terça-feira, fevereiro 06, 2007

"A pirataria não afeta os artistas. Eles ganham mesmo é com os shows. Nós, piratas, é que beneficiamos os artistas com nossa divulgação grátis"...

Pelo menos era o que os defensores do Napster diziam incansavelmente.

Astros da MPB correm atrás de benefícios fiscais para turnês

Como consertar o Mercado Livre: cartório, a bocada eterna

Quem pensa que "dirigismo cartorial" é só uma expressão de efeito, sem significado literal, precisa ler certas mensagens de uma lista de discussão sobre o ML. Para evitar constrangimentos, não identifico o remetente.

Se o Mercado Livre fosse uma empresa séria poderia se fazer o seguinte!

Exigir de quem quer ser um vendedor certificado.

1-Cópia da ficha de identificação cadastral bancária,com tempo de conta de pelo menos uns 6 meses.
2-Cópia do RG e CPF
3-Comprovante de endereço (no nome da pessoa)
4-Um contrato na qual estam especificados direitos e deveres.

Tudo devidamente autenticado em cartório, pois assim a pessoa terá de apresentar documentos originais para à autenticação.

Outra coisa! os cartórios costumam tirar foto da pessoa.

Caso este vendedor lese algum usuário,o Mercado Livre poderá fornecer seus dados cadastrais a polícia federal ou Procon,mediante a solicitação do usuário.

Acredito de isto ajudará a fechar o cerco destes bandidos!

Cópia-e-colagem indispensável do blog de Eduardo Carvalho

O blog inteiro está aqui.

Paulo Francis, um guia para ter cultura

Francis_1Paulo Francis morreu há 10 anos. Waaal. Passaram voando. Me lembro exatamente: estava de férias em Paris quando fiquei sabendo. Imagine outro jornalista com este alcance: que entristecesse um menino de 16 anos de férias. Francis falava a nossa língua. Era engraçado, cultíssimo, e escrevia sobre tudo sem pompa nenhuma. Seu Guia para ter cultura foi uma referência. Sua coluna era uma diversão. Muita gente, há dez anos, disputa o seu espólio. Mas Francis não deixou herdeiros.

domingo, fevereiro 04, 2007

Devo continuar no Mercado Livre? (III)

Muita, muita, muita gente está de pé atrás com o Mercado Livre. Aqui, por exemplo. A ortografia e a gramática são impiedosamente torturadas, mas o conteúdo está valendo -- parcialmente. Se sou contra o terrorismo "fiscal" do ML sobre seus clientes, combato igualmente o terrorismo fiscal (propriamente dito) sobre o ML. É um apelo sentimental ao leitor típico. "O" projeto de vida da classe média brasileira é fazer uma carreira longa e frutífera como cobrador de impostos; quando não dá certo na vida a esse ponto, vai se virar em atividades inferiores como, por exemplo, o comércio em leilões na internet. Pena que auditor fiscal tenha que passar em prova de português.

Pelo menos um argumento naufraga objetivamente. Ei-lo:

"Se eles tivessem um cadastro mais criterioso estes problemas iriam diminuir drásticamente, pois medidas sérias afastariam os estelionatários do sistema.

Mas isto não é prioridade, pois, eles estão interessados mesmo é que você seja um 'Usuário Certificado' só pra debitar suas comissões no seu cartão de crédito e não levarem cano, mesmo QUE ESTAS COMISSÕES NÃO SEJAM DEVIDAS, como acontece aos montes."

Se o ML estivesse tão interessado em atrair usuários certificados, plantaria um botãozão em cada uma das páginas: "Seja usuário certificado!" Hoje o link fica rigorosamente escondido. E a tradução das páginas não ajuda nem um pouco a localizá-lo. Se o ML estivesse mesmo a fim, teria acabado com essa história de cópias de documentos, envio por fax e complicações semelhantes. Se o ML desse alguma pelota a seus usuários certificados (os quais, afinal, pagam menos!), não ficaria enviando mensagens ameaçadoramente burocráticas pela menor falha de processamento do cartão de crédito. Se os usuários certificados não fossem tratados como lixo, não seriam respondidos por um andróide metido a simpático que cuida de não ler uma só linha das mensagens que recebe. E se tivessem um pingo de respeito a seus clientes brasileiros, não passaríamos por constrangimentos como este:

Devo continuar no Mercado Livre? (II)

Você é usuário, você paga, você recebe isto:


O ponto de exclamação de cabeça para baixo foi incorporado à língua portuguesa. De fato, o ML está "se achando" um Estado virtual, com sua própria língua e sua ilimitada pretensão de taxar-e-conduzir. Mas não será surpresa se, por trás da cortina, só houver um diretor-geral, um diretor-financeiro e um estagiário para manter rodando no Brasil o sistema de Miami (incluindo a tradução dos textos, apesar de o espanhol original teimar em reaflorar quando menos se espera).

Devo continuar no Mercado Livre? (I)

No Mercado Livre todos os participantes pagam na proporção do que usam. Se o usuário quiser, as cobranças cairão automaticamente no cartão de crédito, e com um descontinho não totalmente desinteressante. Para isso, bastaria ao usuário digitar o número do cartão, a data de validade e o número de segurança. Como em qualquer site normal, certo? Este não é um site normal. Zela pelo usuário. Protege o usuário do espírito-de-porco que habita em si mesmo.

É preciso tirar cópias, frente e verso, do plástico do cartão (o plástico, o que menos importa no comércio eletrônico!), junto com cópias da identidade, do CPF e do comprovante de residência. Adicione-se um formulário padrão que o usuário deve preencher, datar e assinar. Tudo deve ser enviado à sede da empresa por fax (adivinhem quem paga o interurbano), como se todo mundo ainda tivesse uma obsoleta maquininha de fax na mesa da sala. Se o usuário, que não fez nada de errado, trocar de cartão (só o número), deve enviar toda a papelada de novo, certo de que o fax é um meio inexpugnável.

Por que tudo isso? Porque as fraudes rolam soltas na internet, e parece atacar ainda mais a comunidade do Mercado Livre. Resolvem o problema do jeito que o usuário foi adestrado a aceitar como natural no Mundo Oficial: levantam uma muralha de papéis para que ninguém pense que uns pagam pela roubalheira dos outros. É um símbolo digital da Sociedade da Desconfiança. Obviamente, o site faz parte de uma multinacional que só opera na América Latina.

Em tempo: os usuários interessados em uma página que diz isto:

Não inventei nada: "completado" no sentido de "preenchido", "voçê" com cedilha e um inexistente verbo "aderirse".

Vá com fé! O futuro é brilhante! No Brasil, quem desconhece os rudimentos do português acaba presidente da República.

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