terça-feira, fevereiro 04, 2003

Videotexto, uma paix�o


(Imagem meramente ilustrativa; nada a ver com qualquer videotexto brasileiro)

No come�o da d�cada de 80 a Telesp, ent�o companhia estatal de telecomunica��es, lan�ou um servi�o de transmiss�o de texto e gr�ficos por telefone, usando a televis�o para mostrar os caracteres. Servi�os como not�cias, previs�o do tempo e games como o pong eram oferecidos tentando atrair usu�rios dom�sticos e corporativos. A experi�ncia durou pouco tempo, e refletiu a baixa aceita��o da tecnologia no mundo todo, a excess�o ocorreu na Fran�a, onde a tecnologia chamada l� de Minitel ganhou grande base de usu�rios e servi�os de conte�do, quadro que persistiu at� os anos 90 rivalizando com o in�cio da internet comercial naquele pa�s.


(nomes mudados para proteger os inocentes)

Niter�i, primeiros anos da d�cada de 90. Depois de muito ler em revistas de inform�tica de segunda m�o, finalmente Humberto teria uma experi�ncia real com gente conectada (melhor que falar em "micros conectados"). Nada de janelinhas coloridas, nada de PCs, nem mesmo BBSs: o videotexto era muito mais din�mico para passeadores online ocasionais. E o computador era o detonado Expert Plus de Diogo, um usu�rio que somava condi��es ideais: alt�ssima fissura e baixa vigil�ncia paterna. O pai separado pagava as contas telef�nicas sem olhar. Entrou no Videotexto da Telesp na velocidade padr�o de 1200/75: 1200 bits por segundo para receber, 75 para enviar. E ainda parecia melhor que acessar BBS a miser�veis 300 bits por segundo.

Humberto viu o rolar das letrinhas em 40 colunas e n�o conteve sua vontade de p�r as m�os naquela maravilha. Os dois cumpriram a tradi��o dos gaiatos interconectados: inventaram uma personagem feminina para participar de uma esp�cie de cruzamento de ICQ com IRC. E da�? E se do outro lado houvesse mulheres se fazendo de homens? Naquela "velocidade" de conex�o ningu�m podia matar muito tempo com filosofices, e era melhor marcar encontro logo de uma vez -- se � que o outro lado levaria a s�rio. A fajutice online � ancestral.

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