sábado, janeiro 28, 2006

(Falta de) ecos da chuva

Os dois telefones da casa de meus sogros estão mudos.


Na manhã seguinte, pouco antes das 9 da manhã, a bagunça permanecia. O Gol não pôde sair sozinho por problema mecânico, e os reboques não chegavam ao local por motivos óbvios. O Palio ainda ficou mais bem posicionado, mas foi multado assim mesmo. É para isso que serve a CET (pronuncia-se "céti"). Posted by Picasa


O motivo: os carros estacionados flutuaram e encalharam em posições absurdas. Posted by Picasa


Outro ângulo da mesma esquina. Onde está a calçada? Onde está o asfalto? E por que há um ônibus parado no meio de uma rua onde não passa ônibus nenhum? Posted by Picasa


Rua do Catete na esquina com Dois de Dezembro. Notem as rodas do táxi. Isso porque o nível da água já tinha baixado. Infelizmente, a foto de baixa resolução não registra bem a cor da água nem os detritos que as ondinhas jogavam de um lado para o outro. Posted by Picasa


A galera começou a tomar coragem para a travessia. Mas... Posted by Picasa


Ontem à noite na saída da Galeria Condor, Largo do Machado. Como voltar para casa? O jeito foi esperar a água baixar a um nível tolerável, chegar ao meio da praça e ver (só ver!) se havia como passar para a outra calçada. "Simples" assim. Stay tuned... Posted by Picasa

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Rua Galvão Bueno, Liberdade, São Paulo, 20 de janeiro de 2006. Posted by Picasa

terça-feira, janeiro 24, 2006

Videogame: mais a retificar

(por limitacoes tecnicas, este post sai intencionalmente sem acentos)

Com a ajuda dos fieis leitores, mais duas correcoes necessarias a materia do Info etc. sobre os trinta anos do videogame no Brasil -- acompanhadas de meu sincero agradecimento e minha resoluta expressao de "como e' que nao notei isso antes?":

O nome do fundador da Atari e' Nolan (nao "Norman") Bushnell.

O MSX passou quase desapercebido nos Estados Unidos.

De qualquer forma, a lista original nao tinha qualquer pretensao de ser completa. Nao dei nenhum pitaco sobre como a materia deveria ter sido escrita (MSX sim, Apple nao? Nada de ZX Spectrum? Nem um pio sobre as duzias de piratoclones brasileiros do Nintendinho?); so' apontei o que *nao* poderia ter sido escrito -- pelo menos nao do jeito que saiu. Cada uma das falhas poderia ter sido facilmente checada no Google.

Antes de tudo: nao fiz, nao faco e nao farei juizo de valor dos profissionais envolvidos na materia. Por que me daria a esse trabalho? Dentro do pensamento vigente, eles nao tem culpa de nada: sao meras vitimas do ambiente que os cerca. Dancam conforme a musica. Atuam num caderno semanal que luta para concorrer com o veloz e brilhante mundo online aberto a todos -- pelo qual, ironia das ironias!, o Info etc. enfrentou ferozmente o establishment onguiano-estatocrata. Escrevem no espaco que sobra acima dos anuncios. Equilibram-se com menos papel, menos equipe e menos tempo. Como chamar a atencao do leitor nessas circunstancias?

A revista Esquire, que tambem ja' teve tempos melhores, inventou um jeito: escreveu um artigo sobre a Wikipedia intencionalmente recheado de erros factuais e ortograficos... e postou esse artigo na propria Wikipedia, sabendo que as intervencoes dos internautas reescreveriam a materia ate' que todos os erros fossem eliminados. Assim foi feito.

Se o exemplo da Esquire tem sido acompanhado, pode apostar: enquanto nos aqui arrancamos os cabelos ao ler o Info etc. desta segunda-feira, muita gente boa dentro da redacao do Globo rola de rir com nossa preocupacao...

Três décadas de vício: uma boa lembrança e 18 retificações


O Informática etc. do Globo
de ontem fez uma simpática homenagem aos trinta anos do Telejogo, primeiro videogame brasileiro. A matéria de Elis Monteiro, com box de Jan Theophilo, aproveita para dar uma geral na história dos videogames no Brasil e alhures. Até aí, tudo bem. Mas quem leu a versão impressa (a online pode diferir) deve ter notado que...

A chamada da primeira página fala em “vídeo game”, o próprio Info etc. grafa “videogame”. Uma decisão seria bem-vinda.

O Telejogo não era fabricado pela “Philco, em parceria com a Ford”. Na época, a Philco pertencia à Ford; por isso é que o Telejogo (e suas contemporâneas TVs, rádios e aparelhos de ar condicionado) traziam as duas marcas.

O Telejogo II não tinha “controles semelhantes a joysticks”, mas legítimos joysticks analógicos.

A grafia certa é “Pac-Man”, não “Pac Man”.

A diferença entre Pac-Man e Come-Come: o primeiro é amarelinho, redondinho e presente em versões para (quase) todos os computadores e videogames; o outro é azul, peludinho, antenudo e só participou de jogos do Odyssey.

