Anos 80: o argumento definitivo
Por que ninguém lembra que em dezembro de 2004 completam-se vinte anos do lançamento d'O Planeta Diário?
Eu li aquilo e caí de costas.
Um blog certificado
Por que ninguém lembra que em dezembro de 2004 completam-se vinte anos do lançamento d'O Planeta Diário?
Eu li aquilo e caí de costas.
Postado por Paulo C. Barreto às 01:57 0 comentários
Aquele Almanaque Anos 80 tem um algo a mais.
Folheei na livraria. Em três páginas achei uns cinco erros, principalmente de datas. Um dia passarei um pente fino. Não, não, não... É isso que os autores esperam que eu faça.
Mas não eram erros assim tão pouco óbvios para quem já tivesse saído do maternal "naqueles tempos". Não venham me dizer que já não existia Clube do Mickey na TV do Silvio (SBT, TVS, algo assim) em 1981, se bem que o único Clube do Mickey que prestava era o da Tupi -- o homem do Baú só se interessava pelos desenhos e os programadores pareciam trabalhar muitas doses acima da Humanidade (Clube aos sábados. Não preciso explicar.)
O problema é que dos anos 80 todo mundo era criança demais para se lembrar de alguma coisa ou velho demais para levar aquilo lá a sério. Nada que mereça um revival honesto. Por que é que ninguém lembra os oitentas como "a década em que me paparicavam"? "O tempo em que eu ia pro jardim de cueca branca e voltava de cueca marrom"? "A etapa da minha vida em que me convenceram de que a União Soviética era eterna"?
Postado por Paulo C. Barreto às 01:54 0 comentários
Uma das desgraças da minha vida acadêmica foi ter feito mesmo, não copiado-e-colado ou equivalente, meu projeto experimental em jornalismo. Era só um TCCzinho muito chulezento, muito distante de uma tese.
Fi-lo sobre BBS, em 1994, crente que algum professor fosse saber do que eu estava falando. Por que eu não traduzi aquele folheto da Compuserve e não juntei o documento oficial da FidoNet para compor um trabalho original? Em vez disso, passei as noites queimando as pestanas diante do monitor e os dias mendigando impressoras dos "muy amigos", pois impressoras que funcionassem estavam totalmente fora dos orçamentos meu e da faculdade.
Se tivesse investido na praia metade do tempo que desperdicei para tirar um 10 unânime, quando um 6 teria me conduzido ao mesmíssimo diploma, hoje seria bodyboarder profissional, ganharia mais que suas incelênças os professores, e ainda produziria mais vitamina D.
OK, não foi nenhuma façanha histórica defender meu trabalho diante da banca. Tive que esclarecer que não havia uma ética na pirataria em si, mas sim uma eticazinha entre piratas e piratas (uma série de leis não escritas, principalmente a que proibia vender programas "genéricos" para amigos). E tive que ouvir de um professor, no names, please, que era óbvio ululante o "fundo moral burguês" nos métodos do shareware/freeware como contraponto à tal ética pirata, pois o ambiente BBSiano era inexoravelmente burguês pelos motivos tão bem expostos nas páginas anteriores do projeto etc. etc. Depois dessa, nunca mais falei de burguesia a sério, nisso concordando totalmente com o Xandelon. Nas palavras, não no sentido, o refrão de Cazuza estava certíssimo: "burguesia" fede.
Por essas e outras, não me peçam para ler o trabalho. Descontando o estritamente factual, rejeito 95% do que ali está. Quando cheguei ao fim, já tinha sérias dúvidas sobre a linha condutora do início.
O relatório final da banca também recomendou a publicação do trabalho. Se foi publicado mesmo (em papel, nada de Internet ainda), não me avisaram nem depositaram os royalties. Escapei desse vexame.
