segunda-feira, novembro 22, 2010

O Dia de Arariboia inesquecível, 18 anos depois

Em 22 de novembro de 1992 fui a meu primeiro encontro de usuários de BBS, no Barril 1800. O que ainda faz sentido daquele tempo? Não há mais Barril 1800 naquele endereço. Não há mais BBS "enquanto" fenômeno. BBS se perdeu na lembrança dos velhos. Desde que inventaram a internet, ninguém mais precisou se preocupar com isso. Os encontros de usuários eram essenciais. Trocava-se ao vivo tudo que não passava direito pelas conexões via modem. Os computadores daquele tempo eram impensáveis pela criançada de hoje. Improvisava-se quase tudo. E, diferentemente da lenda, não havia dinheiro sobrando. Ainda está para ser contada a história completa daquela era de grandes definições.

terça-feira, abril 28, 2009

BrOffice de volta a OpenOffice?

Em primeira instância, a empresa BWS Informática perdeu a queda de braço com a Sun (e outras partes) pela exclusividade do uso da marca Open Office (ou variantes). O tal processo que fez com que o OpenOffice.org brasileiro passasse a se chamar (risos) BrOffice.org. Cabe recurso, é claro.

sexta-feira, março 27, 2009

Bonitinho, hein?

Se não se comportarem, mando todo mundo almoçar na Etna da Marginal às 14h de domingo.

quinta-feira, março 19, 2009

BBBesta

Vinicius Valverde, o mala-mor, ataca neste momento na Praça Quinze. Fujam das imediações.

quarta-feira, março 18, 2009

IBM a fim de comprar a Sun?

Nada espantoso: cada uma a seu jeito, as duas se merecem.

terça-feira, março 17, 2009

Café Gaúcho está salvo

Até que o resultado da obra (São José e Rodrigo Silva, #Rio) está longe de ser desastroso. Na parte alta das paredes continua a maior parte dos adoravelmente esdrúxulos azulejos. E a ilha do café, um dos raros focos de resistência do café de coador que merece R$ 1, está sendo remontada mais ou menos do jeito que era. Se o Café Gaúcho está para virar uma biboca chinesa, pelo menos os chineses estão mantendo intocadas as tradições intocáveis.

terça-feira, março 03, 2009

Sem Vírtua para mim

Hoje de manhã foi impossível enviar uma simples tuitada. Vírtua geralmente não fornecia rede. De vez em quando entrava a página do Globo, se tanto; as outras não carregavam de jeito nenhum. A deficiência de comunicação foi verificada em três máquinas diferentes. O atendimento telefônico só enviava a uma absurda secretária eletrônica que "já sabia" da ocorrência do defeito. Lixo.

sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Sérgio Naya

E dizem que dos mortos só se fala bem.

Aniversário? Tou fora!

Pelo menos o trabalho reduziu as farofadas natalícias a uma só festa mensal, no último dia útil. Excelente. Como o meu aniversário é no dia 1º, no fim do mês ninguém mais corre o risco de se lembrar da data.
 
E por que eu me preocuparia em festa de aniversário para mim? Na ameaça (que chamam de "esperança") de três dias de quarta-feira de Cinzas, a celebração de fevereiro foi hoje. Teoricamente, todo mundo tem que participar, mesmo que os aniversariantes mal conheçam os convidados e vice-versa. Questão de coesão do grupo. Fiz uma retirada estratégica e escapei dos cantores-gritadores (existe algo semelhante em outros países?) soltando perdigotos sobre o bolo.
 
Mas não escapei do próprio bolo, que recebi por livre e espontânea pressão. Nenhuma surpresa. O bolo é sempre coberto de flocos de coco, o glacê é entranhado de coco ralado e o recheio é basicamente uma massa de coco com alguma coisinha para dar liga. Afirmação de fé tropicalista? Enchimento baratinho? Conspiração dos plantadores de coco em Alagoas? Estratégia pouco criativa para dar um "plus a mais" numa receita que não se garante sozinha? Mas todo mundo sempre acha uma delícia. Ou finge que acha, sei lá.
 
Pelo menos é divertido ver certas figuraças "dietéticas" devorando fatias e mais fatias de bolo como se fosse a última comida da Humanidade e bebendo litros de refrigerante açucarado. As mesmas pessoas que me olham torto quando bebo suco de açaí no almoço. O problema é que eu estou subsidiando as orgias calóricas dos outros: a festa é exclusiva para quem contribui para a caixinha do café. Eu pago, eles decidem! É o modelo de Estado ideal dos gritadores de musiquinhas bregas e consumidores de bolo de coco.
 
No meu próprio aniversário, dispenso qualquer homenagem, no trabalho ou fora. Ignorem a data vocês, pois farei força para ignorá-la. Mas o Espírito dos Aniversários Passados só me manda lembranças constrangedoras. O recado vai especialmente para o parente que compareceu a todas as minhas festinhas e nunca deixou um presente; o amigo da família que tentou agradar (a meus pais) dando-me uma roupinha ridícula muitos números menor ("nossa, como ele cresceu, né?"); aquela pessoa que nunca, nunca, nunca foi capaz de anotar a data certa; o improvisador de velas; o puxador musical; o arrastador de crianças inconvenientes; o distribuidor de salgadinhos à temperatura ambiente: podem ir todos para aquele lugar.

segunda-feira, fevereiro 16, 2009

Invasão! Invasão!