Título “Do Telejogo ao Atari 2600, passando pelo MSX” é a cronologia do afrodescendente mentalmente prejudicado. O MSX surgiu bem depois do Atari 2600.

Quem lançou o Intellivision no Brasil foi a Digiplay, não a Mattel.

O Odyssey da Philips é a versão brasileira do Odyssey² da Magnavox, o que a própria matéria explica mais adiante.

É possível considerar um computador MSX como “PC” lato sensu, mas não deve ser confundido com o Personal Computer – com o qual, é claro, o MSX é incompatível. O texto não deixa clara essa diferença.

O sistema MSX só foi lançado por duas empresas no Brasil: Gradiente e Sharp. A Dynacom não chegou a lançar seu MSX no mercado.

Além dos tradicionais cartuchos e fitas cassete, os jogos para MSX também podiam ser distribuídos em disquetes.

No box, sobre o pioneiríssimo Odyssey 100: “Em 1971, o alemão Ralph Baer lançou, por uma subsidiária da Philips”. O videogame foi lançado pela Magnavox. A Philips só comprou a Magnavox em 1974.

Erro de grafia no box: saiu “Odissey” duas vezes.

A matéria principal menciona os cartuchos do Odyssey 100. O box menciona o Channel F, lançado em 1976, como “programável” por usar cartuchos. Qual é a diferença? O Channel F foi o primeiro a trazer ROMs dentro dos cartuchos. No Odyssey 100 os cartuchos só mudavam a pinagem do console.

Ainda no box: o nome da rede de restaurantes de Bushnell é Chuck E. Cheese.

Enfim, na página 4: se o certo é MegaDrive ou Megadrive, nunca saberemos.

A grafia certa do nome completo do herói do videogame é “Sonic The Hedgehog” (assim mesmo, como se o “The” fosse um sobrenome). Fonte: The First Quarter, de Steven L. Kent.

O primeiro PlayStation foi lançado em 1994, não 1984.

sábado, janeiro 21, 2006

Só se vê em São Paulo

Se é mais fácil encontrar um neurônio numa paquita do que um legítimo proibidão da Xuxa, mais raro ainda é encontrar dois proibidões na mesma vitrine. Mas os sebos da Praça João Mendes parecem estar na zona (sem duplo sentido) das grandes improbabilidades. Os preços astronômicos não são efeito de Photoshop, mas são o atestado de que o melhor que Dona Xuxa poderia fazer sobre esses capítulos constrangedores do passado era manter o bico calado e deixar que os filmes se afundassem na própria chinfrinzice.

Afinal, como você classifica um filme para o qual ninguém deu a menor bola no cinema, mesmo com Xuxa, Vera Fischer e Matilde Mastrangi nuas e em plena forma? Posted by Picasa

Pepsi X: dá pra ser ou tá difícil?

Auto-retrato de ontem na Avenida Paulista. A foto ajuda a nos lembrar deste mistério da natureza: por que a Pepsi X, facílima de se encontrar em São Paulo, é tão rara no Rio?

Só encontrei o refrigerante uma vez em terras cariocas, na prateleira de um Pão de Açúcar. O que só pode ter sido um equívoco da distribuição paulista -- lamentavelmente corrigido, pois a Pepsi X desapareceu antes mesmo que eu pudesse experimentá-la.

Finalmente, neste dia 20 tive a chance. Gostei tanto que resolvi trazer mais meia dúzia para casa. Não tive dificuldade de achar Pepsi X num supermercado popular, sem frescuras. Mas o mistério só aumentou quando olhei o fundo da lata: a Pepsi X é fabricada no Rio de Janeiro!

Que grandes esquemas afastam o consumidor carioca dessa maravilha? O sabor lembra Pepsi, lembra Red Bull, lembra uma mistura dos dois, mas não é nem uma coisa nem outra: Pepsi X é Pepsi X, e é o que basta. Perfume acentuado, um sabor intenso, de gente grande. Nem todos vão gostar, mas faz parte do jogo: não se está falando em agradar àquele público-alvo tão amplamente típico que nem existe. Grande sacada.

Para um antigo fã de Pepsi, na orfandade desde as crises gêmeas do buraco sem fundo da Baesa e da mudança de fórmula na vã esperança de imitar a Coca-Cola, aplaudi a aliança entre a Pepsi e a AmBev. Pelo menos daí em diante o produto passou a ser tratado com mais respeito no Brasil. A fórmula continua desastrosamente mexida, mas no resto as boas surpresas surgem pouco a pouco.

Na Pepsi X, pela primeira vez nos últimos dez anos encontrei um líquido borbulhante sob o rótulo de Pepsi que assumiu uma personalidade na vida -- para o bem ou para o mal, mas pelo menos sabe o que quer ser. O que mais posso desejar? Que a Pepsi X fosse amplamente distribuída no Rio. Se eu fosse adepto de teorias conspiratórias, concluiria que a AmBev (InBev ou o que seja) pensa que cariocas são ruins demais para merecer um refrigerante tão bom.

(No entanto, os efeitos cafeínicos da Pepsi X seguem incomprovados) Posted by Picasa

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