sexta-feira, março 19, 2004

Trof�u abacaxi

Que triste � a vida de quem depende de cibercaf�s. Em todos estes anos de estrada, ontem visitei o que � provavelmente o pior de todos do Rio de Janeiro. Do estado inteiro? Do Brasil? Do mundo?

Para n�o dar corda a advogados picaretas, n�o digo qual � o cibercaf�. Tudo que posso dizer � que fica na Zona Sul e divide espa�o com uma lan house. O que, por si s�, n�o � defeito, desde que o gerente saiba como se faz. N�o era bem o caso.

Desde o balc�o fui tratado com a mais solene indiferen�a. Sem contato visual e num idioma estranho que talvez os adolescentes fissurados entendam melhor que eu, limitou-se a me emprestar um teclado para preencher um cadastro absurdo com nome, sobrenome, endere�o e telefones (algo a ver com prote��o ao "dimenor". Se voc� tiver mais de 18 anos e cair nessa esparrela, n�o pisque: invente quaisquer dados veross�veis), cobrar o acesso antecipadamente e indicar onde ficava a fila de usu�rios. Depois de uns vinte minutos, a m�quina. O monitor, de 17 polegadas, era bom, e o mouse �ptico tinha um clique esquerdo decente -- o direito estava desativado por um estranho programa que travava o acesso � �rea de Trabalho normal, impedia o uso de qualquer programa al�m do browser e escondia o Internet Explorer sob uma interface absurda.

O teclado parecia ter sido aproveitado do lixo: a barra de espa�o s� funcionava a duras penas e a letra W, afundada por algum usu�rio mais violento, funcionava bem at� demais. A conex�o era lenta, lenta, lenta. De vez em quando, um pentelhoware pipocava janelinhas de propaganda. E no fundo da tela, uma pequena imagem solit�ria de uma mulher nua.

O pior � que estava repleto de clientes! O indiferente atendente n�o estava t�o errado em seu comportamento: usu�rio gosta de ser tratado como lixo.

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