Quinze anos de carreira (parte 5)
Na parte anterior, dei umas pinceladas sobre o MSX, meu primeiro computador em casa, e a reserva de mercado. Mergulhei no assunto em duas colunas, primeira e segunda, em minha coluna no site Diego Casagrande. Só não tenho certeza se isso vai dar livro mesmo, apesar de ser uma das histórias mais mal contadas da tecnologia da informação no Brasil.
Em 1993, na época em que troquei o Expert DD Plus, e seu modem lamentável, por um PC mais do que precário, fiquei um tempinho sem modem. Mas já tinha marcado presença na comunidade online e nos encontros de usuários. Mas já tinha um bom motivo para quebrar o gelo nas rodas dos tec-luminares: minha participação na Mad brasileira. Sim, a revista que todo mundo dizia que lera muito na adolescência e que ninguém sabia que ainda existia...
Eu escrevia matérias e mais matérias para a Mad desde dezembro de 1992, quando a primeira de todas foi aceita: entrevistas fajutas, sátiras de novela, Livros do Ódio, Jogos dos Erros e demais atrações que fizeram a fama da revista. Como leitor desde muitos carnavais, trabalhava quase que por instinto. E, paralelamente, ainda fazia o estágio não-remunerado num departamento do Ministério da Aeronáutica, o que me permitia imprimir cópias e mais cópias das matérias para mostrar nos encontros (distribuição via BBS era demoradíssima com o tal modem lamentável e não havia um processador de textos que tivesse aceitação unânime). Nunca tive tratamento VIP, mas consegui alguma notoriedade. No mínimo, ninguém escapava de dar uma risadinha. O mais importante era o feedback, saber o quanto estava acertando ou errando. Assim é que eu conseguia uns trocados para ir aos eventos e fazer upgrades ocasionais, pois a revista Casseta e Planeta (agora tudo junto) descia a ladeira da irrelevância.
Para dar fim à abstinência de BBS, consegui uma boa oportunidade para comprar um modem de 2400 bps, usado, externo, sem fax, sem correção de erros, sem marca. Mesmo assim, era vendido em dólares, como todo equipamento de informática de seu tempo. Descobri, tarde demais, que meu micro era tão depenado que faltava um chip controlador da porta serial. Tive que conseguir uma placa controladora emprestada enquanto durasse meu período com aquele modem -- ou seja, o tempo de juntar mais notas verdes e comprar algo melhor. Ainda bem que não demorou muito. Depois eu conto.
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