminação digital”. Mas não temam, as estatísticas não mentem: se nesses centros os negros são minoria é mister fazer algo por eles. Em breve teremos cotas raciais para acesso à “rede mundial de computadores” (como alguém consegue usar essa expressão diante das câmeras sem cair na risada?). A matéria não falou de cotas, mas tem o kit pronto para quem quiser comprar.
Postado por Paulo C. Barreto às 10:25 0 comentários
Tags: Inclusão digital
quinta-feira, agosto 09, 2007
PF caçando palhaçadas sobre a TAM no Orkut? Aqui, ó
[notem a data original: 26/05/2006]
A arte do relacionamento é uma arte que vem do tempo das cavernas. Nesse negócio mente-se muito desde sempre: separar a verdade da mentira faz parte do jogo. Pelo menos sempre houve um método na enganação. O pobre se fazia de rico, o picareta fingia honestidade, o feio aumentava sua belezura. Nem essas velhas tradições passam incólumes no Brasil.
Na medida em que o Orkut criou novos meios para que pessoas façam contato com pessoas (ou "pessoas" feitas de bits e bytes que só existem na fantasia de seus criadores), virou o paraíso da exposição mútua das esquisitices. Quanto mais você for louco, feio e vândalo, maior o seu sucesso social.
Os criadores do Orkut achavam que a comunidade regularia a si mesma através da rede de vínculos sociais. Só esqueceram de combinar isso com a "elite branca" que acessa a internet no Brasil. Resultado: prostituição, tráfico de drogas, pornografia infantil, apologia a ideologias criminosas. Os honestos ficaram quietos ou saíram de cena, deixando livre o caminho para a classe bandida da rede. Deve ser o conceito brasileiro de "liberdade de expressão".
Os homens da lei brasileiros não estão gostando nada disso. Depois de muita insistência, conseguiram a cooperação da poderosa/odiável Google Inc., dona do Orkut, contra as comunidades de usuários que têm violado a legislação nacional (e, antes disso, o termo de conduta do Orkut, documento que todos fingem que não existe). O escritório da Google no Brasil começou dizendo que nada tinha a ver com o site, que é hospedado nos Estados Unidos, e que a representação brasileira só serve para negócios. E já que os dados orkutianos estão em servidores americanos, seu sigilo não pode ser quebrado pelas autoridades brasileiras.
Observação cem por cento correta, mas ainda assim uma linda contribuição aos anti-Google. Jogou gasolina numa fogueira em que o Ministério Público chegou a propor a "desconstituição da pessoa jurídica" da Google no Brasil. Inútil. Os usuários daqui continuarão acessando os servidores do Orkut lá na Califórnia. A não ser que, à moda chinesa, uma barreira virtual de censura impeça o Brasil de ter acesso ao Orkut.
Mas a Google americana deve entregar os dados sigilosos de todos os picaretas. Que o faça já para que as autoridades brasileiras se convençam logo de que não há o que se possa rastrear a sério. Nada é mais fácil do que criar no Orkut perfis falsos com dados inverificados e inverificáveis. Se quem busca o Orkut para fazer contatos e disputar popularidade sabe disso, os criminosos sabem mais ainda.
Pelo menos a bronca do MP tem uma base incontestável: o Orkut não tem feito tudo o que pode para criar e manter um ambiente limpo.
Há algumas semanas o Orkut incluiu por padrão nas páginas iniciais dos usuários uma lista de visitantes recentes. Foi o suficiente para deixar em pânico muitos orkutianos subitamente expostos pela xeretice alheia. Preocupam-se por bobagem. Todo mundo pode entrar no perfil de todo mundo por qualquer motivo ou por motivo nenhum.
Pelo menos esse recurso pode ser desativado conforme a preferência do usuário. Enquanto isso, tem feito falta desde os primórdios do Orkut um elemento que deveria ser mostrado obrigatoriamente, com o maior destaque possível, em cada uma das páginas iniciais: o nome de quem indicou aquele usuário. Acompanhem meu raciocínio:
1) Ninguém cai de pára-quedas no Orkut. Todo usuário, com perfil verdadeiro ou falso, só entrou porque foi convidado por alguém e tinha um endereço email válido para receber o convite. Nazistas, pedófilos e traficantes só entraram no Orkut (e convidaram para o Orkut seus próprios amigos com "interesses" afins) porque algum dia alguém traiu a confiança de gente honesta.
