quarta-feira, outubro 06, 2004

Os laboratórios fotográficos são um fracasso. Sempre, sempre, sempre foi uma raridade encontrar um que não fosse careiro, cumprisse os prazos, oferecesse produtos não reprováveis em qualidade e variedade, tivesse balconistas que entendessem do assunto e não tentasse empurrar para o otário do lado de fora do balcão a responsabilidade pelos erros de laboratório. Ou você paga rios de dinheiro para conseguir (quase) exatamente o que deseja, ou é atendido por um palerma que pensa que você é mais palerma ainda.

Poderia muito bem citar uma ou outra exceção, mas já não adianta muito: coisa dos tempos perdidos do filme químico. Havia poucos laboratórios industriais para fotos coloridas (em preto e branco, bem ou mal, era até possível fazer tudo sozinho na faculdade). Então as lojas de fotos serviam como meras despachantes de uma coisa maior. Seu trabalho era enviar e receber malotes. Mas os preços continuavam altos, e subiram mais ainda com a proliferação dos minilabs de "uma hora" e dos "45 minutos" (sem falar que nada me convence que o resultado dos minilabs não seja inferior ao dos grandões, mas é difícil fazer uma comparação).

Por que é que os amadores estão lançando fundo do baú suas câmeras convencionais e esnobando os rolinhos de 35 milímetros? Usando-se um filme de 36 poses é preciso pagar a revelação e ampliação de todas as 36, boas ou más. No método digital, sem o custo do filme, pode-se tirar quinhentas fotos e escolher meia dúzia para impressão. O equipamento para isso custa uma fração do preço dos "velhos" minilabs. No entanto, é a barreira que resta para a foto digital se popularizar de vez.

Fui tentar a sorte perto de casa. Não digo qual era a loja para não levar um processo. Minha esposa perguntou logo: aceitam Memory Stick? Nada feito; só disquetes ou CDs. Não que fosse um problema copiar as fotos para CDs. Mas imagine o drama dos turistas estrangeiros, muito comuns neste bairro, com seus cartões recheados de fotos, procurando uma impressão rápida. Rápida? Quando cheguei à loja, já com CD gravado, é que entendi por que não aceitavam os cartõezinhos de memória: o CD teria que ser enviado por malote ao laboratório para entrega daí a dois dias.

Mas o buraco era ainda mais embaixo. A moça perguntou se eu queria deixar o serviço pago. Perguntei: "Como é que eu faço para ver quantas fotos há no CD?" Não houve resposta. A loja-despachante não tinha nem sequer uma maquininha capaz de ler um CD! Isso pelo menos por enquanto, pois a aparelhagem para impressão de fotos estava para chegar. Não duvido.

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