quarta-feira, julho 18, 2007

Palavras de especialista

Não há muito o que comentar. Apenas alguns pontos:
1) 1 mês e meio para fazer uma reforma na pista principal (e super curta) de congonhas é pouco. Tem que parar mais tempo e fazer um serviço de qualidade. Mas com nosso governo desmoralizado e corrupto do jeito que é, e com uma infraero exemplar que faz shopping ao invés de consertar buracos na pista, fica difícil.
2) Falando de infraero, eu lembro aos senhores que ela é uma empresa pública que, dentre outras funções, deveria usar o rico dinheirinho da taxa de embarque de vocês não só para prover conforto (?!) aos usuários dos terminais mas melhorar a qualidade da infraestrutura, e isso inclui tanto os sistemas de auxílio a navegação aérea (que em Guarulhos é razoável, no Rio é sofrível e em outros estados eu nem comento) e também às pistas de pouso (e suas particularidades).
3) Lembrem-se que há alguns dias atrás um avião da Pantanal, um turbohélice (ou seja, avião de hélice, voa mais LENTO do que um Airbus e usa bem menos PISTA), também saiu do alinhamento e parou o aeroporto de congonhas. Aquilo lá tava um sabão, serviço mal feito e provavelmente teve pressão política para liberar aquilo "do jeito que tá". Sem dúvida o fator principal contribuinte que está isento de qualquer argumento de que "foi coincidência".
4) Para o brasileiro, infelizmente, sobrou os terminais rodoviários. Cada um tem o transporte que merece, assim como o cada eleitor tem seu presidente da república que merece.
5) O poder para mudar isso estão nos parentes das vítimas dos acidentes mais recentes. Os parentes das vítimas da Gol não ficaram felizes com o indício dos pilotos norte-americanos que ainda não pagaram nada para eles em relação à morte de seus entes queridos. Eles sabem que o problema, antes de ser do Transponder, está na infraestrutura aeronáutica dominada por militares (apesar de ser ANAC) inteligentíssimos (sic) e super experientes (sic) sendo capazes até de prever nostradamicamente que o erro estava nos pilotos. Poupem-me.
6) Tenham certeza de uma coisa: Um acidente aeronáutico, por definição empírica e imutável, é uma soma de erros. Mas somando todas as tragédias, um fator é comum: A falta de infraestrutura. Só os parentes das vítimas (porque as vítimas não podem falar por si mesmas infelizmente) tem a capacidade de, juntamente com aqueles interessados, de mudar as condições atuais.
De resto, não tenho mais nada a comentar, por enquanto.
Agora relaxa e goza aí galera.


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Roque Santos Junior
roquesantos at gmail dot com
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