2) Todos querem aparecer. Pelo menos até o ponto em que interessa, a melancia no pescoço é adereço obrigatório. Farão todos os "amigos" que encontrarem pela frente e entrarão nas comunidades mais absurdas possíveis -- quantidade, não qualidade -- enquanto acreditarem que seus podres não serão contestados.
Resumindo: com a revelação do "Q.I." do usuário, antes mesmo de quaisquer ordens judiciais, todos os orkutianos teriam a resposta clara e antecipada da pergunta tão necessária: "Quem deixou o nazista entrar?"
Postado por Paulo C. Barreto às 21:36 0 comentários
Quando a Assespro mergulha no poço da saudade
[12/05/2006]
Toda a indústria nacional gosta de pintar em tons de cor-de-rosa o quadro de seu passado glorioso, apresentar-se como vítima inocente de um presente cruel e contar com novas "políticas públicas" que defendam seus interesses daqui para o futuro.
No mundo da informática brasileira ocorre exatamente o mesmo, mas pelo menos no caso da Assespro (Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet) não há por que suspeitar de uma conspiração da entidade de classe para iludir o público e influenciar decisões governamentais com base em premissas erradas e distorções históricas.
Eis o que se lê no documento "A Política Industrial para o Setor de Software: Propostas da Assespro" [http://www.assespro-rj.org.br/instituc/politicaSW.html], aprovado pela diretoria da associação em 12 de março de 2004:
"Em 1992 iniciou-se o declínio da maior empresa nacional de software à época, a carioca Convergente. A principal razão foi que, com a chegada do Windows, a Caixa Econômica Federal, um dos maiores usuários do Carta Certa, optou por descontinuar o seu uso e substitui-lo pelo Word 2. O orçamento à época remontava a cerca de meio milhão de dólares. A Convergente tentou de todas as formas sensibilizar a Caixa para que apoiasse a sua versão Windows, que ficaria pronta em no máximo 4 meses, em troca de um aporte financeiro de menor monta. A Convergente fez o seu papel e lançou o Carta Certa for Windows, a Caixa não. O resultado: a Caixa não tem mais Word 2.0 e o Brasil não tem mais a Convergente."
A mensagem tem destinatários certos: os guardiães da chave dos cofres públicos, que não necessariamente entendem de informática e, quando entendem, muitas vezes dão uma de Silvinho Pereira e se esquecem do que era usar computador no Brasil naqueles tempos. Mas os membros da Assespro se lembram tanto que têm boas histórias para contar aos "gestores de políticas públicas".
Se aceitam minha sugestão, poderiam relatar que o Carta Certa foi produto da reserva de mercado, o produto da ditadura mais querido da esquerda militante. Seus dias de glória foram aqueles das máquinas de terceira a preço de primeira, pois as importações eram proibidas e o capital estrangeiro era o diabo que não podia manchar as fábricas locais de computadores. Da mesma forma, estavam fechadas as fronteiras para o software internacional: o Carta Certa não tinha muitos concorrentes no mercado legal de processadores de textos. O WordStar era campeão de popularidade da época, mas a bordo da pirataria deslavada. WordPerfect e Microsoft Word, em suas versões pré-Windows, não chegaram a ser amplamente usados.
Ainda assim, era um mercado bem mais dividido que o de hoje. Ninguém arriscava um palpite sobre qual seria o processador de textos dominante dos anos seguintes. Poucos apostavam que o Microsoft Word para Windows fosse tomar conta do mercado. Na verdade, poucos podiam sequer apostar no Windows, que ainda rodava mal e exigia no mínimo um micro 386 -- classe de computadores ainda rara e cara no mercado não-muambeiro. Fazer programas para as carroças made in Brazil, nivelando por baixo, era realismo patriótico.
Assim fez a Convergente. Não tinha um Carta Certa para Windows porque não achava que fosse necessário: a maioria das máquinas só usava DOS, aquela matriz de letrinhas (geralmente verdes) sobre fundo preto. A Caixa tinha muitos computadores incapazes de rodar Windows, mas que suportavam o Carta Certa. A Convergente faturava com as licenças de uso. Pensava que os usuários corporativos se manteriam contentes com aquilo por tempo indeterminado, mantidos os 386 como brinquedinhos pequeno-burgueses, e as licenças de uso continuassem entrando sem grande esforço.
