sexta-feira, janeiro 24, 2003

Chinfrim

Nenhum termo � mais adequado para definir os desservi�os de certos provedores. A filial de Niter�i do UOL n�o aceita minha senha. Porque � Niter�i. Retrocedemos a 1996, quando Niter�i n�o tinha provedores e tinha-se por certo que jamais os teria, porque "os poderosos" n�o deixavam. Conectar-se ao UOL do Rio, capital, funciona, mas a liga��o custa quase dez vezes mais, tanto quanto um interurbano.

Compet�ncia n�o se aprende no col�gio.

Imposs�vel pensar em receber suporte. Primeiro, � cobrado � parte. Quem � do ramo e tem um m�nimo de tutano faz algo melhor na vida do que trabalhar em janeiro. Os analistas de suporte, a 500 quil�metros do problema, n�o t�m a menor id�ia de como resolv�-lo. E a culpa ser� sempre atribu�da ao usu�rio. O iG tamb�m cobra pelo suporte, mas ao menos n�o cobra mensalidade nem limita as horas de conex�o.

A guerra entre os "gr�tis" e os "pagos", com iG e UOL na linha de frente, ainda est� longe de ser um Debate com D mai�sculo. As partes, com o barulho que sabem fazer como ningu�m, se limitam a implorar que o governo pro�ba ou permita um ou outro modelo de neg�cios. O apatetado consumidor imagina que, enfim!, o provimento de acesso passou a ser discutido a s�rio e em seu favor. Se a soberania do consumidor fosse levada em conta, a qualidade de servi�o teria que entrar em discuss�o em primeiro lugar. Em momento algum UOL ou iG questionam se o acesso *vale* o que custa: qualquer coisa entre 1,50 d�lar por hora, como era em tempos passados, ou zero real por mil horas. Por um servicinho chinfrim, at� o gr�tis � caro.

Por que ningu�m d� um pio? Toda a imprensa "respeit�vel" est� vinculada a algum portal. N�o pode criticar os parceiros para n�o se indispor; n�o pode criticar os rivais dos parceiros para n�o parecer suspeito. H� exce��es que merecem respeito, mas s�o vozes no deserto. Pior � a situa��o de quem assiste o problema de fora: se abrir o bico, parecer� ainda mais suspeito de inveja de quem embarcou no carrossel da alegria. Por essas e outras, a pol�tica de portais est� caindo de podre. Mas, assim como a ind�stria fonogr�fica, insistem em ganhar dinheiro novo � custa da sobrevida de modelos antigos. Que, no caso dos portais, jamais deram dinheiro mesmo.

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