segunda-feira, abril 25, 2005

E-business: Fotolog.net é um caso perdido

Se o Fotolog.net precisava de uma injeção de recursos e a conseguiu, sorte a dele. Mas é um exemplo que devemos torcer para que seja isolado.

O Fotolog.net não merece investimentos. Seu modelo de negócios está condenado. Não se pagava e continuará não se pagando. Mantido o modelo atual, os sócios capitalistas jamais verão seu dinheiro de volta. Trazido à racionalide, os usuários virarão as costas em busca de outro banquete grátis.

Já não sobra dinheiro como no tempo da bolha pontocom. Mas uma coisa não mudou desde o milênio passado, como mostra o caso Fotolog.net: em Wall Street o alcoolismo continua epidêmico.

O Fotolog.net começou muito bem, fazendo seu nome com o fornecimento de um serviço bem-vindo. Virou um sucesso estrondoso no Brasil, mas isso está longe de ser um problema. Se a participação de uma dada nacionalidade é proporcional ao número de câmeras digitais entre a população, o Brasil vai bem, obrigado, e os muambeiros merecem uma estátua. Segundo certos críticos, fotologs servem bem a internautas brasileiros porque não é preciso saber ler nem escrever :-), mas o problema real é outro. Como ocorreu com o Orkut, o Fotolog.net formou um ambiente de usuários que tende a atrair gente ruim e espantar gente boa. E o Fotolog.net está ainda mais vulnerável à concorrência.

O site de fotos nunca teve muita capacidade para atender à massa de usuários. O limite do banquete grátis ficou evidente: o Fotolog.net começou a restringir os horários de postagem de imagens e vender contas Gold Camera. Fotologueiros brasileiros protestaram raivosamente contra as duas medidas, tidas como uma conspiração da empresa (e dos americanos, dos ricos e dos caucasóides) contra as santidades latino-americanas que escrevem "pow kra blz vlw" -- não me estenderei sobre o assunto, pois Cora Rónai já o fez melhor que eu.

Uma reclamação, porém, fazia sentido: só podia ter conta Gold quem tivesse cartão de crédito internacional. O Fotolog.net solucionou o problema associando-se ao Ubbi, permitindo pagamento em reais. Revolta geral contra a aliança multinacional mercenária que enche as páginas de banners chatos. Vá entender cabeça de fotologueiro.

Como no Orkut, verificou-se o comportamento padrão da molecada interconectada: a demanda por serviços grátis como direito de nascença combinada com o desejo infantil de auto-afirmação diante de supostos poderosos. Imaginam que, quando o fotologueiro coletivo chama a atenção num site de fotos, é o próprio Brasil que se faz presente, e quando incomoda o Fotolog.net pela presença maciça, são os Estados Unidos que se curvam ao impávido colosso.

É dessa gente, não de outro público trazido do espaço sideral, que os sócios do Fotolog.net terão que tirar o necessário retorno do investimento, vendendo contas Gold ou veiculando publicidade. Mas o usuário típico não aceita pagar um centavo e odeia anúncios. Ou os investidores sabem disso e esperam ganhar no volume, ao ritmo da orgia especulativa de tempos que se foram, ou ignoram totalmente o tamanho do abacaxi que terão que descascar.

Aguardem grandes mudanças no Fotolog.net. Por via das dúvidas, comecem a pesquisar outro site para suas fotos.

5 comentários:

Anônimo disse...

Concordo em gênero, número e grau, Mestre PC!

Abraços,

Anônimo disse...

Hmmm, e eu pensando em montar um fotolog...

:O)


DGR

vivian disse...

adorei teu blog, posso linkar no meu?

Roberto disse...

Como vc está ?
Eu estou em SP - Meu Cel ( 11 ) 9777-9108

t+

robsjc.blogspot.com

camiseteria disse...

Agora tem o tal do flick. Egotrips tem tudo para gerar lucros na minha opinião, o negócio é saber explorar.

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