Shopping ontem à noite: presença maciça de estrangeiros pouco típicos. Muitas mulheres chinesas Miranda-mode-on. Na loja de celular, um grupinho de indianos experimentava os últimos modelos e fazia perguntas em inglês à demonstradora. É mais fácil demonstradora brasileira de celular falar hindi do que falar inglês. E num shopping de alta concentração de gringos.

Celular: acabou a novela

Nokia 2630 já no bolso. Ainda bem que escapei da muvuca do shopping de ontem e deixei para comprar hoje: consegui mais do que esperava, a um preço abaixo do previsto e em condições mais vantajosas do que "por aí". É claro que há um monte de outros aparelhos com recursos adicionais e recursos diferentes. Mas este é leve e fininho, uma vantagem que não tem preço. Também está em busca de um bom celular? O segredo é NÃO escolher na loja de tijolos, onde os vendedores mais confundem do que esclarecem: fique em casa, acesse todos os sites especializados e compare com calma antes de ir às compras -- se calhar, pode até rolar uma compra online, mas leve em conta o fator tempo. E se você só tem boas lembranças da marca X ou da marca Y, fique com ela, mesmo que custe um pouco mais.

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Engrish

Texto impresso em cada uma das folhas de bloquinho de anotações coreano: "lost true friendship foresees vtheneed of others rather thanproclains itsown".

quinta-feira, janeiro 08, 2009

Kikos Marinhos: dia 8

Resultado da primeira alimentação: o número de Kikos visíveis despencou. A comida, que sempre se imaginou ser para os próprios Kikos, na verdade serve para estimular o crescimento das algas que alimentam os bebês-Kikos. Dá certo? Hoje a garrafinha experimentou um pouco mais de fotossíntese. Mas das outras vezes os Kikos foram derrubados pela contaminação da água.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Kikos Marinhos: dia 7

Definitivamente, um brinquedo de adulto. Improvável que esse monte de crianças lerdas (ditas com "síndrome de déficit de atenção") consigam seguir instruções de mais de dez palavras sem que isso pareça uma cruel imposição autoritária.

terça-feira, janeiro 06, 2009

Kikos Marinhos: dia 6

Uma clara proliferação de Kikos, ainda pouco além de minúsculos. Pouco tempo hoje para ver a bola de cristal/universo em miniatura/milagre da ciência/bruxaria por baixo da mira do radar de credulidade. E amnahã não vai faltar trabalho.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Kikos Marinhos: dia 5

Agora já vemos mais de meia dúzia de criaturas dançando nas águas,
seguindo seu instinto de nadar contra a correnteza. Conforme o
prometido. Sea-Monkeys não decepcionam. O resultado: sim, tudo não
passa de uma grande bobagem (350ml fazem uma "grande" bobagem?). Mas a
simples menção aos Kikos desperta nos interlocutores a fé cega na
inviabilidade absoluta da proposta. (continua...)

domingo, janeiro 04, 2009

Kikos Marinhos, dias 3 e 4: nasceram!

Enfim, a ciência venceu a descrença. No entanto, a magia prevalece.

Ontem de manhã os ovos foram depositados na água purificada, como manda a tradição. Antes os bebês-Kikos surgiam nadando lépidos e fagueiros em questão de dois minutos. Desta vez levou horas. Muitas horas. Não vou ficar vigiando uma garrafinha de água esverdeada, mas só notei um (um!) Kiko vivo quando já eram umas 11h30 de hoje.

Neste momento estou vendo um Kiko nadando (não me peçam fotos; a macro da câmera não alcança algo tão pequeno e o próprio vidro distorce a visão). É o único Kiko da ninhada? Não creio. O que ocorre é que os bichinhos, além de escassos, estão surpreendentemente tímidos. Pode até ser algo relacionado com a temperatura da água ou com a forma do aquário (o gargalo é estreito e os Kikos precisam de oxigênio). Mas já é mais do que esperaria o descrente brasileiro típico.

Por quê? Para todos os efeitos, transformar um envelopinho de cristais brancos em minúsculos camarões é magia. Quer dizer, é tão pouco surpreendente quanto David Copperfield serrar uma mulher ao meio. A ciência explica. Leiam a documentação dos Sea-Monkeys. É tudo baseado em ciência -- e é um texto para crianças. Brasileiro vive sob as benesses da ciência mas, no fundo, acha que isso é empulhação e que faz parte de um povo abençoado demais para precisar queimar a mufa. Se Kikos Marinhos fossem uma bruxaria que fizesse sentido, mereceriam alguma crença.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

Kikos Marinhos: dia 2

Água fervida e o purificador oficial dos Kikos agora descansam numa garrafinha. Amanhã despejarei os ovos instantâneos. Nestes dias quentes, o nascimento das criaturinhas será rapidinho. O verso daquela folha de instruções mostrada no post anterior é bem mais rigoroso quanto às diferenças de efeitos conforme a temperatura. Mas ainda não explica o pré-tratamento da água. Por via das dúvidas, usei água fervida, como das outras vezes. Não confio na Cedae. Muito menos em tratantes brasileiros que acham que, para fins de criação de Kikos, podemos confiar até em água do mar.

