Cristaldo, mais uma vez
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SÃO LANCELOTTI
O padre Júlio Lancelloti, defensor incondicional dos moradores de rua e menores delinqüentes, apresentou queixa à polícia, dizendo-se vítima de extorsão há três anos, período no qual teria pago 50 mil reais a um grupo de extorsionistas, que ameaçavam denunciá-lo por prática de abusos sexuais contra menores. A vítima de seus abusos seria filho de um dos extorsionistas, já acusado por homícidio.
Vejamos as declarações do padre à Folha de São Paulo:
Além de intimidá-lo com insinuações de agressão, o grupo passou nos últimos meses a dizer que procuraria a imprensa para denunciar um suposto abuso sexual cometido pelo padre contra o filho de Conceição, de oito anos. "Tem coisas que você não consegue explicar. Tem coisas subjetivas. Eu queria mudá-los [os autores da extorsão]", disse o religioso, ao ser questionado por que tinha pago aos acusados por tanto tempo. O padre Júlio afirmou ontem que recebe salário de R$ 1.000 por mês e que mora com sua mãe e a sobrinha. Ele disse que irá pedir proteção policial.
Não convence. Como pode alguém que recebe mil reais por mês pagar 50 mil reais a extorsionistas no período de três anos? Além disso, o gesto do padre, de pretender com seu pagamento evitar outras extorsões - como declarou em outra entrevista - não tem precedente nos anais da hagiografia. Temos um novo caso Henry Sobel. O sacerdote impoluto envolvido em um reles caso de reportagem policial.
Quanto mais Sobel se explicava, mais se enredava. Quanto mais Lancelotti se explicar, mais se enredará. Quem dá explicações já perdeu a discussão. É óbvio que o imbroglio que envolve Lancelotti está longe de ter sido elucidado. Como pode uma personalidade pública de seu status ceder a chantagens por temer que seu nome seja envolvido pelas denúncias de um homicida? É claro que há algo mais atrás da ameaça de denúncia.
Se não houver, temos de apresentar Lancelotti como candidato a santo pela Igreja Católica. Só um santo cederia a uma chantagem para evitar outras chantagens. Urge apresentar o nome do santo homem ao Vaticano, para posterior beatificação e santificação.