Mas em 1992 muita coisa mudou. A reserva de mercado caiu, reduzindo os preços dos computadores. A abertura aos importados já era realidade. A Microsoft lançou a versão 3.1 do Windows, um aperfeiçoamento substancial no ambiente gráfico (não que pareça grandes coisas aos olhos do usuário de hoje, mas foi). Até a Eco-92 ajudou, consolidando a Internet no Brasil. A Caixa teve a oportunidade inédita de se reequipar informaticamente, comprando máquinas a preços mais justos. Se assim não fosse, continuaria no DOS e no Carta Certa. Quem mandou migrar para o Windows? Mesmo sobre um Windows que funcionava relativamente mal, o MS-Word era um excelente motivo para adotar as janelinhas, mesmo que ninguém ainda tivesse idéia de que aquele processador de textos viria a dominar o mercado.
O outro erro de avaliação da Convergente foi contar com a boa vontade de um único comprador. Notem que, num mercado indefinido, o processador de textos brasileiros tinha vantagens nada desprezíveis: era feito em língua portuguesa, era um nome famoso, tinha muitos usuários (que geravam incontáveis documentos compatíveis com ele), rodava tanto nas máquinas antigas quanto nas mais recentes. Mesmo o Carta Certa para Windows, quando saiu, era notável por ocupar pouco espaço em disco num tempo em que o armazenamento não saía barato. Por que, então, foi sendo gradualmente deixado de lado não só pela Caixa, mas por incontáveis organizações e pessoas físicas?
Em momento algum o documento da Assespro discute o que realmente interessa em toda a questão: se a decisão da Caixa em adotar o Word, pesando prós e contras, foi vantajosa. Como verificá-lo, se é que é possível? Estamos falando de setor público, confortavelmente imune ao cálculo econômico.
Por isso tudo, não há conspiração nenhuma. Haveria se tivessem consciência da engabelação que praticam. Pelo contrário: os arautos da grandeza pontogov iludem uns aos outros com tanto ímpeto que acabam acreditando mesmo no que dizem.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:31 0 comentários
terça-feira, agosto 07, 2007
Enfim a luz
2007-08-07
Não é desertor, estúpido
Os atletas cubanos que fugiram da ilha da miséria (Cuba) não são "desertores". Toda a imprensa brasileira os está chamando assim. Acontece que desertor é:by Zappi
que ou aquele que deserta do serviço militar;
o que fugiu ao cumprimento do dever.
Os atletas cubanos não fugiram do serviço militar, estavam competindo no Pan. Não fugiram tampouco ao cumprimento do dever. Chamá-los de desertores equivale a negar-lhes o básico direito de mudar de país. Equivale a endossar a política de Cuba, uma ditadura ferrenha que proíbe de sair os que tiveram o azar de lá nascer. Será que o Estadão endossa essa clara violação dos direitos humanos? Não? Então chamem os atletas de "fugitivos" ou "dissidentes" no máximo.
Aceitar que os cubanos são desertores é o primeiro passo para tirar direitos básicos do brasileiro, que está para ser vítima de um regime absolutista cujo nome ainda não sabemos. Será Petismo? Ou será Lulismo?
Postado por Paulo C. Barreto às 22:51 1 comentários
Tags: Cuba, lula, Pan-Americanos
Já que falei da falta de placas...
Por enquanto é só. Escasseiam os posts. Segue a dúvida sobre quem se beneficia do participacionismo da Web 2.0. Quem tem certeza? E, dado o cenário, que importam as certezas?
Postado por Paulo C. Barreto às 08:56 0 comentários
segunda-feira, agosto 06, 2007
Critiquinha de restaurante
Pode ser que o novo Emporium Pax do térreo do Rio Sul se torne alguma coisa um dia. Pois na noite de quinta-feira...
- Notamos várias mesas ladeadas por baldes que aparentemente esperavam garrafas de champanhe. Muito chique, não é? Errado: os baldes recolhiam a água de várias goteiras.