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Kikos Marinhos, a volta: dia 1

Comportaram-se bem ano passado? Bônus para todos os que manifestaram curiosidade sobre menções anteriores aos Kikos Marinhos: acabei de comprar um novo kit de criação. Hoje recomeça a saga dos Kikos. Dos Kikos?


Bem, é meio constrangedor usar o nome comercial "Kikos Marinhos" para falar dos legítimos Sea-Monkeys, mas não vou confundir a galera. Sea-Monkeys existem continuamente desde os anos 60 e efetivamente cumprem o que prometem -- você segue as instruções, põe o pozinho na água e as criaturas surgem diante de seus olhos. Comprovei isso uma vez, comprovei outra vez e comprovarei pela terceira vez. Kikos Marinhos, com esta marca, apareceram no Brasil nos anos 70, disseminaram tanta frustração que imagino que o produto não teria sido permitido pelo Código do Consumidor, e sumiram do mercado em menos de um ano (menos de seis meses?). Reencontrei Kikos Marinhos brasileiros por volta de 2006, mas as instruções desta nova versão eram nada que pudesse ser levado a sério.


Não existem Sea-Monkeys no Brasil, nem nas lojas ditas descoladas de São Paulo. Mas em Santiago, em menos de meia hora num shopping, encontrei um quiosque (nem loja era) de brinquedos que trazia quase toda a linha de Sea-Monkeys. Quem disse que eu ia sair do Chile sem comprar frutos do mar?


O kit básico da atualidade vem com os seguintes itens:



Sobre a folha de instruções, uma pazinha amarela para a comida, uma lupa e os envelopes numerados de purificador de água, ovos instantâneos e ração para Kikos/Sea-Monkeys. As instruções, sem texto, são imprecisas num aspecto crucial: como tratar a água antes da purificação (adicionar o pozinho do envelope número 1, agitar a água e esperar 24 horas). As instruções clássicas recomendam usar água fervida. O papel contemporâneo faz supor que basta usar água filtrada ou mineral. Em comparação, os Kikos brasileiros da safra 2006 deviam ser hiper-resistentes, pois podia-se usar até água do mar ("Vamos a Santos, manhê? Vamos? Vamos? Vamos? Vamos? Vamos?"). Vou ver o que fazer, esperar o tempo regulamentar e realizar o Milagre da Vida numa garrafinha.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Antologia da Casseta Popular: falam mal, mas falam de mim


Depois do sucesso do livro O Planeta Diário, lançado no ano passado com algumas de minhas matérias dos anos 80 e 90, chegou a vez de lembrar outro marco do humor do período. Acaba de sair a Antologia da Casseta Popular (ISBN 9788599070628), uma coletânea de fac-símiles selecionados por Arthur Dapieve. Ponto para a Antologia: os fac-símiles fazem muito mais justiça à qualidade (e à tosqueira) das revistas originais do que a "delavagem" exercida contra as matérias do Planeta no livro anterior.

E, no fim das contas, saiu uma matéria minha -- e de cinco páginas. Escrita em 1989. Virei antológico. :-)

Mais uma vez, fui o último a saber de toda a empreitada. Ninguém me consultou, ninguém me pediu autorização para publicação, nunca vi Arthur Dapieve na minha vida, ninguém buscou no Google meu endereço para contato. Tudo que saiu foi meu nome (errado) num apêndice de "agradecimentos". O que o saudoso Bussunda teria dito numa situação dessas? "Obrigado, nada; pode baixar a calcinha."

terça-feira, outubro 21, 2008

"Último volume! complete sua coleção!"

É o que diz o adesivo no plástico do volume 41 d'O Melhor da Disney - As Obras Completas de Carl Barks, Editora Abril.

Completei. Um longo, longo, longo e irregular caminho desde 2004, mas completei. O adesivo é sério ou tem mais alguma raspinha no fundo do tacho? Acabou, né?

Tenho medo que o volume tenha sido o último não só para a coletânea de Carl Barks como para os quadrinhos Disney no Brasil. Sério. É medonho. Estão desaparecendo. Do próprio volume 41 d'O Melhor da Disney só achei um exemplar solitário numa banca única no Centro do Rio. Tio Patinhas, Zé Carioca, Pato Donald e Mickey, só em poucos locais, escondidas e espremidas entre mangás, Mônica e mangás da Mônica (super-heróis estão sendo tratados com algum luxo e esplendor, mas em outra seção da banca). Tremo só de pensar no que a garotada anda lendo.