Postado por Paulo C. Barreto às 21:52 0 comentários
Uma instituição de preços baixos do subúrbio carioca. Não há no Centro ou na Zona Sul, onde o espaço é pouco e o metro quadrado é caro demais, não exatamente por falta de demanda. O mais próximo, dependendo do ponto de vista, fica em Vila Isabel. Quando entrei lá, saíam dois amigos que moram em Ipanema. Não entrego os nomes nem sob tortura. Motivo: tudo é, ou era, ou costumava ser muito barato. Hoje estava vazio. E estava mais caro do que de costume. Na próxima o Mundial me espera.
Em todo caso, quando da assinatura da aliança Sendas-Pão de Açúcar, Abílio Diniz acusou as redes Guanabara e Mundial, dando os nomes, de fazer concorrência desleal na base da sonegação. Tenho que admirar o Pão de Açúcar. Em São Paulo é uma onipresença muito bem-vinda. Tudo sempre fresquinho e arrumadinho. Muitas lojas funcionam 24 horas, o que custa uma fortuna de operação, mas respeita o ritmo de trabalho esquisito de muita gente da cidade grande. E sabe defender (pelo menos) seu edifício-sede da única forma possível, para a tranqüilidade de seus funcionários e dos transeuntes inocentes; ladrões e terroristas sentem o drama, mantêm-se longe e ninguém sai ferido. Mas no que fere o bolso do cliente, se o Pão de Açúcar e seus penduricalhos conseguissem fazer o mesmo que o Mundial e o Guanabara, Abílio ficaria tão mudo quanto a estátua do Borba Gato. Não duvide.
Postado por Paulo C. Barreto às 01:23 7 comentários
O sistema de posts no Blogger via email é de lascar. Além de bagunçar os acentos, só publica quando quer. Por isso alguns posts tinham saído duplicados (já corrigi): pensei que tivessem sucumbido ao buraco negro das mensagens e insisti nas tentativas. Sou mais o Multiply, recomendação cordial aos 17 leitores que não se mexem nem para um comentariozinho.
Postado por Paulo C. Barreto às 01:19 0 comentários
A morte de Vovo' Stella e' uma perda irreparavel para a cultura nacional. Nao fosse essa nota funebre, ninguem mais ia se lembrar do tempo em que ir a Disney pela Stella Barros voando Pan Am ou Varig, com uma provavel esticada em Nova York, era o supremo sonho de consumo. Isso quando a concorrencia era pouca, as operadoras de turismo nao iam muito a falencia, e um voo Rio-Miami-Rio numa empresa aerea vagabunda (como se isso fizesse muita diferenca para a garotada; meu primo achou o maximo fazer escala em Assuncao) custava mais de mil dolares, fora as taxas de embarque. E os pais realmente ricos enchiam a petizada de notas verdes para que a viagem se pagasse em compras na free shop e/ou na revenda dos dolares no paralelo. Posso jurar que muitos desses viajantes mirins fizeram carreiras em redacoes e universidades esbravejando contra o maldito imperialismo ianque. Vovo' Stella, descanse em paz.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:42 0 comentários
Aqui lembraram da Dorinha, a nova personagem da Turma da Mônica que é cega, ops, diz de si mesma que "não enxerga".
Mauricio inventa essa personagem porque é um homem de visão.
Ao mesmo tempo entra no ar um tal de Bloguinho, um mlk ki fala komu td mundu ixkrevi na Internet, kkkkkkkkkk.
E antigamente era o Chico Bento que recebia parecer negativo do MEC (imagino sempre uma junta de pós-doutorados com bigodes de Nietzche e chapeuzinhos do sobrinho do Pateta) por falar igual a um habitante de Resende. Quer dizer, os Chicos Bentos da Mauricio de Sousa Produções é que caíram de joelhos em seu deslumbramento. A revista Cebolinha, pela lógica, devia ser substituída por um fotolog.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:29 0 comentários
Portanto, aqui vai o comentário que falta lá:
Em verdade vos digo: se usuário normal desse valor a interfaces gráficas bonitinhas, teria pagado o preço de um Mac desde o começo. O que hoje ninguém ousa admitir é que, naquele tempo, ninguém em sã consciência engolia visual afrescalhado. Fora isso, o único argumento contra a janelice era o risco da ditadura da interface única. Titica de touro. No tempo do DOS cada um fazia interface como lhes desse na telha. O Windows 3.1 mandou para escanteio o modo texto, mas seu mandato visual durou pouco: logo veio a explosao da Internet a bordo dos browsers gráficos, dentro dos quais, novamente, cada webdesigner faz a interface que achar melhor.
