De volta ao Segundo Caderno
Joaquim Ferreira dos Santos, outrora sacaneado até a medula em shows da banda Casseta & Planeta, deu metade da coluna de hoje para o lançamento do livro “O Planeta Diário”, evento de terça-feira. Se não estivesse chovendo (carioca dissolve na chuva) e o lançamento tivesse algo a ver com alguma peladona ex-mulher de traficante, daria a coluna inteira.
Mas a noite de autógrafos estava pequena, pelo menos enquanto eu estava lá, pois saí antes que Hubert chegasse. Entusiasmo da coluna com a ressurreição das camisetas “eleitorais” do Macaco Tião, agora elevadas a ícones dos anos 80...
Faltou explicar que o fôlego do chimpanzé não deu nem para a saída. A candidatura prefeitural do Tião em 1988, levantada em conjunto pela Casseta e pelo Planeta, foi campeã de popularidade nos bons tempos em que o Rio ainda apitava alguma coisa culturalmente (quando os eleitorólogos da Globo apontaram Tião, símbolo do voto nulo, como o “grande derrotado” nas urnas, queriam dizer “alguém do PT venceu
No ano seguinte, bem que tentaram levantar a bola do Macaco Tião como candidato a presidente. Alguém lembra?
Mas, enquanto durou, a gracinha foi levada mais a sério do que deveria, incluindo talk shows e candidatos de verdade, o que sob os devidos critérios teria feito o consórcio Casseta-Planeta merecer alguma espécie de Top de Marketing.
Especialmente porque tanto a Casseta quanto o Planeta já tinham entrado em trajetória descendente na mídia impressa, assolados por pacotes econômicos e perdendo de vista o público-alvo (baixaria “impacta” muito e vende pouco. Adolescente não lê texto de mais de cinco linhas). Mas foi em 1988 que descobriram a televisão, conquistando o ódio eterno da intelligentsia. E ainda lançaram “oficialmente” a banda, que correu o Brasil com shows que lucraram um quase nada - só serviram para promover as vendas do LP “Preto com um buraco no meio”, exatamente o inverso do modelo de negócios que os obituaristas da “indústria fonográfica” consideram o único que resta a seguir...
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