terça-feira, janeiro 24, 2006

Três décadas de vício: uma boa lembrança e 18 retificações


O Informática etc. do Globo
de ontem fez uma simpática homenagem aos trinta anos do Telejogo, primeiro videogame brasileiro. A matéria de Elis Monteiro, com box de Jan Theophilo, aproveita para dar uma geral na história dos videogames no Brasil e alhures. Até aí, tudo bem. Mas quem leu a versão impressa (a online pode diferir) deve ter notado que...

A chamada da primeira página fala em “vídeo game”, o próprio Info etc. grafa “videogame”. Uma decisão seria bem-vinda.

O Telejogo não era fabricado pela “Philco, em parceria com a Ford”. Na época, a Philco pertencia à Ford; por isso é que o Telejogo (e suas contemporâneas TVs, rádios e aparelhos de ar condicionado) traziam as duas marcas.

O Telejogo II não tinha “controles semelhantes a joysticks”, mas legítimos joysticks analógicos.

A grafia certa é “Pac-Man”, não “Pac Man”.

A diferença entre Pac-Man e Come-Come: o primeiro é amarelinho, redondinho e presente em versões para (quase) todos os computadores e videogames; o outro é azul, peludinho, antenudo e só participou de jogos do Odyssey.

Título “Do Telejogo ao Atari 2600, passando pelo MSX” é a cronologia do afrodescendente mentalmente prejudicado. O MSX surgiu bem depois do Atari 2600.

Quem lançou o Intellivision no Brasil foi a Digiplay, não a Mattel.

O Odyssey da Philips é a versão brasileira do Odyssey² da Magnavox, o que a própria matéria explica mais adiante.

É possível considerar um computador MSX como “PC” lato sensu, mas não deve ser confundido com o Personal Computer – com o qual, é claro, o MSX é incompatível. O texto não deixa clara essa diferença.

O sistema MSX só foi lançado por duas empresas no Brasil: Gradiente e Sharp. A Dynacom não chegou a lançar seu MSX no mercado.

Além dos tradicionais cartuchos e fitas cassete, os jogos para MSX também podiam ser distribuídos em disquetes.

No box, sobre o pioneiríssimo Odyssey 100: “Em 1971, o alemão Ralph Baer lançou, por uma subsidiária da Philips”. O videogame foi lançado pela Magnavox. A Philips só comprou a Magnavox em 1974.

Erro de grafia no box: saiu “Odissey” duas vezes.

A matéria principal menciona os cartuchos do Odyssey 100. O box menciona o Channel F, lançado em 1976, como “programável” por usar cartuchos. Qual é a diferença? O Channel F foi o primeiro a trazer ROMs dentro dos cartuchos. No Odyssey 100 os cartuchos só mudavam a pinagem do console.

Ainda no box: o nome da rede de restaurantes de Bushnell é Chuck E. Cheese.

Enfim, na página 4: se o certo é MegaDrive ou Megadrive, nunca saberemos.

A grafia certa do nome completo do herói do videogame é “Sonic The Hedgehog” (assim mesmo, como se o “The” fosse um sobrenome). Fonte: The First Quarter, de Steven L. Kent.

O primeiro PlayStation foi lançado em 1994, não 1984.

3 comentários:

João M disse...

Você deixou escapar o erro principal. O nome do Bushnell é NOLAN e não NORMAN.

O Ralph Baer também inventou o Simon (que aqui é o Genius).

Anônimo disse...

A matéria está abusivamente incorreta e imprecisa...

Falar que o MSX foi criado pela Microsoft e "outras empresas" é brabo (as "outras empresas" foram a ASCII, Yamaha, Sony e Panasonic, empresas pequenas e desconhecidas não?) - mas pior foi dizer que o MSX fez sucesso nos EUA, onde nunca foi lançado... (MSX fez sucesso no Japão onde foi criado/lançado, na Europa e no Brasil!)

MC-1000 veio antes do MSX, MSX1 veio junto com Master e NES, MSX2 um pouco antes de SNES e Mega.

Essa reporter tinha que ir pro olho da rua... ou ao menos quem ficou ao encargo de revisar a matéria dela =P

Paulo C. Barreto disse...

Muito obrigado pelas correções. Na verdade, o MSX chegou a ser lançado nos EUA, sim, mas ninguém ligou a mínima.

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