Uma franquia de 58 anos está naufragando. E não imagino quem tenha, no Brasil, o menor interesse de assumi-la. A Abril cumpriu sua promessa e honrou a memória de Carl Barks até o finzinho -- e foi com um Barks que tudo começou, n'O Pato Donald número 1. Será um aviso de que sua missão nos quadrinhos Disney está cumprida?

sexta-feira, outubro 03, 2008

Dinheiro falso, volume I: vale-transporte

No Estado do Rio, qualquer cidadão pode ir a um supermercado de uma certa rede e comprar um cartão magnético para usar em ônibus, trens e barcas (o Metrô ainda não entrou na jogada e as vans semilegais inventaram seu próprio sistema de vale-transporte). Entrega 40 reais em dinheiro, recebe um cartão que dizem valer "40 reais". Ora, se eu tenho no bolso R$ 2,10 em notas e moedas, posso fazer mil coisas com esse dinheiro. Na verdade, ninguém no Brasil pode se recusar a aceitá-lo. Se eu tenho um crédito de "R$ 2,10" em vale-transporte, não serve para nada além de pagar uma passagem de ônibus. Qual dos dois dinheiros vale mais?

terça-feira, setembro 30, 2008

Nelson Vasconcelos: new mail has been received!

Prezado Nelson:

Em sua coluna Conexão Global no Globo (de papel, para que ninguém me acuse de ter faltado com o apoio) de hoje, você faz sua breve resenha de The cult of the amateur, o livro de Andrew Keen. Tantas e tantas vezes me referi a esse livro em meu blog -- nem sempre com elogios, mas sempre com base no que o próprio Andrew Keen escreveu. Eu tenho o livro. Se quiser, eu posso emprestá-lo em qualquer hora. É só pedir. Sério. Não mordo.

Impressionado com o subtítulo da edição britânica de The cult of the amateur (assim traduzido: "Como blogs, MySpace, YouTube e o resto da atual mídia gerada pelo usuário estão destruindo nossa economia, nossa cultura e nossos valores"), você conclui que Andrew Keen é "radical, mais conservador que W. Bush". Isso é que é julgar um livro pela capa! :-) Não sei se Keen aceitaria o rótulo, mas ele está mais para elitista da esquerda californiana. Está longe de ser o único. Mas Keen é independente como deve ser: sempre se sentiu livre para criticar a esquerda e a direita, tanto na crítica ao conteúdo interneteiro quanto em outros assuntos.

De qualquer forma, numa comparação mais ampla, o suposto conservadorismo de Keen parece totalmente discrepante dos verdadeiros conservadores políticos, que têm abraçado a blogosfera com uma animação -- por que não dizer? -- revolucionária. Confira Blog, do chatíssimo mas bem-sucedido blogueiro Hugh Hewitt. Religioso, Hewitt só falta considerar a emergência dos blogs um Advento. Nada muito diferente de declarações como a que se lê na coluna de hoje: "não cabe mais protestar, e sim nadar rapidinho e sem fazer marola".

Antes que isso tudo fique parecendo uma briguinha política americana, é bom que se lembre que o tema de The cult of the amateur é de extrema urgência para o presente e o futuro da mídia brasileira. Se falasse do Brasil, Keen encheria um segundo volume só com nossa devoção (dos marqueteiros ditos antenados, dos jornalistas "da velha guarda" e da Crime S.A.) à grande besteira que é o orkut. Podemos concordar ou discordar com o livro, mas quem no Brasil diz o que pensa, e não o que as patotas querem ouvir? Em Portugal já existe uma tradução. Por aqui, só quando inventarem a cura da frouxidão para editores. O jeito é comprar o livro, por mais que isso seja duplamente desaconselhado: por Nelson Vasconcelos, explicitamente, e pelo próprio Andrew Keen, que despreza as lojas virtuais.

Um grande abraço,
Paulo.

P.S.: Blog já foi publicado no Brasil faz tempo. Quer que eu inclua no malote do Cult?

quinta-feira, setembro 25, 2008

Tom Sawyer

Uma passagem sempre bem lembrada d'As Aventuras de Tom Sawyer é aquela em que o malandrão-título é incumbido de caiar uma cerca, faz crer aos amigos que recebeu a tarefa mais divertida do mundo e convence os incautos a pagar pelo "privilégio" de participar do trabalho. Sucesso total: Tom Sawyer ficou de papo para o ar enquanto os otários pegavam no pesado -- e ainda saiu com uns presentinhos de lucro. Mais ou menos como certos brilhantes e promissores negócios na internet, portanto.

Gente real de verdade que existe mesmo, estilo BBB

A Globo também avisa mudanças no perfil dos brothers: a maioria terá mais de 25 anos. Alguns, mais de 45.

terça-feira, setembro 23, 2008

Pior que orkutização: O Globo cai na biboquização

Quem trabalha no meio sabe que de vez em quando surgem umas bibocas jornalísticas que prometem pagar a seus colaboradores mas enrolam até o Juízo Final. Ou não chegam a prometer pagamento para já, mas uma carreira honestamente remunerada quando o veículo se estabelecer. Ou, na cara-de-pau, nada oferecem além do prestígio.

O estimado colega já entrou nessa, não entrou? Você caiu numa conversa mole qualquer do órgão X, do órgão Y e do órgão Z, não caiu? Eis o que soprou em meu ouvido o Espírito dos Natais Passados: com toda a certeza, X, Y e Z faliram. Eles saíram do negócio xingando o capitalismo selvagem da concorrência. E você, se não foi recompensado em dinheiro, também não saiu com prestígio algum daquelas espeluncas.

