Muita, muita, muita gente está de pé atrás com o Mercado Livre. Aqui, por exemplo. A ortografia e a gramática são impiedosamente torturadas, mas o conteúdo está valendo -- parcialmente. Se sou contra o terrorismo "fiscal" do ML sobre seus clientes, combato igualmente o terrorismo fiscal (propriamente dito) sobre o ML. É um apelo sentimental ao leitor típico. "O" projeto de vida da classe média brasileira é fazer uma carreira longa e frutífera como cobrador de impostos; quando não dá certo na vida a esse ponto, vai se virar em atividades inferiores como, por exemplo, o comércio em leilões na internet. Pena que auditor fiscal tenha que passar em prova de português.
Pelo menos um argumento naufraga objetivamente. Ei-lo:
"Se eles tivessem um cadastro mais criterioso estes problemas iriam diminuir drásticamente, pois medidas sérias afastariam os estelionatários do sistema.
Mas isto não é prioridade, pois, eles estão interessados mesmo é que você seja um 'Usuário Certificado' só pra debitar suas comissões no seu cartão de crédito e não levarem cano, mesmo QUE ESTAS COMISSÕES NÃO SEJAM DEVIDAS, como acontece aos montes."
Se o ML estivesse tão interessado em atrair usuários certificados, plantaria um botãozão em cada uma das páginas: "Seja usuário certificado!" Hoje o link fica rigorosamente escondido. E a tradução das páginas não ajuda nem um pouco a localizá-lo. Se o ML estivesse mesmo a fim, teria acabado com essa história de cópias de documentos, envio por fax e complicações semelhantes. Se o ML desse alguma pelota a seus usuários certificados (os quais, afinal, pagam
menos!), não ficaria enviando mensagens ameaçadoramente burocráticas pela menor falha de processamento do cartão de crédito. Se os usuários certificados não fossem tratados como lixo, não seriam respondidos por um andróide metido a simpático que cuida de não ler uma só linha das mensagens que recebe. E se tivessem um pingo de respeito a seus clientes brasileiros, não passaríamos por constrangimentos como este: