Eu a conheci!
Pois eu conheci Esther Jagosehit h� muito, muito tempo, quando ambos t�nhamos 18 anos e gost�vamos de conhecer gente por carta (aquela coisa antiga, com papel, selos e goma ar�bica). Nem deu tempo para a tradicional troca de fotos. Ela me escreveu, respondi de forma meio jocosa, ela orquestrou um contra-ataque nada diplom�tico, deixamos para l�. Quem n�o aproveitou a meninice estendida para liberar sua agressividade?
Internet � a troca de cartas por outros meios -- estes, mais fugazes, mais dif�ceis de documenar e mais f�ceis de sucumbir ao besteirol. Por isso � que os jornais e revistas t�m que fazer um esfor�o triplicado para convencer o leitor de que sala de bate-papo n�o � para�so de esquisitos. Tarefa complicada. Charles Rojtenberg, o sex�logo de plant�o da mat�ria da Veja, apresenta uma pesquisa que diz que s� 2 por cento dos relacionamentos via Internet resultam em casamento. Ent�o, para o sex�logo, eu fa�o parte da exce��o da exce��o: entrei na estat�stica dos casamentos bem-sucedidos que come�aram na Rede. O curioso � que a Veja d� os resultados da pesquisa como "surpreendentes", como se s� a equipe do seman�rio da Abril n�o soubesse que IRCs e ICQs s�o solo f�rtil para a promiscuidade, a mentira e a falta de traquejo social. Surpresa mesmo � encontrar uma Esther Jagosehit dizendo que procura algu�m na Internet por op��o pr�pria, sabendo da selva que � o mundo dos bits. Deve ser outra exce��o absoluta.
Em que pese o prazo de validade mais que estourado, seja para buscar uma s�rie de curti��es inconseq�entes, seja para achar "aquele algu�m" em terra de ningu�m, ver sua situa��o transformada em mat�ria de capa da Veja � como no comercial do MasterCard: n�o tem pre�o. Aqui vale, sem nenhuma segunda inten��o, aquela velha pergunta: "O que uma garota como voc� est� fazendo num lugar desses?"
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