Pelo menos naquele tempo podíamos ter a intuição de alguma diferença entre as bibocas de vida curta e os velhos e tradicionais pilares do jornalismo. em sua mais recente reforma, O Globo Online amplia o convite ao opinador-cidadão. Excelente, certo? Sim, se você tiver a grande vaidade de ter o seu palpite publicado e veiculado como atração do site, gerando audiência (para o Comercial deles, não do seu!) lado a lado com os trabalhos profissionais -- tudo em troca do velho "prestígio".

Eis uns trechos do contrato de cessão de direitos que os ávidos fornecedores de conteúdo clicam sem ler (negritos meus):

(...) os leitores interessados, após avaliação editorial, seguindo os critérios da INFOGLOBO, poderão ter suas opiniões (...) publicadas no site e em veículos de imprensa da INFOGLOBO e/ou das demais empresas que compõem as chamadas ORGANIZAÇÕES GLOBO. (...)

O colaborador (...) transfere à INFOGLOBO, a título gratuito e por prazo indeterminado, os direitos sobre as obras (...) que tenha encaminhado para a seção de Opinião do site O GLOBO, autorizando a sua utilização e reprodução, total ou parcial, em qualquer mídia ou meio físico (...) e compreendendo, exemplificativamente, as seguintes atividades: publicação, comunicação, reprodução, divulgação (inclusive em seus produtos e campanhas de propaganda e de publicidade), oferta a terceiros (inclusive pela internet), exposição, edição, reedição, emissão, transmissão, retransmissão, comercialização, distribuição, circulação, tradução para qualquer idioma (com ou sem legendas), realização de versões e derivações, restauração, revisão, atualização, adaptação, inclusão em produção audiovisual, radiodifusão sonora e visual, exibição audiovisual e por processo análogo, inclusão em base de dados, armazenamento em computador, microfilmagem e demais formas de armazenamento do gênero. (...)

O colaborador cede e transfere à INFOGLOBO, em caráter exclusivo, definitivo, irrevogável, irretratável e sem qualquer ônus, todo e qualquer direito patrimonial de autor relativo ao material encaminhado à seção de Opinião do site O GLOBO (...)

O colaborador concorda e aceita que, em decorrência da cessão de direitos patrimoniais em questão, a INFOGLOBO transmita a terceiros, do seu grupo econômico ou não, os direitos ora cedidos, por cessão ou concessão, total ou parcialmente, de forma gratuita ou onerosa (...)

A presente cessão não importa na criação de qualquer vínculo trabalhista, societário, de parceria ou associativo entre o colaborador e a INFOGLOBO e/ou terceiros que vierem a utilizar o material encaminhado à seção de Opinião do site O GLOBO, sendo excluídas quaisquer presunções de solidariedade entre as partes contratantes. (...)

segunda-feira, setembro 22, 2008

A orkutização do jornalismo



O Globo Online inaugurou mais uma reforma para reforçar sua identidade corporativa e avançar sua interação com o público. Em resumo, agora o portal se chama simplesmente O Globo e oferece destaque desmedido aos comentários dos leitores. O sistema de comentários já existia e continua existindo do mesmo jeito, como tosquíssima arena de palpites e conspirações de transeuntes eletrônicos (seriam propriamente "leitores"?) que não têm coisa melhor a fazer. Hoje os contadores de comentários foram promovidos à primeira página: as notícias mais comentadas passam a chamar atenção por isso mesmo. A capacidade de atrair uma horda de palpiteiros e conspiradores virou critério de valor das notícias. Como em qualquer comunidade do orkut.

Antes da bolha pontocom, em 2000, os portais disputavam o melhor conteúdo para atrair os olhares dos usuários que sabiam das coisas. Quando o dinheiro virou fumaça e a política de portais foi ao fundo, subitamente os marqueteiros online descobriram as maravilhas da internet participativa: blogs, páginas pessoais, caixas de comentários, fóruns de discussão, bate-papo, peer-to-peer: recursos que inexistiam ou ninguém levava a sério passaram a ser promovidos como "a" razão de ser da rede -- e para um moleque "pow kra blz bjux vlw", nada existiu mesmo antes disso.

Em tempo: Caixinhas de comentários, enquetezinhas, fotinhas "Eu-repórter" e firulas de reengenharia farão levarão os profissionais (propriamente ditos) do Globo a tomar jeito? Todo dia, no papel e online, erros crassos de português e apuração. Sinto como se a redação tivesse sido tomada pelos próprios moleques do orkut: por mais que eles se esforcem para escrever uns textinhos passáveis, continuam dando provas de que não viveram nada, não leram nada, não entenderam nada.

quinta-feira, setembro 11, 2008

Abaixo a Justiça Eleitoral

Os homens de toga têm medo que candidatos eventualmente "excluídos digitais" apanhem na internet e não possam responder na mesma moeda. Como garantir a igualdade de condições, então? Amordaçando a todos.

É verdade que os magistrados brasileiros típicos não têm assim muita familiaridade com computadores -- seus assessores é que os usam. Mas será que, por isso, pensam que é muito caro ou muito complicado botar um site no ar? Que transmitir conteúdo na internet é só para as castas opressoras?

