quarta-feira, junho 25, 2003

Esta nota n�o � minha. Saiu aqui.

Sentar no pudim? Pra que!? Moleza � com a gente mesmo.

Sempre que observo certas teorias moderninhas encontro apenas uma palavra para definir a origem de tanta criatividade: �cio. Tem gente que diz que todo mal � fruto do empenho em uma causa maligna, mas eu discordo. Todo mal � resultado de um esfor�o, de uma verdadeira ascese ao avesso que tem por fim acabar com todas as linhas de bom racioc�nio e de bom senso. Seu maior aliado? O cultivo da pregui�a. Ser pregui�oso virou moda; chega a ser praticamente uma virtude. Ora, alguns reflexos do �cio na sociedade brasileira s�o facilmente percept�veis: as pessoas n�o tentam mais convencerem umas �s outras de que est�o certas. Preferem acreditar que todas elas est�o certas e, para dar um nome bonito para o que n�o passa de ovas de peixe, chamam isto de relativismo. As pessoas n�o querem mais dizer que tal indiv�duo � um grande canalha, mas preferem dizer que a sociedade em que vivemos n�o lhe d� condi��es morais e materiais suficientes para que ele n�o seja um delinq�ente. Tudo isso � certamente menos trabalhoso, como o leitor poder� notar, do que dizer que o cidad�o deveria passar uns bons aninhos no xilindr�.

Mas, se voc� ainda n�o se convenceu disto que estamos falando, vou lhe dar um exemplo. Em Direito Penal, agora existe algo chamado de princ�pio da bagatela, que se resume em n�o punir por crimes ��nfimos�, com base em uma s�rie de princ�pios sociol�gicos, que por sua vez podem ser resumidos em somente uma coisa: PIADA. Sim, caros leitores, estamos diante de uma grande sacada humor�stica do Legislativo. De acordo com este princ�pio, se algu�m portar uma quantidade inferior a um grama de maconha ou outros tipos de drogas, a solu��o dever� ser n�o puni-lo, em vez de puni-lo com uma pena pequena. � mole, ou quer mais?

quarta-feira, junho 11, 2003

Amor Estranho Amor: dexovê se entendi

No remoto passado, anos 80, um amigo tinha a fita de vídeo original, com selo da Embrafilme e tudo. É para isso que "servia" a Embrafilme. Juntou uma galera para assistir. Chato, muito chato.

Walter Forster entra numa mansão desocupada e seu pensamento volta a seu tempo de menininho, anos 30. O menino sai do interior para reencontrar a mãe (Vera Fischer), amante do governador (Tarcísio Meira) e dona de famosa casa de tolerância. As garotas da casa dão em cima do acanhado e inocente menino. Xuxa é preparada para ser dada de "presente" a uma cabeça coroada (Mauro Mendonça), até que a polícia de Getúlio entra quebrando e arrebentando. Em algum ponto do filme o menino tem um lance com sua própria mãe, mas Vera Fischer não quis apagar essa mancha do currículo -- até porque ninguém ligou a mínima.

Enfim, o típico filme nacional: alguns nomes estelares, um subtexto político pretensioso e um clima de sacanagem de ponta a ponta. O enredo é chinfrinzinho, mas ainda assim é incompreensível para a molecada cheia de espinhas (o único tipo de público que acha que um filme se torna grandes coisas só porque Xuxa mostra os peitinhos). Sobram as cenas de sexo implícito, que são de terceira categoria até em termos de pornochanchada. As imagens sombrias (cópia VHS ruim? imitação de cinema europeu? economia de energia no set?) contribuem para imprimir ao filme um clima pesado, em que o garoto parece triste até vendo Matilde Mastrangi (em seus melhores dias) nua à sua frente. E pensar que tem gente em leilões online que vende cópias de Amor Estranho Amor em CD-ROM. O time de advogados de Xuxa não poderia ter feito melhor marketing da pirataria.

Filmes nacionais ruins

Já que falei de Amor Estranho Amor, o filme "proibido" da Xuxa, que tal um atentado ainda maior ao cinema?

É para essas e outras que existe Google.

domingo, junho 08, 2003

Quanto mais as coisas mudam, mais vem Xuxa pela frente

Mais lembran�as dos vinte anos do Clube da Crian�a. N�o inovou nada. Era o mesmo formato do Bal�o M�gico, que ent�o reinava supremo nas manh�s da Globo (o programa da Manchete era exibido no fim da tarde). E o mesm�ssimo formato do tempo de gl�ria do Capit�o Furac�o nos anos 60 (soube pelos outros; n�o fui daquele tempo), que Walter Clark, em sua autobiografia, definiu brilhantemente como um "nariz-de-cera" entre um desenho e outro. � o que ainda se costuma chamar de "programa infantil".