- Dois garçons, atrapalhados, anotavam os pedidos. Mas um transmitia os pedidos e o outro nos deixava no vácuo.
- Nossa quiche, pronta, ficou um tempão dormindo sobre o balcão antes que alguém se lembrasse da salada.
- Serviram taças de vinho branco estupidamente gelado (não sei se esse é um costume folclórico carioca, mas já deu o que tinha que dar). Questionado sobre a procedência da bebida, o garçom se esqueceu de nos mostrar o rótulo.
- Um problemão que não nos afetou pessoalmente, mas vale registrar: o chope é -- com a licença da má palavra -- Sol.
Procura um Emporium Pax decente? Vá ao Botafogo Escada Shopping. Com mesa na janela, é claro.
Postado por Paulo C. Barreto às 09:52 0 comentários
Tags: Botafogo Praia Shopping, Emporium Pax, restaurante, Rio Sul
domingo, agosto 05, 2007
A tradução da entrevista é uma titica...
...mas a leitura é recomendada. Só não é integralmente coincidente com a opinião deste blog.
"A web 2.0 é uma ameaça à cultura"
O pensador inglês considera o fenômeno mais badalado da internet uma “picaretagem”
Postado por Paulo C. Barreto às 16:21 0 comentários
Tags: Andrew Keen, entrevista, The Cult of the Amateur, Web 2.0
sábado, agosto 04, 2007
quinta-feira, agosto 02, 2007
Faça como Elton John:
Postado por Paulo C. Barreto às 23:19 0 comentários
Tags: Elton John, internet, piadas
Este blog não endossa o movimento...
...mas não perde a chance de desmascarar a mídia que, de tão "golpista", se recusou a veicular este anúncio. Istozinho. Nada de mais. Ou a "zelite" reclama de barriga cheia, inventando movimentos golpistas quando deveria agradecer de joelhos ao Grande Timoneiro pelo dólar baixo e pelas lucrativas jogadas financeiras, ou a "zelite" da mídia é descaradamente conivente com... hã... tudo isso que aí está. Você é que sabe.
P.S.: Agradeça à odiada Google Inc. por manter este espaço. De pé, não de joelhos.
quarta-feira, agosto 01, 2007
As salsinhas e o desemprego
Esta eu descobri graças ao Guilherme, que me mandou um link sobre a Sylvia Kristel, no Verdes Trigos. Imediatamente me lembrei de um de meus desejos de infância,
minha vizinha Rosaneser jornaleiro. Eu achava o máximo, poderia ler todos os jornais e revistas, e ainda ganharia dinheiro com isso. Depois vi que não era uma profissão muito rendosa, em uma banca de subúrbio, mas continuei a admirar a possibilidade de ter acesso a todo aquele material. Seguido a isso, só trabalhar em uma livraria.Mas pelo visto, as salsinhas não compartilham dessa minha visão. Vejam o que encontrei, graças ao Verdes Trigos. Foi publicado na coluna do Gilberto Dimenstein, de hoje.
Canssei, cancei ou cansei?
Um vendedor da Livraria Cultura, na avenida Paulista, consegue tirar até R$ 4.500 mensais, com direito a assistência médica e odontológica, além de receber bolsa para estudar na faculdade. Dependendo do seu desempenho, ganha um bônus no final do ano -sem contar os descontos para a compra de livros. Mesmo assim, um dos principais problemas daquela livraria é atrair e manter empregados. “É desesperador”, resume Pedro Herz, proprietário da livraria.Desesperador porque os candidatos a vendedor apresentam falhas na sua formação, a tal ponto que muitos deles não perceberiam o erro no título desta coluna. Uma boa parte dos contratados não se adapta às exigências do trabalho, deixando o emprego na fase de experimentação. Resultado: vagas abertas há muitos meses, o que acaba por impactar a capacidade da livraria de elevar suas vendas.
Eu poderia escrever umas dez páginas, mas nada que eu diga vai ser mais contundente que os dois parágrafos acima.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:50 2 comentários
Tags: contraditorium, desemprego, Dimenstein, Livraria Cultura
Ruy Castro enfia o sorvete na testa
Daí começou-se a bater na desimportância do Pan. Ela podia ser medida pelo fato de que a imprensa americana não lhe estava dando bola. Mas e daí? Os americanos são assim mesmo, de um provincianismo ridículo. Tiveram a honra de sediar uma Copa do Mundo de futebol em 1994 e, nas duas primeiras semanas, seus jornais também a ignoraram, em nome dos campeonatinhos locais de rúgbi e beisebol.