Na aurora da internet comercial brasileira a Justiça Eleitoral não estava nem aí para o que os candidatos faziam nela (ou que particulares faziam dos candidatos nela), já que era tudo coisinha dos membros da "elite branca" para fazer a cabeça uns dos outros. Hoje, quando qualquer favela tem LAN house (obra dos computadores baratos do comércio, não da vontade do Judiciário ou dos computadores socializados das ONGs), os magistrados querem mostrar serviço à moda brasileira. Estão desconectados. Não da internet, mas da realidade.

P.S.: Juro que Barack Obama e John McCain são candidatos a prefeito. Só se fala deles no noticiário internáutico brasileiro.

segunda-feira, setembro 08, 2008

Enfim uma postagem eleitoral. Vamos ver se agora a patrulha do TRE lembra que este blog existe.

Do ex-blog de Cesar Maia:


Quando o atual Prefeito do Rio foi eleito em 1992, esta era a situação dos principais corredores comerciais do Rio. É verdade que quem naquela época tinha 5 anos e hoje tem 20 não se lembra. Ou mesmo quem tinha 13 anos e hoje tem 28 também não. Mas esta era a situação na Nossa Senhora de Copacabana, na Uruguaiana, Av. Rio Branco, Presidente Vargas, Sete de Setembro, Assembléia. Igual na Av. Atlântica, Visconde de Pirajá, Ataulfo de Paiva, entrada da Ilha do Governador, Calçadão de Campo Grande, de Bangu, Rua dos Romeiros, etc. Não se podia circular de cadeira de rodas ou velocípede. Solange Amaral era a subprefeita da Zona Sul. Tudo mudou. Hoje temos uns paraquedas aqui outro ali correndo do rapa. Para se agir assim foi necessário coragem e risco - inclusive de vida. Fazer memória sempre ajuda. Especialmente aos que eram muito jovens na época.
A foto é da Rua Uruguaiana, a rua mesmo, não o famigerado camelódromo. Lembro-me bem daquela fase. Mas o prefeito sabe que a garotada não sabe como era. Dessa forma, não diz uma palavra sobre o tal Mercado Popular da Uruguaiana, uma solução inadequada, exagerada e dificilmente reversível tirada da cartola para varrer a lambança da foto para debaixo do tapete. Erros e mais erros:

1) Em troca de um Metrô caríssimo e curtíssimo, foram arrasados vastos quarteirões no miolo do Centro. Nada sério foi planejado para ocupar esses espaços.

2) Depois das obras intermináveis (também me lembro bem dessa buraqueira), os terrenos do Metrô próximos à Rua Uruguaiana foram ocupados por estacionamentos. Para que é que servia o Metrô mesmo?

3) A camelotagem em massa, pelo menos no Centro, começou no início dos anos 80. A partir do governo Brizola a repressão ao comércio ilegal se tornou cada vez mais irregular, para dizer o mínimo. Instalado o caos, surgiram as propostas de "camelódromos".

4) Em sua última vez como prefeito, 1989-1993, Marcello Alencar mandou reformar (para pior) as ruas do Centro, instalando os toscos paralelepípedos que fazem a desgraça das senhoras e a festa dos sapateiros -- no entanto, mui "tucanamente", sem atacar as abomináveis pedras portuguesas. As crianças devem pensar que os paralelepípedos estão lá desde o tempo de Dom João VI.

5) A Rua Uruguaiana foi uma das "beneficiadas" pelas obras. Junto com as transversais importantes, tornou-se um camelódromo de fato.

6) Naquele tempo, o governo do estado (mais uma vez Brizola), detentor dos terrenos do Metrô, acabou com os estacionamentos da Uruguaiana e fez o tal camelódromo.

7) A PM não entra no camelódromo, a Guarda Municipal passa por fora e finge que não vê, as velhas barracas viraram "lojas" especializadas em muamba e pirataria. Quem dará um jeito?

Antes os camelôs corriam. Os "amadores" ainda correm. Os outros, porém, sabem que ninguém pode (ou deve) mexer com eles, pois beneficiários de um poder maior.

sexta-feira, julho 18, 2008

Spam muito suspeito

Hoje de manhã recebi uma "cobrança" do "Mercado Livre" que remetia aos links suspeitos de sempre… exceto que (a) escreveram meu nome no spam errando a mesma letra que o ML de verdade errou em meus dados cadastrais e (b) o spam era destinado a um endereço que eu uso exclusivamente para o cadastro no ML. Chuparam os dados do ML? Ou o ML, prejudicado pela greve dos correios, resolveu fazer um extra? :-)

quinta-feira, julho 17, 2008

Há um ano

...o acidente da TAM, largamente noticiado e comentado neste mesmo
blog. Alguma solução? Se o mercado de ações fosse algo normal, tipo
2+2=4, todo mundo rejeitaria os papéis da TAM. Continuam enchendo a
bola da TAM como se não houvesse amanhã. Nem ontem.

Há oito anos

...entrei para a equipe do iG de forma presencial e permanente. Ótimo.
Mas há entre os remanescentes da bolha pontocom uma idealização
daqueles tempos como uma espécie de Ancien Régime, e de si mesmos como
barões, condes e marqueses de uma era que não volta mais. Deixem de
bobagem e trabalhem, meninos.

quarta-feira, julho 16, 2008

E a mudança?