No entanto, em 1983 a m�e da Sasha n�o tinha estofo nem para isso. O unique selling point do Clube da Crian�a estreante eram mesmo os desenhos novinhos, nem que fosse pela curiosidade de ver qual era a daqueles t�tulos desconhecidos do brasileiro. Valeu como alternativa, mas o telespectador preferia mesmo rever o Pica-Pau pela zilion�sima vez no SBT. Alguns se lembram com saudades do desenho A ou do desenho B do Clube, mas 95 por cento eram plenamente esquec�veis. Ficaram mais ainda quando Xuxa come�ou a ganhar import�ncia como apresentadora mesmo, apesar de gravar o programa num cantinho de tempo entre seus compromissos internacionais de top-model. Em 1986, �ltimos meses da Xuxa na Manchete, j� tinham dispensado quase todos os desenhos novos em troca de umas anima��es de segunda linha que j� tinham boa quilometragem nas concorrentes. As crian�as nunca se importaram.

sábado, junho 07, 2003

Duas d�cadas com os baixinhos

Vinte anos da Manchete, vinte anos de programas infantis da Xuxa. � constrangedor revisitar esse tempo em que Xuxa Meneghel (assim, apresentada com sobrenome nas chamadas) era modelo-e-atriz em tempo integral e fazia um por fora apresentando o Clube da Crian�a. N�o estou exagerando. Em seu rascunho de mem�rias, a pr�pria Xuxa se penitencia das bobagens (em carioqu�s fluente) que dizia diante das c�meras da Manchete entre um desenho e outro. Eu s� tinha 11 anos e ficava envergonhado de ouvir. Em pouco tempo eu s� via o Clube da Crian�a - literalmente, com o volume da TV no m�nimo.

Mas � preciso reconhecer duas coisas. Por um lado, o programa e a apresentadora se desenvolveram bem em quase tr�s anos de Manchete (quer dizer, o programa ficou gradualmente mais brega, o que nesse setor do show business n�o chega a ser defeito). Por outro, o programa permaneceu o mesmo quando foi para a Globo. Algu�m se lembra? Xuxa � muit�ssimo habilidosa em deixar o passado para tr�s. Ainda assim, tem sido mais f�cil "esquecer" do Clube da Crian�a, do qual o Xou da Xuxa s� diferia em quantidade de lantejoulas, do que eliminar qualquer lembran�a daquele filme chinfrim em que ela seduz o garotinho (a crian�a, n�o o secret�rio de seguran�a do Estado do Rio). Sobre o qual ainda rolar� um post.

Entre uma muta��o e outra, h� vinte anos Xuxa anima os baixinhos em programas infantis (ou algo levemente semelhante a). Para os beb�s de todas as idades, os que duvidam mesmo que o mundo j� existisse antes que fossem nascidos, programa da Xuxa sempre parece novidade. Ser� que, mesmo livre de Marlene Mattos, a lourinha acredita de cora��o que sua contribu��o ainda n�o est� dada?

Olhe, mam�e, sem HD master!

A Info deste m�s est� cert�ssima: o Kurumin, distribui��o brasileira do Linux que roda direto do CD, funciona de verdade. Este post � a prova disso. J� tinha usado o Kurumin com sucesso em outra m�quina, tanto rodando do CD quanto instalado no HD. Agora, em outra m�quina, estou executando o teste supremo. Transplantei o disco r�gido principal (o com o drive C do Windows) para outo computador, fui ao setup do BIOS, mandei identificar o HD prim�rio como ausente, dei boot pelo CD do Kurumin... e aqui estou. Detectou tudo corretamente (at� o v�deo onboard, que � dif�cil de configurar at� no Windows, reconheceu o compartilhamento de rede, carregou uma interface gr�fica muito decente. � verdade que n�o � uma distribui��o para heavy users (faltam os c�digos-fonte, os servidores e os programas mais pesados, mas todos os adicionais podem ser obtidos pela rede), mas o Kurumin merece uma boa olhada do usu�rio t�pico. Oportunamente tratarei melhor do assunto. Enquanto isso, confiram o site: http://www.guiadohardware.net.

quinta-feira, junho 05, 2003

Manchete: uma hist�ria de fracasso

Exatamente h� vinte anos foram inauguradas oficialmente as transmiss�es da Rede Manchete. Aquela noite foi inesquec�vel. Comercial de Lubrax, algumas palavras de Adolpho Bloch, um showzinho meio brega.

� claro que ningu�m mais vai se lembrar desta data. A Manchete morreu bem morta. A lembran�a do que foi a Manchete n�o tem a menor gra�a diante da teoria conspirat�ria do que a Manchete poderia ter sido.

Mas se � para falar de sucessos, amanh� faz vinte anos que Xuxa apresenta programas infantis (a Manchete estreou no domingo, o programa da Xuxa estreou na segunda). Depois eu volto ao assunto...

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