Postado por Paulo C. Barreto às 22:27 0 comentários
Voltando rapidamente ao assunto... O assunto é grande e não há muito tempo disponível para se falar de todos os catálogos inúteis (apesar de voluntariamente solicitados pela Grande Rede) que tenho recebido pelo correio. É estritamente necessário separar o joio do trigo. Nem tudo que há em Google Catalogs tem versão em papel disponível para outros países. Mas, passando um pente fino, há verdadeiros achados.
Se eu tivesse uma loja qualquer, teria achado o máximo o catálogo Hubert. Entrei no site em 17 de novembro, no dia seguinte as 868 páginas do catálogo já estavam no correio a caminho de minha residência. Nessa brincadeira, gastaram 22 dólares de frete.
E foi apenas uma dentre muitas experiências de sucesso... Depois conto o resto.
Postado por Paulo C. Barreto às 11:17 0 comentários
Não vou dizer o nome da loja para escapar de processos, mas quem já passou pela situação saberá reconhecê-la.
1) Site? Que site? A poderosa rede de home centers não tem site brasileiro: só uma tradução para o português da página internacional, no que há um oceano de diferença. Portanto, não adianta usar o browser para ter uma leve idéia do que escolher dentre os 8713264873612 itens da loja: só indo lá mesmo.
2) Viaje. Um colosso comercial daqueles só cabe onde o metro quadrado de terreno seja suficientemente barato e a presença da loja não cause (muitos) problemas de tráfego. Enfim, em lugares relativamente distantes. Gaste gasolina. É a sua, não a deles.
3) Tenha tempo. Há coisas demais para serem vistas e não serem encontradas, pois umas escondem as outras e a equipe de funcionários não ajuda. Não bastasse a longa viagem, tempo perdido não volta mais. É o seu, não o deles.
4) Seja ignorado. Metade dos funcionários faltou ao serviço justamente naquele dia. Os que compareceram não podem atender porque estão misteriosamente circulando fora de suas respectivas seções. No entanto, só eles podem conferir os preços que faltam nas gôndolas, pois nem mesmo há máquinas leitoras de códigos de barras. Sim, no colosso comercial é preciso enfrentar uma fila para um funcionário digitar o código da mercadoria num terminal (modo texto - ai, ai).
5) Acredite no sistema. A loja oferece vários serviços para quem vai construir ou reformar. Quem se importa se não cumpre o que promete? Se as máquinas da serraria estiverem com defeito, você vai ser o último a saber. Não, não, não: com isso, ninguém lá está comprando o seu tempo.
6) Chegue cedo na fila. Pensa que, depois disso tudo, você vai ser atendido rapidamente na saída?
7) Pague caro. Quem mandou dispensar a opinião dos iniciados e meter-se à besta de comprar material em loja de amadores? Se você já pensou em ir a uma dessas, é porque você mora numa cidade grande, onde há mil opções mais baratas, desde que você possa achar uma vaga nas proximidades ou consiga carregar suas compras sozinho. De resto, seria como Gary North diz do Wal-Mart (o americano, não o relativamente modesto do Brasil): passar por aquelas filas é trocar tempo por dinheiro. No caso do home center, nem isso.
Postado por Paulo C. Barreto às 21:44 0 comentários
Não dá para confiar nesses posts por controle remoto. Já que o SBT Blues I não saiu, leia-o aqui em primeira mão:
Vodu é pra jacu.
Postado por Paulo C. Barreto às 00:37 0 comentários