Acho que dessa vez vai.

quinta-feira, julho 10, 2008

Dvorak para variar

21 dias para as férias. E uma coluninha do Dvorak para o entretenimento geral...

"
I was amused to read recently about how one fiber-to-the-home scheme
was going to deliver a 20-Mbps downstream connection for $50. The
problem was that the upload speed was a mere 896 Kbps (kilobits per
second). This is simply too slow for today's power user.

Yes, I said it, "power user"—the lost term of the 21st century.

Whatever happened to the power user, anyway? How many newbies out
there even know what a power user is any more? It's a vanishing
species, and even the term has disappeared from glossaries of Web 2.0
terminology. And why isn't a company like Intel promoting the term
just to sell more quad-core chips?
"

Aqui: http://www.pcmag.com/article2/0,2817,2325037,00.asp?kc=PCRSS03079TX1K0000584

quarta-feira, julho 09, 2008

Status

Faltam 22 dias para as férias e uma vaga noção da data de mudança.
Porém, ainda sobram pendências e indefinições.

segunda-feira, julho 07, 2008

Status

Faltam 24 dias para as férias. Da mudança, já não digo uma palavra.

As três aberturas da rede brasileira

Chocados com as falhas da internet da Telefônica paulista de semana passada? Pois foi um longo caminho até que a conexão à grande rede se tornasse um elemento essencial de infra-estrutura. A era pré-internet está se dissolvendo da memória nacional. Se tomarmos como referência o lançamento dos primeiros provedores comerciais brasileiros, em 1995, quem tinha três anos naquele tempo já pode tirar título de eleitor. Na verdade, para que a internet brasileira se tornasse o colosso que "sempre" foi e sua falta causasse escândalo a "todos", houve três movimentos de abertura. Todos ignorados, desprezados, repudiados, combatidos sob as melhores das intenções.

A primeira abertura foi lenta, restrita em abrangência e pouco notada em seu tempo. Ainda nos anos 80 alguns usuários brasileiros começaram a usar modems e linhas telefônicas para troca de dados. Nada daquilo parecia fazer sentido. Os computadores domésticos eram reprimidos pela reserva de mercado. Em regra, cada computador era uma ilha: ninguém tinha grande interesse em investir em modems lentos, caros e pouco úteis. As linhas telefônicas eram racionadas e custavam fortunas. E não se falava em internet, que nem era aberta aos "mortais". Na era dos BBSs, na falta de uma rede abrangente em cada residência (se é que os futurólogos enxergavam uma), cada empreendedor de fundo de quintal fez a sua. Desde então ficou claro que a rede seria o que seus usuários fizessem dela, não o que pudessem esperar que os poderosos fizessem. Esse conceito foi determinante na conquista da internet pelos particulares. Mas também serviu para alimentar a mística favorável ao hackerismo e à pirataria.

A ascensão da internet comercial em meados dos anos 90, assinalando a discrepância entre o Brasil e o resto do mundo, foi ideologicamente o último prego no caixão do monopólio estatal das telecomunicações. Enquanto assistíamos de longe ao esplendor da Web, o establishment corporativo-acadêmico-onguiano se agarrou ao controle da internet nacional até o quanto pôde. A liberação dos provedores comerciais foi feita bem à brasileira, em meio a intermináveis reuniões palacianas e limitada por grandes indefinições. Mesmo assim, imediatamente surgiram dezenas de provedores nas grandes cidades, revelando a demanda reprimida e a capacidade surpreendente de atração de capital pelo setor. Ainda assim, conseguir linhas telefônicas em quantidade dependia de boas relações com o poder.

Daí a importância da terceira abertura, que completa dez anos: a privatização da telefonia. Finalmente tornava-se fácil e barato conseguir uma linha telefônica, o que turbinou definitivamente a demanda por internet nas residências. E o provimento de acesso, que era cobrado pelo taxímetro, passou a tarifa fixa e tarifa zero. Vieram os serviços de banda larga... e o resto é História.

domingo, julho 06, 2008

Status

Faltam 25 dias para as férias. E a mudança? A Fontana di Trevi virou
goteira, e lá vai mais uma dúzia de dias -- imprecisamente.

Três pacotes deitados em berço esplêndido em algum depósito dos
Correios. O problema é que o próprio escandaloso silêncio
(tendenciosamente chamado de "apagão" pela mídia servil) da rede da
Telefônica tornou isso muito irrelevante. Se os átomos estão
estacionados, os bits não viajam muito bem. E se falha um bom pedaço
da internet num bom pedaço do Brasil, isso se torna uma questão de
clamor público. Quem pensaria na hipótese ainda há alguns anos? Quem
levava internet a sério? Em quais condições? Quem lutou para torná-la
alguma coisa, e quem fez de tudo para mantê-la insignificante,
complexa, ineficiente e amestrada?

quinta-feira, julho 03, 2008

Status

Faltam 28 dias para as merecidas férias, dias cada vez menos determinados
para a mudança.

