segunda-feira, novembro 26, 2007

Adeus, Palm

O Palm Vx funcionou mais ou menos até ontem, quando desligou e não ligou mais. Sem explicação e sem chance de conserto.

Só a morte do portátil conseguiu ser mais absurda que sua longevidade: mais de sete anos de efetivo exercício, o que prova que de vez em quando até o Stand Center é capaz de vender um troço honesto... Exceção total. Nada em informática dura sete anos, mesmo sendo o símbolo de uma era.

Lançado em 1999, o Vx (igual ao V original com o quádruplo de memória) foi o melhor Palm de todos os tempos, ponto. O primeiro com design “de gente grande”, imitadíssimo. O primeiro com tela realmente nítida. E o primeiro com bateria recarregável, minúscula e que durava horas e horas (não me lembro de celular daquele tempo que tivesse bateria que prestasse).

Enquanto Palm foi sinal de status, leiam The anatomy of buzz, e as pretensões do usuário típico se limitavam a agenda, tarefas e lista de contatos, o Vx era a continha do necessário. Depois só estragaram a receita. O conceito do Palm (e do PDA em geral) degringolou quando as operações de agendinha foram absorvidas com folga pelos celulares -- no bolso, um gadget só já basta. E os handhelds remanescentes, de todas as marcas, correram desesperados em busca de conectividade, armazenamento e multimídia. Aí é que as tartarugas ultrapassaram a lebre.

Resultado: qualquer Motorola V3 vagabundo é mais cult que o melhor dos Palms (e sem deixar seu usuário parecendo um usurpador do proletariado), o BlackBerry ressuscitou o teclado, o iPhone botou o hype das canetinhas em seu devido lugar, qualquer coisa da Symbian mostra que, em usabilidade, é possível pôr no bolso um computador conectado que não pareça um Frankenstein de PDA com telefone.

Palms? Ainda os há, mais caros do que parecem. O TX é o herdeiro da "velha tradição" na falta de melhor (não que dê para melhorar muito diante dos problemas conceituais), os Treos são antiquados e limitados, o LifeDrive castigou os early adopters com seus defeitos, "coisas" como E2 e Z22 dão a idéia do que a Palm (empresa) pensa do consumidor brasileiro. Daqui a pouco vem o Palm Centro. Não espero nada.

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