Entenderam, crianças? É assim que se faz no Brasil um jornalista "respeitado" e cheio daquela aura energética chamada "credibilidade": comece dizendo que nos Estados Unidos se joga râguebi (aqui sigo a redondamente vantajosa grafia lusitana). Ruy Castro é a velhinha fofoqueira anônima de Peyton Place.
[Update 1] O futebol profissional masculino está com a vida ganha no Brasil (imagine se o Campeonato Brasileiro não fosse uma divisão de base para exportação de craques para a Europa). Ganhou cinco copas. Não está nem aí para a falta de um ouro olímpico. Não esteve nem aí para um ouro sub-olímpico no Pan. Entraram em campo uns menininhos, perdeu a medalha e tudo ficou por isso mesmo.
[Update 2] Já que nem os americanos gostam de futebol (de bola redonda) nem os brasileiros gostam de beisebol, os desorganizadores do Pan arrumaram um campinho de beisebol improvisado no rockódromo-lamódromo. A seleção dos EUA, no entanto, estava tão interessada em medalha quanto o escrete canarinho de futebol de campo masculino.
[Update 3] Eu sou o exemplo supremo de brasileiro que não está nem aí para beisebol e não tem a menor idéia de como se joga aquela p@#$&*@#$%*.
Postado por Paulo C. Barreto às 21:27 0 comentários
Tags: Peyton Place, Ruy Castro
Não percam!
Entrevista com Pedro Doria.
P.S.: Como sempre, o Blogger mais lento que um caramujo manco.
Postado por Paulo C. Barreto às 21:05 0 comentários
Tags: entrevista, Pedro Doria
terça-feira, julho 31, 2007
Dejeto experimental
(já que o assunto é escrever, apesar das digressões retroinformatas, eis um post de 16 de dezembro de 2004...)
Uma das desgraças da minha vida acadêmica foi ter feito mesmo, não copiado-e-colado ou equivalente, meu projeto experimental em jornalismo. Era só um TCCzinho muito chulezento, muito distante de uma tese.
Fi-lo sobre BBS, em 1994, crente que algum professor fosse saber do que eu estava falando. Por que eu não traduzi aquele folheto da Compuserve e não juntei o documento oficial da FidoNet para compor um trabalho original? Em vez disso, passei as noites queimando as pestanas diante do monitor e os dias mendigando impressoras dos "muy amigos", pois impressoras que funcionassem estavam totalmente fora dos orçamentos meu e da faculdade.
Se tivesse investido na praia metade do tempo que desperdicei para tirar um 10 unânime, quando um 6 teria me conduzido ao mesmíssimo diploma, hoje seria bodyboarder profissional, ganharia mais que suas incelênças os professores, e ainda produziria mais vitamina D.
OK, não foi nenhuma façanha histórica defender meu trabalho diante da banca. Tive que esclarecer que não havia uma ética na pirataria em si, mas sim uma eticazinha entre piratas e piratas (uma série de leis não escritas, principalmente a que proibia vender programas "genéricos" para amigos). E tive que ouvir de um professor, no names, please, que era óbvio ululante o "fundo moral burguês" nos métodos do shareware/freeware como contraponto à tal ética pirata, pois o ambiente BBSiano era inexoravelmente burguês pelos motivos tão bem expostos nas páginas anteriores do projeto etc. etc. Depois dessa, nunca mais falei de burguesia a sério, nisso concordando totalmente com o Xandelon. Nas palavras, não no sentido, o refrão de Cazuza estava certíssimo: "burguesia" fede.
Por essas e outras, não me peçam para ler o trabalho. Descontando o estritamente factual, rejeito 95% do que ali está. Quando cheguei ao fim, já tinha sérias dúvidas sobre a linha condutora do início.
O relatório final da banca também recomendou a publicação do trabalho. Se foi publicado mesmo (em papel, nada de Internet ainda), não me avisaram nem depositaram os royalties. Escapei desse vexame.
Postado por Paulo C. Barreto às 23:00 0 comentários