Pensamento do dia

Isso aí que você tem é bom demais para que eu não possa passar sem esnobar.

Ainda a greve dos Correios

Agora é o UOL. Mas não é caso isolado. Eis o aviso:

"Devido à greve dos Correios, você pode não receber seu boleto de cobrança. Para sua comodidade, estamos disponibilizando outras formas de pagamento. Escolha a melhor forma para pagar o seu boleto de cobrança UOL."

E eu nem recebo boletos do UOL. Por que receberia?
Um dia o UOL vai mandar a real: "Prezado cliente: talvez você tenha optado por não receber em casa nossos boletos (nós é que não temos competência para descobrir isso). Mas, se recebe, você é burro. Você gosta de receber umas árvores mortas por baixo da sua porta na crença de que assim nós nos ligamos a mínima para a sua existência - nós queremos mesmo é que você feche o bico e abra a carteira. E você não quer acreditar que greve de correios é um evento anual mais previsível que a cerimônia de entrega do Óscar. Na verdade, não acreditamos nos correios nem por um momento, mas quem somos nós para contestar a sério os donos do poder?"

quarta-feira, julho 02, 2008

Status

Faltam 29 dias para as merecidas férias, dias ainda não determinados
para a mudança. Hoje a parede da sala jorrava mais água que a Fontana
di Trevi. Minha mulher já ia fazer um pedido e jogar uma moedinha.

Andrew Keen em português: já não era sem tempo


Em sabor lusitano
, ora pois, € 17,50. Já era para ter saído no Brasil há muito. Editor brasileiro não tem testículo nem para isso: dizer o que que (supõe-se) os barões da grande mídia querem tanto ouvir.

A falência dos Correios

Acabei de encontrar o aviso no site dos Correios:
 
"ATENÇÃO: Em virtude da decretação de greve em alguns estados da federação, informamos que está suspensa, temporariamente, a aceitação da postagens de SEDEX 10, SEDEX HOJE e DISQUE COLETA. Considerando que as postagens de SEDEX e PAC podem sofrer atrasos na entrega, está suspensa a garantia de cumprimento dos prazos de entrega previstos para esses serviços."
 
Primeiro: a ECT reconhece com todas as letras que a greve existe e causa problemas.
 
Segundo, ECT nenhuma suspenderia em âmbito nacional a garantia de cumprimento dos prazos de entrega porque a greve só afetou "alguns" estados.
 
Terceiro: a garantia de cumprimento de prazos está suspensa, mas os preços dos serviços se mantêm exatamente os mesmos. Se colar, colou. 
 
Quarto: que tal uma palavrinha sobre "algumas" cartas e cartões postais que mofarão no caminho entre "alguns" estados? Ah, é monopólio estatal? Então deixa pra lá.
 
P.S.: com garantia de prazo ou sem ela, mês que vem os preços aumentam. Por quê? Porque é agosto, ora. Porque o governo pode. E porque sempre há quem acredite na mística dos correios -- ou finja acreditar, ou seja obrigado a acreditar.

terça-feira, julho 01, 2008

De volta

Faltam 30 dias para as merecidas férias, dias ainda não determinados
para a mudança.

quarta-feira, abril 23, 2008

País falido, país dos feriados

Hoje é feriado no Estado do Rio. Por isso, ontem foi enforcado para muita gente. E anteontem todo o Brasil entrou em paralisia compulsória. A Câmara de Comércio de Buenos Aires ainda vai erguer uma estátua de Sérgio Cabral na Calle Florida.

O mais angustiante é dar uma volta na internet, ler o noticiário e descobrir que, à nossa volta, apesar do acúmulo de palpites legislativos, o mundo continua vivo e se mexendo; a quitanda global permanece aberta para negócios. Perfeito. Alguém no Brasil realmente quer saber o que acontece fora de sua paróquia com gente que não faz parte de sua patota?

Ibrahim Sued, quando repetia em suas colunas o bordão do título, não foi compreendido. O Brasil não é falido porque tem excesso de feriados. Pelo contrário, por estar falido -- moral e intelectualmente -- é que o Brasil se autoconcede essas escapadas da realidade, celebrando o grande nada e enchendo a cara como se não houvesse amanhã. No próximo terremoto, talvez...

sexta-feira, janeiro 04, 2008

Jack Nicholson

'I'm the age where we didn't have television as kids. So when I saw my nieces and nephews watching Howdy Doody, Kukla, Fran and Ollie, and so forth, I thought the world had gone mad.
 
'If you think about those old shows, they all had puppets. And somehow I think, symbolically speaking, that has contributed to a generational lack of ability to accept personal responsibility. It's why the baby boomers are such conspiracy theorists and I'm not. It's why everybody thinks we went to Iraq to get the oil and I don't. I see that as a minor, symbolic generational difference that all adds up to mass movements. People are so frustrated. They don't want to take responsibility for their failures. There's always an excuse, you know? It's always, "I'm this and that's why" or "This happened to me and that's why." Everyone has the impulse to point their fingers elsewhere. They point at the puppet: He did it! Not me!'

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Calor

Nenhuma vontade de se fazer algo útil. E há algum pretexto acima da total inutilidade para se ir ao cinema?

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