quinta-feira, julho 07, 2005

Dia 6: Definitivamente, romance na bolha

Escrever O Grande Romance Da Bolha Pontocom seria muita pretensão para tão pouco tempo (meu e dos leitores) e espaço. O período é um pano de fundo, não a coisa em si. E tratar da bolha supõe um julgamento prévio das loucuras de toda uma era. Isso os leitores não encontrarão. Tenho meu próprio conceito sobre o que foi o período de otimismo exagerado que começou mais ou menos no IPO da Netscape, sem menosprezar qualquer outro IPO daquele tempo, atingiu os píncaros da loucura na fusão AOL-Time Warner e começou a desandar quando a desconfiança em relação à Microsoft, alimentada há longos anos, passou a ser acatada por certos homens de toga. O índice da Nasdaq era um termômetro; não conduzia as forças imponderáveis do universo sobre o mercado, mas apenas as revelava. Era algo perto do impossível que um juiz federal americano gastasse tinta -- a sério -- contra a maior potência do software e o mercado não desse um pio. No entanto, falar dessa influência parece ainda hoje uma doutrina herética.

Um comentário:

Anônimo disse...

Deve ser inevitável, nesse seu livro, falar de algum publicitário muito arrogante, cool e feliz. Se é para retratar a realidade, não dá para colocar um sujeito todo ranzinza, triste e hipocondríaco. Entretanto, seria interessante se, de alguma forma, no boom da época, um publicitário desse prosperasse.

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